A Guiné-Bissau quer que Cabo Verde a apoie na reforma da administração pública, sobretudo nos domínios da governação eletrónica e do sistema de previdência social, afirmou hoje, na Cidade da Praia, fonte governamental guineense.
Em visita de trabalho a Cabo Verde, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares guineense, Baciro Djá, realçou a "credibilidade e reconhecida competência" do Núcleo Operacional dos Sistemas de Informação (NOSI) cabo-verdiano, modelo que quer "importar" para a Guiné-Bissau.
"Estamos a instalar o Núcleo de Inovação, Tecnologias e Governação Eletrónica e esta área enquadra-se na perspetiva programática do Governo da Guiné-Bissau na reforma administrativa e é um instrumento importante para se criarem condições de transparência, para podermos estar muito mais perto da sociedade civil e dinamizar e melhorar o funcionamento das nossas instituições", salientou Baciro Djá.
O "número dois" da hierarquia do Governo guineense salientou, paralelamente, que a Presidência do Conselho de Ministros cabo-verdiana já tem uma "experiência de longa data e com resultados".
"Queremos saber das experiências da NOSI, estrutura de governação eletrónica de reconhecida competência técnica ao nível da nossa sub-região", referiu o governante guineense, manifestando-se esperançado em que os dois países possam, em breve, assinar um acordo de cooperação nesse sentido.
"Estamos a discutir com o ministro para ver em que moldes e em que momento o poderemos assinar", indicou, admitindo que tal possa acontecer na Cimeira entre Cabo Verde e a Guiné-Bissau, prevista para o final deste mês ou no princípio de fevereiro, na presença do primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira.
Por seu lado, Démis Almeida, manifestou a "disponibilidade total" do Governo cabo-verdiano em apoiar as reformas administrativas na Guiné-Bissau, dando-se o primeiro passo na constituição de um gabinete jurídico e outro de comunicação e imagem e na reforma do procedimento do processo legislativo, sobretudo na perspetiva da digitalização de toda a documentação.
"O encontro tem uma forte dimensão técnica e temos duas equipas que vão definir os termos do futuro acordo. A nossa determinação é auxiliar o Governo guineense nas reformas que se impõem na Presidência do Conselho de Ministros e nas áreas da governação eletrónica e reforma do Estado", sintetizou.
Garantindo que a cooperação bilateral é "excelente", Démis Almeida lembrou que, em dezembro de 2014, esteve em Bissau po chefe da diplomacia guineense, Mário Lopes da Rosa, numa missão em que foram abordadas genericamente as questões que serão tidas em conta na cimeira entre os dois governos.
Durante a estada na Cidade da Praia, que se prolonga até quarta-feira, Baciro Djá fará, ainda hoje, uma visita às instalações do NOSI, após uma reunião de trabalho com as delegações dos dois ministérios. Na terça-feira, feriado em Cabo Verde, não haverá atos oficiais.
Na quarta-feira, Baciro Djá será recebido em audiências separadas pelo chefe de Estado, pelo presidente do Parlamento e pelo primeiro-ministro de Cabo Verde e efetuará visitas à Unidade de Coordenação da Reforma do Estado (UCRE), ao Sistema Integrado de Gestão Orçamental e Financeira (SIGOF) e Agência Nacional de Comunicações (ANAC).
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