Ministro Cândido Van-Dúnem garantiu ao Primeiro-Ministro guineense empenho do efectivo para concretizar a vontade do povo
O Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou ontem que a missão de segurança angolana vai ajudar a estabilizar o seu país.
Em declarações aos jornalistas, após o encontro que manteve com a delegação angolana, que está em Bissau para participar na cerimónia formal de apresentação da MISSANG, Carlos Gomes Júnior referiu que "a vinda da missão angolana é muito importante para nos ajudar a estabilizar o país, porque sem estabilidade não se pode pensar no desenvolvimento económico".
Durante o encontro que manteve com a delegação chefiada pelo ministro da Defesa, Cândido Pereira Van-Dúnem, no novo Palácio do Governo, que recebeu a sua primeira cerimónia oficial, o Primeiro-Ministro agradeceu ao Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, e ao partido MPLA pelo apoio que estão a conceder à Guiné-Bissau. "Nos momentos mais difíceis que atravessávamos, o Presidente José Eduardo dos Santos entendeu que devia estar ao lado do nosso povo e do nosso governo", disse.
Carlos Gomes Júnior referiu igualmente que "todos os investimentos que Angola entender fazer na Guiné-Bissau são bem vindos". "Angola é um parceiro ideal por ser falante da mesma língua, o português, além de que assume, neste momento, a presidência da CPLP", sublinhou.
A delegação angolana foi também recebida pelo Presidente da República da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá.
Das palavras aos actos
Em resposta, o ministro Cândido Pereira Van-Dúnem disse que a presença da delegação angolana serve para transmitir ao Governo da Guiné-Bissau e a toda a comunidade internacional que Angola está em condições de passar "das palavras para os actos".
O ministro garantiu que Angola vai tudo fazer para uma presença construtiva da missão angolana, de acordo com aquilo que for a vontade do povo e do Governo guineenses.
À saída da audiência, o ministro da Defesa disse que o encontro serviu para apresentar cumprimentos de cortesia e transmitir ao Chefe de Estado os propósitos da missão angolana na Guiné-Bissau.
A delegação angolana integra a ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira, o secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, o chefe do Estado-Maior General adjunto, Egídio Sousa e Santos, e oficiais superiores das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional.
A Comitiva está em Bissau desde sábado para testemunhar a apresentação formal da missão angolana de segurança na Guiné-Bissau (MISSANG), cuja cerimónia decorre hoje no hotel Bissau Palace, sede da missão. O programa da cerimónia prevê discursos do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, dos ministros da Defesa de Angola e da Guiné-Bissau, e do Presidente da República da Guiné.
Após a cerimónia, o ministro da Defesa de Angola vai visitar algumas infra-estruturas militares, económicas e sociais, enquanto que a ministra da Comunicação Social pode visitar os órgãos de comunicação social locais.
Ontem, o ministro da Defesa da Guiné-Bissau ofereceu um almoço oficial à delegação angolana, que decorreu numa instância turística, nos arredores de Bissau.
Durante o almoço, o ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Aristides Ocante da Silva, reiterou os agradecimentos do seu país ao apoio que está a receber de Angola, recordando que isso decorre dos laços de irmandade que unem os dois povos. O momento foi animado com dança, poesia e teatro, exibido pelo grupo teatral das Forças Armadas da Guiné, com a tónica no processo de reforma do exército.
Provas contra traficantes
O Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, pediu provas contra o alegado envolvimento de altas patentes das forças armadas no tráfico de drogas.
Em declarações à imprensa em Bissau, o Primeiro-Ministro disse que "a Guiné-Bissau é um Estado de direito" e não se pode cingir a acusações avulsas.
"Não vamos tomar medidas nenhumas enquanto não tivermos provas. No Estado de direito todo o cidadão é inocente enquanto não houver provas concretas", sublinhou. Carlos Gomes Júnior referiu que a questão do narcotráfico é um flagelo que afecta não só a Guiné-Bissau como o mundo inteiro.
Acrescentou que o seu país não pode combater o fenómeno sozinho por escassez de recursos e por isso tem acordos com os Governos dos EUA e da Venezuela para ajudarem a ultrapassar as dificuldades, sobretudo financeiras, no combate a esse fenómeno.
Sem comentários:
Enviar um comentário