Bissau - Quatro mil funcionários públicos da Guiné-Bissau ficaram sem o salário de Março, devido a problemas burocráticos ligados à repetição de dados biográficos nas folhas de pagamento, informou hoje (quarta-feira) uma fonte do governo que promete resolver a questão.
De acordo com o director-geral da Função Pública, Augusto Alberto, o problema foi detectado desde o início do mês, mas ainda assim não foi resolvido a tempo, pelo que, vários funcionários não puderam receber o ordenado.
O problema ficou a dever-se ao registo duplo de vários funcionários em bancos de dados do ministério das Finanças (que emite as folhas do pagamento) e do ministério da Função Pública e Trabalho (que regista os funcionários).
"Depois do recenseamento biométrico de todos os funcionários públicos fizemos o cruzamento de informações que temos aqui na Função Pública e aqueles que recebemos do ministério das Finanças, constatamos que vários funcionários tinham dois códigos no banco de dados", explicou Augusto Alberto.
O sistema informático simplesmente bloqueou os nomes dos funcionários que tinham dois códigos de registo nos bancos de dados devido a duplicação e, por isso, esses trabalhadores não puderem receber, acrescentou o director-geral da Função Pública.
Dos pelo menos 19 mil funcionários da Função Pública guineense, quatro mil não receberam e estão a apresentar diariamente reclamações nas rádios de Bissau, apontando o dedo ao governo.
Augusto Alberto pediu calma às pessoas lesadas, mas informou que cada situação tem que merecer uma análise cuidada e só depois o funcionário poderá voltar a receber o salário.
O responsável da Função Pública explicou que a situação também afecta alguns dirigentes do país.
A Função Pública guineense está num processo de modernização, no âmbito do programa de reforma apoiado pela União Europeia.
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