Bissau – Pelo menos 29 emigrantes bissau-guineenses chegaram terça-feira à tarde em Bissau provenientes da Líbia, na sequência da instabilidade sociopolítica neste país do Magrebe devido a uma rebelião armada, anunciou hoje (quarta-feira) a PANA, em Bissau.
“Chegámos bem graças a Deus. O percurso foi bom até a Gâmbia. Aliás, foi este país que apoiou a nossa saída da Líbia. Apesar de um péssimo acolhimento de que fomos vítima na Gâmbia chegámos bem graças a Deus”, afirmou um estudante bissau-guineense na Líbia, identificado apenas por Sanó.
Em entrevista à PANA, Sanó explicou que ele e os seus colegas estudavam num colégio em Tripoli, capital da Líbia, e não tinham informações sobre o real desenrolar da revolta armada contra o regime de Mouamar Kadhafi.
“Nao havia entrada nem saída para ninguém em Tripoli”, explica o estudante, visivelmente atingido pelo cansaço da viagem.
“Decidimos abandonar a Líbia depois do fracasso das diligências feitas junto das Embaixadas portuguesa e brasileira em Tripoli. Ficámos sozinhos no colégio após a partida dos colegas das outras nacionalidades”, acrescentou.
Entretanto, o Secretário de Estado das Comunidades, Fernando Gomes Dias, explicou que o regresso destes cidadãos ao país foi possível mediante um acordo de cooperação bilateral entre a Guiné-Bissau e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Relativamente ao futuro dos repatriados, Fernando Gomes Dias disse que Governo não tem condições para os apoiar financeiramente nem para assegurar a sua permanência no país.
Contudo, o Secretário de Estado das Comunidades garantiu que o Governo vai “mobilizar um fundo” do qual cada um dos elementos do grupo receberá uma soma em dinheiro antes de se juntar à família.
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