O primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, deixou Bruxelas nesta quarta-feira optimista quanto ao desfecho do diálogo com as autoridades europeias.
A União Europeia poderia desistir de sanções contra Bissau, mas manter-se-ia atenta à governação neste país africano.
O chefe do executivo da Guiné-Bissau efectuou uma deslocação de dois dias a Bruxelas durante a qual se avistou, nomeadamente, com o presidente da comissão europeia, Durão Barroso.
Para o governante guineense está fora de questão a possibilidade de sanções, não obstante o facto dos europeus prometerem manter-se atentos aos compromissos assumidos por este país da África ocidental na área da governação.
O desrespeito pelos direitos humanos na Guiné-Bissau tinha sido evocado em finais de Janeiro passado pelos 27 para justificar novas sanções contra dirigentes guineenses .
Um sector que gera preocupação depois dos assassínios do presidente "Nino" Vieira e de Tagmé Na Wai, líder dos militares, em Março de 2009, até agora não elucidados.
O motim de 1 de Abril de 2010, que levou ao afastamento de Zamora Induta da hierarquia militar e a sua subsituição por António Indjai, até então número dois do exército, veio agravar este contencioso.
Os europeus admitiram, pois, em Janeiro a possibilidade de se congelarem os bens e de proibirem os vistos de várias individualidades guineenses, incluindo, precisamente, António Indjai, chefe do Estado maior general das forças armadas, e Américo Bubo Na Tchuto, chefe de Estado maior da armada.
Na altura Portugal conseguira o adiamento de tal dispositivo mediante a abertura de um diálogo entre os europeus e as autoridades guineenses sobre o panorama dos direitos humanos que é contemplado no Acordo de Cotonu.
Este dispositivo regula, com efeito, as relações entre Bruxelas e os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico).
Aristides Ocante da Silva, ministro guineense da defesa, faz parte da delegação guineense que se deslocou a Bruxelas.
Em entrevista a Leonardo Silva ele começa por situar o contexto destas consultas bilaterais que deixaram as autoridades da Guiné-Bissau optimistas quanto a uma retoma plena da cooperação normal com a União Europeia.
Aristides Ocante da Silva
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