Bissau - O Primeiro -ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou (quinta-feira) que o governo vai disponibilizar meios para acelerar as investigações sobre os crimes praticados contra figuras políticas do país mas não irá tolerar que haja oportunismo político ou distúrbios.
"Enquanto tivermos meios, vamos disponibilizar todos os que forem solicitados pela Procuradoria da República, pelo Ministério da Justiça, mas não é com coação, não é com ameaças", defendeu Carlos Gomes Júnior em resposta à pergunta sobre o que o governo está a fazer para o esclarecimento dos assassínios de figuras políticas.
O presidente João Bernardo 'Nino' Vieira foi assassinado no dia 02 de Março de 2009 na sua residência, horas depois de o então chefe das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié ter sido morto num atentado à bomba.
Em Junho de 2010, em plena campanha eleitoral para as presidenciais, dois destacados políticos do país, Baciro Dabo e Hélder Proença foram também eles assassinados, em circunstâncias ainda por esclarecer.
Os familiares e amigos daquelas figuras tem vindo a manifestar-se regularmente exigindo justiça.
O grupo, liderado pelo antigo secretário de Estado da Cooperação, Roberto Cacheu, tem acusado o governo de falta de vontade no esclarecimento da verdade porque, alegadamente, não disponibiliza meios para as investigações.
"Deixem os técnicos da justiça trabalhar para que apresentem as provas. Nós tivemos o ensejo de reafirmar ao secretário-geral das Nações Unidas a nossa disponibilidade de ver esclarecidos estes casos", disse Carlos Gomes Júnior, quando procedia ao balanço da sua recente deslocação à sede das Nações Unidas onde proferiu um discurso.
"Mandamos uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas a solicitar que nos enviem técnicos para acompanhar as investigações. Queremos dizer que ninguém está acima da justiça. Seja ele quem for. Enquanto chefe do governo não vamos tolerar que alguém venha por capricho criar distúrbios no país", sublinhou o Primeiro-ministro guineense.
Sem apontar nomes, Carlos Gomes Júnior disse que o governo não vai tolerar que haja manifestações no país a propósito daqueles casos.
"Deixemos a justiça trabalhar. Não é caso para oportunismo, dizer que vão fazer marcha para intimidar o governo, intimidar a justiça. Não vamos tolerar isso. Nós é que solicitamos às Nações Unidas a vinda de uma comissão de inquérito", acrescentou o chefe do governo guineense.
"Vamos disponibilizar os meios que forem necessários, dentro das possibilidades do governo, porque é a imagem da Guiné-Bissau que está em causa", frisou Carlos Gomes Júnior, sublinhando que a suspeição não favorece ninguém.
"Todos nós estamos interessados que a verdade seja descoberta. A quem é que serve esconder a verdade. Todos nós temos familiares. Ninguém está interessado que haja instabilidade e impunidade permanentes no país", concluiu Gomes Júnior.
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