A Polícia Judiciária da Guiné-Bissau deteve sete pessoas em Ganadu, na região de Bafatá (leste), por suspeitas de terem praticado excisão genital a dez raparigas menores, disse à Lusa fonte policial em Bissau.
Os detidos são membros da mesma família, o imã (líder muçulmano) e o chefe da tabanca (aldeia) de Ganadu, adiantou a mesma fonte, que explicou que a operação foi conduzida na madrugada para surpreender os envolvidos.
No total há dez pessoas suspeitas do envolvimento no caso, que terá ocorrido em dezembro.
As crianças encontram-se em Bissau e vão ser observadas por um médico no Hospital Simão Mendes durante a manhã.
A fonte da PJ não soube precisar a idade das crianças.
No dia 17 de dezembro, o Tribunal Regional de Bissau condenou três pessoas a outros tantos anos de prisão efetiva pela prática de mutilação genital a três crianças do sexo feminino.
Apesar de existir uma lei que proíbe aquela prática na Guiné-Bissau, muitas comunidades continuam a realizar o ritual.
A ex-ministra dos Negócios Estrangeiros guineense, Fatumata Djau Baldé, presidente do Comité de Luta pelo Abandono de Práticas Nefastas à saúde humana, afirma que algumas comunidades ainda realizam a excisão por desconhecerem a proibição legal, outras por defenderem a tradição, em desobediência à autoridade do estado.
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