Lisboa - Os oito alunos guineenses estão em Tripoli sem dinheiro, mas estão em segurança na universidade onde estudam e continuam a desenvolver esforços para saírem da Líbia, disse à Agência Lusa uma das estudantes.
"O lugar é seguro. Aqui não se ouve nada além de rumores. Estamos aqui fechados. Pode haver problemas, mas nós não sabemos", disse Satan Indjai, de 22 anos.
Sem "um cêntimo" para gastar, é a universidade em Tripoli onde estudam os oito alunos guineenses que lhes está a dar alimentos e alojamento.
A Guiné-Bissau não tem embaixada, nem consulado na Líbia, o que dificultou as tentativas dos alunos para saírem do país.
"Pensávamos que podíamos contar com a ajuda da embaixada de Portugal, já que falam português, mas infelizmente não. Agora estamos a contar com ajuda da embaixada do Brasil", disse a aluna.
Satan Indjai dirigiu-se à embaixada de Portugal para pedir ajuda, mas a secretária daquele posto diplomático disse que "não estavam autorizados" a retirar os alunos.
"Conseguimos o número pessoal do embaixador. Falei com ele, mas como era dia de descanso, pediu para irmos à embaixada no domingo", relatou.
"Apesar de ser arriscado estar na rua, fomos para lá no domingo, gastámos o pouco dinheiro que tínhamos no transporte, mas ele não nos recebeu.
Disseram-nos que tinha ido para Portugal", lamentou.
Por isso, dirigiram-se a seguir para a embaixada do Brasil, onde lhes disseram que tinham "ido um pouco atrasados", mas que iam fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para os ajudar.
Apesar de estarem bem instalados na universidade, os alunos querem ir para a Guiné-Bissau e estão apreensivos por verem a escola a ficar cada vez mais vazia.
"É uma universidade grande, com capacidade para mais de mil alunos, mas os que restam não chegam a 100", segundo Satan Indjai.
Naquela universidade estão também três alunos moçambicanos "que não querem sair" da Líbia.
"Havia mais quatro que já conseguiram regressar a Moçambique", afirmou.
A Lusa contactou terça-feira com o secretário de Estado das Comunidades guineense, Fernando Gomes Dias, que disse que as autoridades estão a trabalhar para retirar os alunos daquele país.
Fernando Dias disse que recebeu indicações do Governo português, no âmbito da cooperação consular entre os países lusófonos, de que Lisboa estava a estudar os mecanismos para ajudar os estudantes guineenses a saírem da Líbia.
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