O Grupo Banco Mundial está a avaliar a possibilidade de financiar um projeto de uma fábrica de cimento em Bissau com capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano, segundo documentação a que a Lusa teve acesso.
Os promotores pediram um empréstimo de 11 milhões de euros, metade do valor do projeto, e a decisão deve ser tomada até final de fevereiro, acrescenta.
O projeto é liderado por Maxime Cardoz, investidor privado do Senegal, e a firma Scancem, subsidiária da Heidelberg Cement, empresa alemã de cimento e materiais de construção, uma das maiores cimenteiras mundiais.
O objetivo passa por substituir o cimento existente no mercado guineense, que é todo importado, que por vezes chega a esgotar-se e cujos preços sofrem de elevados preços de transporte, refere o sumário da International Finance Corporation (IFC) - parte do Grupo Banco Mundial que está a analisar o projeto.
Os promotores acreditam que o mercado da Guiné-Bissau vai continuar a crescer e apontam a possibilidade de a fábrica poder vir a fornecer regiões de países vizinhos, como o sul do Senegal e norte da Guiné-Conacri.
O investimento está previsto para uma zona nos arredores de Bissau, com fornecimento de matéria-prima de origem calcária através do porto da capital - dada a ausência de jazidas para explorar no país, refere o documento.
Prevê-se também que haja criação de emprego e transferência de tecnologia com efeitos benéficos para o país e que podem servir de exemplo para outros investimentos.
Está previsto que a fábrica possa empregar 40 pessoas por turno, de acordo com a informação disponibilizada.
De acordo com a IFC, a moagem de matéria-prima e produção de cimento será feita a frio, sem combustão de gases e com uma utilização muito reduzida de água, minimizando o impacto ambiental.
Outros aspetos, ao nível ambiental e social, estão protegidos, de acordo com o projeto apresentado e deverão ser auditados ao longo do processo, refere a IFC, por forma evitar impactos negativos.
O projeto conta com a instalação de uma rede de energia elétrica na Guiné-Bissau ligada à barragem de Kaleta, na Guiné-Conacri, que deverá começar a fornecer eletricidade em agosto.
Caso contrário, está considerada a hipótese de instalar geradores com dois megawatts de capacidade para garantir o fornecimento de energia à fábrica.
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