Bissau - O PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau e no poder até ao golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, congratulou-se com a posição da comunidade lusófona e diz esperar da ONU medidas duras contra os autores do golpe.
Em conferência de imprensa na sede do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Fernando Mendonça, secretário para informação do partido, afirmou que o posicionamento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "vai ao encontro daquilo que o PAIGC sempre disse".
"O PAIGC quer saudar e felicitar a solidariedade internacional, principalmente a CPLP" e a atenção que está neste momento "a dispensar ao povo da Guiné-Bissau, particularmente aos anciões, mulheres e sobretudo às crianças da nossa terra", frisou.
Os chefes da diplomacia da CPLP, reunidos sábado em Lisboa, pediram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, que hoje se reúne para analisar a situação na Guiné-Bissau, sanções dirigidas aos autores do golpe de Estado bem como aos civis que os apoiam.
Os responsáveis lusófonos demarcaram-se ainda de qualquer solução que desrespeite a Constituição guineense.
A posição da CPLP é também defendida pelo partido maioritário na Guiné-Bissau.
"O PAIGC espera que o Conselho de Segurança das Nações Unidas reafirme as posições que já tinham sido tomadas por aquele órgão logo no início do golpe, segundo as quais se exigia a libertação incondicional das pessoas detidas.
Constava ainda a conclusão do processo eleitoral e sobretudo a necessidade do envio de uma força de estabilização para a Guiné-Bissau para se evitar a recorrência frequente do fenómeno de golpes de Estado", observou Fernando Mendonça.
O responsável da informação do principal partido guineense felicitou também a comunidade internacional pela atenção que tem tido para com os problemas do país.
Sobre o distanciamento da CPLP em relação às propostas apresentadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a saída da crise, Fernando Mendonça afirmou que o seu partido concorda com a posição dos responsáveis lusófonos.
"O PAIGC sempre vai dizer que os mecanismos previstos pela CEDEAO para o retorno à ordem constitucional não são compatíveis com o ordenamento jurídico e constitucional da Guiné-Bissau. A CPLP veio a confirmar as posições defendidas pelo PAIGC", disse o porta-voz do PAIGC.
Iancuba Indjai, secretário executivo da Frenagolpe (Frente Nacional Anti-golpe, estrutura criada por partidos e organizações sociais que contestam o golpe de Estado), saúda as deliberações dos ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP.
"Agradecemos, em nome de mais de 70 organizações políticas e sociais guineenses, o posicionamento da CPLP e esperamos que o Conselho de Segurança tome uma atitude firme em relação aos autores do golpe de Estado", disse Iancuba Indjai, líder do partido da Solidariedade e Trabalho (PST).
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