Único filme lusófono africano, trata de uma batalha musical.
A Guiné Bissau é o único país lusófono da África, que participa do Festival Internacional de Cinema, com uma curta e uma longa metragem, na mostra Forum, de jovens realizadores.
Com cinema lotado, o realizador João Viana exibiu na mostra Forum do Festival de Cinema de Berlim, a versão curta e longa-metragem do seu filme A Batalha de Tabatô, que muitos podem ter ido ver imaginando lutas guerreiras, mas era uma batalha de paz reunindo todos os músicos de Tabatô, uma cidade musical da Guiné Bissau.
No encontro, que se seguiu, com o público, João Viana declarou aos espectadores seu amor pela África e lembrou ser português originário de Huambo, em Angola, « um africano branco, mas um africano ».
João Viana rememora as cicatrizes deixadas nos mais velhos, pela luta de independência contra o colonizador português, A história é de uma jovem professora que vai se casar com um músico mais idoso, em cuja mala de viagem ainda carrega relíquias da guerra colonial, quando lutava sob o comando de Amilcar Cabral.
Para João Viana, a Guiné Bissau, apesar dos constantes golpes de Estado de quem tem sido vítima, é um país emblemático, quando se quer tratar da África de maneira geral.
Com seu filme, onde os sons de metralhadoras são provocados por instrumentos musicais de Tabatô, a África tem muito a ensinar ao mundo e o futuro do mundo, diz Viana, vai ser decido pela África. No seu entender, os africanos são muitos menos belicosos do que foram os europeus nos séculos passados. Por ter um outra concepção das importâncias na vida.
Para João Viana, o Brasil deve o fato de ser uma nação pacífica e alegre em grande parte aos angolanos, que para lá foram durante a escravidão, pois Angola é conhecida, diz ele, por ser um dos países africanos mais alegres. A outra influência é de Minhoto, perto do Porto, em Portugal, de onde saíram a maioria dos imigrantes portugueses no Brasil.
Como na Guiné Bissau existem poucas salas de cinema, João Viana com o apoio da ONU irá fazer uma tournée com um caminhão, projetor de filme e grande tela, para exibições da Batalha de Tabatô, acompanhadas de músicais e danças populares.
Rui Martins de Berlim, convidado pelo Festival.
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