Bissau -- O Governo da Guiné-Bissau está a estudar a real capacidade do país no sector das pescas, que contribui em 40 por cento para o Orçamento Geral do Estado guineense.
De acordo com Henrique Silva, director geral do CIPA (Centro de Investigação Pesqueira Aplicada), o Governo contratou um navio científico da Mauritânia, que durante 30 dias irá analisar em pormenor a capacidade da Guiné-Bissau em termos de biomassa.
"A campanha será feita em duas fases. Numa primeira fase, será feito um estudo sobre os recursos do fundo (peixe e camarão) e na segunda fase uma análise aos recursos de superfície (cavala, sardinha e outras espécies). É muito importante sabermos a quantidade dessa biomassa no sentido de podermos planear a nossa política pesqueira", assinalou Henrique Silva.
Segundo aquele responsável, apesar de a Guiné-Bissau se poder considerar um país com uma boa quantidade de recursos do mar, as autoridades têm a preocupação de adotar medidas para prevenir o esgotamento rápido dos recursos.
"Considera-se que os nossos recursos haliêuticos constituem o nosso ouro negro, mas como qualquer recurso natural é esgotável, temos que ter sempre a preocupação de saber quanto temos e onde estão esses recursos", defendeu o diretor geral do CIPA.
Estudos semelhantes realizados há dois anos com especialistas espanhóis apontavam para uma disponibilidade de captura de cerca de 100 mil toneladas por ano.
"Há dois anos, fez-se uma campanha idêntica com os espanhóis, mas é salutar fazer-se todos os anos, se possível em duas estações do ano que nós temos, época das chuvas e época da seca, isto permite ao país fazer melhor o seu plano de gestão da pesca.
A Guiné-Bissau tem um acordo de pesca multilateral com a União Europeia, ao abrigo do qual os "27" podem pescar nas águas guineenses, embora neste momento apenas Portugal, Espanha, Franca e Itália estejam a pescar na Zona Económica Exclusiva (ZEE) guineense, com o Senegal, China (Conapemac, companhia privada) e em fase de negociações com armadores da Federação Russa.
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