O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, apresentou neste sábado (24) pedido formal de “desculpas” ao governo de Guiné-Bissau pela morte do estudante do país africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, que foi espancado em frente a uma pizzaria de Cuiabá (MT) na última quinta (22).
“O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, apresentou pessoalmente, hoje, em Nova York, ao embaixador Adelino Mano Queta, chanceler em exercício e futuro ministro da Justiça de Guiné-Bissau, em nome do governo brasileiro, pedido de desculpas pela violência cometida contra o estudante bissauense, e informou que as responsabilidades pelo crime serão devidamente apuradas”, informou o Itamaraty, em nota.
Segundo a Polícia Civil, dois policiais militares, ambos de 24 anos, e um empresário que é filho de um delegado aposentado, de 27 anos, são suspeitos de espancar o universitário africano até a morte. Toni Bernardo era bolsista de um programa de intercâmbio do governo federal e estudava economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
O governo brasileiro lamenta profundamente a morte do estudante Toni Bernardo da Silva, natural de Guiné-Bissau, ocorrida em 22 de setembro, em Cuiabá, no Mato Grosso. O estudante veio ao Brasil como bolsista de programa de intercâmbio oferecido pelo governo brasileiro a jovens de vários países africanos”, diz a nota do Itamaraty.
Crime
De acordo com a Polícia Civil, Toni Bernardo da Silva chegou a uma pizzaria por volta das 23h da última quinta-feira. No local, ele começou a pedir dinheiro aos frequentadores do restaurante. Em uma das mesas, o universitário esbarrou em uma mulher. O namorado dela, o empresário de 27 anos, e os dois PMs que estavam à paisana no local, retiraram à força o universitário do estabelecimento e começaram a agredi-lo com socos e pontapés.
Os suspeitos foram autuados em flagrante e vão responder na Justiça pelo crime de homicídio. Na manhã desta sexta-feira (23) eles prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na presença do representante da Corregedoria da Polícia Militar. Em depoimento, eles disseram que apenas imobilizaram o rapaz.
Ato
Nesta sexta, um grupo composto por cerca de 100 estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizou protesto em repúdio à violência em frente à pizzaria em que o estudante de economia foi espancado até a morte.
Demonstrando indignação com o homicídio, os manifestantes pediram que o bar fosse fechado e que os clientes do estabelecimento deixassem o local em memória do colega. Alguns estudantes acenderam velas no local. O ato de repúdio foi monitorado por policiais militares e equipes da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam).
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