Bissau - As diferentes Organizações Não Governamentais (ONG´s) exigiram aos militares golpistas da Guiné-Bissau a devolução da liberdade de expressão e manifestação aos guineenses, em condições de segurança.
Reunidas esta quinta-feira, 10 de Maio, em Bissau, as cerca de dez das ONG´s nacionais, sublinharam que as razões invocadas para o golpe de Estado de 12 de Abril, acabaram por se revelar sem fundamentos.
«Nenhuma prova credível foi tornada pública pois os golpistas envolvidos, directa ou indirectamente, são agora os principais interlocutores negociais, excluindo personalidades e instancias legitimadas pelas leis da Guiné-Bissau, numa vontade que deveria ser sagrada para todos», lê-se no manifesto divulgado em Bissau.
Perante esta situação, as organizações signatárias do referido manifesto alertaram para a necessidade de restauração da ordem constitucional e da reinstalação do Governo eleito democraticamente, bem como do Presidente da República Interino e a retoma do processo eleitoral.
As ONG´s referiram ainda a importância de recolocar o processo de diálogo juntamente com as autoridades e as instituições legítimas do Estado, envolvendo as organizações internacionais, tais como a
CEDEAO, CPLP, União Africana, as Nações Unidas, partidos políticos e a sociedade civil da Guiné-Bissau.
Neste sentido, as organizações nacionais comprometeram-se a responsabilizar as comunidades locais para que possam assumir maior protagonismo na definição das suas capacidades produtivas económicas e sociais, pelas quais se pugnam com determinação.
A promoção de debates a nível local, envolvendo as comunidades, os agrupamentos e associações, tem a finalidade de contribuir para maior informação e consciencialização, na óptica do fortalecimento da coesão social para busca da paz e do bem da população.
As ONG´s assumem ser importante um amplo debate nacional sobre a necessidade e o papel das Forças Armadas para o futuro da Guiné-Bissau, enquanto uma nação em pleno gozo do estado de direito e democrático.
Assinaram este manifesto as ONG´s Acção para Desenvolvimento (AD), Associação de Intervenção e Formação Orientada de Acção de Natureza Participativa nos Países Africanos da Língua Portuguesa (AiFA/PALOP), a Associação Guineense para Estudos e Alternativa (ALTERNAG), a Autopromoção Comunitária e Desenvolvimento Rural e Durável (Federação Camponesa KAFO), a Associação de Promoção do Desenvolvimento Participativo na Base e Gestão Durável dos Recursos Naturais (TINIGUENA), a Rede Nacional das Rádios Comunitárias (RENARC) e a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH).
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