Mais de 50 docentes do país foram formados na iniciativa para lutar contra a propagação da doença.
Encerrou hoje na Guiné-Bissau um programa de capacitação de professores para uma maior intervenção desses profissionais na prevenção do HIV/Sida nas escolas.
Na ocasião, Rebecca Otero, da Organização da ONU para Educação Ciência e Cultura, Unesco, os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, devem investir mais na capacitação de professores na abordagem do HIV/Sida nas escolas.
Otero integrava um grupo de cinco formadores brasileiros, que dirigiu um seminário para apoiar as autoridades guineenses na implementação de programas de educação sexual abrangente no ensino primário e secundário.
Mais de 50 docentes do país foram formados na iniciativa cujo objectivo é melhorar o papel do sector da educação na prevenção de doenças de transmissão sexual, violência de género e gravidez na adolescência.
Falando à Rádio ONU, a partir de capital da Guiné-Bissau, Rebecca Otero disse que o Brasil, que também foi atingido pela epidemia, tem muito a dar no processo de troca de informação.
“Estamos fazendo um pouco essa troca de experiências, entre Bissau e o Brasil. Os professores locais têm muito a ensinar, traz também a sua experiência com metodologias participativas, que consideramos interessantes para trabalhar o tema da sexualidade, que é difícil de ser abordado pelo professor”, sublinhou.
De referir que apenas 13% dos jovens na Guiné-Bissau pode identificar as formas de transmissão do HIV. Destes, cerca de 21% já tiveram relações sexuais antes dos 15 anos.
O oficial de ligação da Unesco em Bissau, Gorka Gamarra, disse à Rádio ONU, da capital guineense, que barreiras culturais à prevenção do HIV podem ser abordadas com este tipo de intercâmbio.
“Há que fazer um grande trabalho em relação aos tabus, temos que assegurar que se possa saber responder o que é a Sida e como se faz a sua transmissão. Há que falar abertamente do problema, lutar um pouco contra tabus culturais e certo misticismo em relação ao problema”, explicou.
De acordo com a Unesco, o projecto, apoiado pelo Japão, prevê analisar currículos, apoiar o desenvolvimento curricular e avaliar as necessidades institucionais dos países.
Sem comentários:
Enviar um comentário