sexta-feira, 11 de março de 2011

Detidos no Algarve (Portugal) GANG DE CABO-VERDIANOS APANHADO NO NARCOTRÁFICO

Quatro cabo-verdianos, dois homens de 42 e 55 anos, e duas mulheres, na casa dos 30, foram detidos na segunda-feira passada pela PSP de Faro (Portugal) na posse de 10 500 doses de heroína e 250 de cocaína. Era considerado um dos mais activos gangs a actuar na Região, fornecendo o “produto” a dezenas de traficantes.

Faro, 9 Março - Quatro cabo-verdianos, dois homens de 42 e 55 anos, e duas mulheres, na casa dos 30, foram detidos na segunda-feira passada pela PSP de Faro (Portugal) na posse de 10 500 doses de heroína e 250 de cocaína. O gang de traficantes foi referenciado pelas autoridades como sendo um dos principais fornecedores de droga na região algarvia, abastecendo vários traficantes da região e há cinco meses que estava a ser alvo de investigação.

Nas buscas domiciliárias efectuadas em Almancil e Quarteira, a Polícia apreendeu uma viatura, material relacionado com o tráfico, cinco mil euros em dinheiro, várias balanças de precisão e oito telemóveis.

A PSP referiu que nos cinco meses de investigação “foram efectuadas mais de dez detenções e centenas de doses apreendidas”, não subsistindo dúvidas que este era um dos mais activos grupos de traficantes a operar na zona algarvia.

Segundo um relatório da OEDT – Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência - Portugal continua a ser uma das principais portas de entrada da heroína na Europa, logo atrás da Espanha. Quanto ao trajecto da droga até à Europa, aquele organismo refere que tem vindo a crescer acentuadamente nos últimos anos o transbordo através da África Ocidental, nomeadamente pela Guiné-Bissau, Guiné e ao largo de Cabo Verde.

Segundo dados revelados pelas autoridades portugueses do combate ao narcotráfico, com o Atlântico mais patrulhado do que nunca, os traficantes desbravaram novos caminhos para a Europa. Abriram uma variante na África Ocidental, a sub-rota Sahel - referente à região entre as terras desérticas e as terras férteis, o corredor que inclui o Senegal, a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso, o Níger, a Nigéria, o Chade, o Sudão, a Etiópia, a Eritreia, o Djibouti e a Somália. Não esquecendo Cabo Verde, apontado pela DEA como um dos pontos de passagem mais permissivos devido a uma deficiente fiscalização e, sobretudo, a Guiné Bissau, onde contam com a conivência do poder político corrupto e onde o narcotráfico tem um poder cada vez mais ascendente. Grandes quantidades de estupefacientes apreendidos em países como a Mauritânia ou a Croácia deixam perceber o crescente peso da nova sub-rota: "A cocaína viaja por via marítima ou aérea até às costas da África Ocidental e acaba por sair pelo Norte de África”, sublinhou o director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ.

A par da "dificuldade" de navegar o oceano, cada vez mais rastreado via satélite, os traficantes recorrem cada vez mais a aviões de grande porte que aterram em zonas desérticas de África, transportando o produto desde a América do Sul. Os veleiros ou barcos de pesca tendem cada vez mais a cair em desuso. No entanto, segundo o mesmo responsável,as autoridades continuam a apanhar veleiros que saem das Caraíbas para o Norte da Europa, via Açores. E barcos de pesca que saem da América do Sul para a Península Ibérica - embora menos, "porque esse tipo de embarcações está a dirigir-se mais para a África Ocidental", inclusive, Cabo Verde.

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