quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PS tenta colocar Guiné-Bissau "no radar internacional"

PS tenta colocar Guiné-Bissau "no radar internacional"

Londres, 02 out (Lusa) - A situação na Guiné-Bissau foi tema da conversa com dirigentes do partido Trabalhista britânico, como parte dos esforços do PS português para colocar a questão no "radar internacional", anunciou hoje o socialista João Ribeiro.

O secretário nacional para as Relações Internacionais e Cooperação do PS aproveitou a deslocação ao congresso do "Labour", que decorre em Manchester, para explicar a posição do PS sobre a Guiné-Bissau, que coincide com a do governo português de não reconhecimento dos dirigentes no poder depois do golpe de estado de 12 abril.

O assunto foi evocado "para que possa estar no radar da política externa" dos trabalhistas, referiu à agência Lusa João Ribeiro, apesar de reconhecer que esta "não é uma prioridade do Reino Unido".

Durante a deslocação a Manchester, o dirigente socialista encontrou-se com Emma Reynolds e Douglas Alexander, responsáveis, respetivamente, pelos Assuntos Europeus e pelos Negócios Estrangeiros no "governo sombra".

Em coordenação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, João Ribeiro disse ter levantado a questão da Guiné-Bissau em outros encontros internacionais, como recentemente aconteceu numa reunião do Partido Socialista Europeu.

"Procuramos pôr o tema no radar da política internacional", justificou.

Portugal defendeu hoje na Assembleia Geral da ONU que a solução da crise na Guiné-Bissau passa pela nomeação de um governo que inclua o PAIGC, partido maioritário no parlamento, e o regresso do primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior.

Falando na conclusão do debate da Assembleia Geral da ONU, o embaixador português, Moraes Cabral, identificou a Guiné-Bissau como um dos pontos preocupantes no panorama global, depois de em abril ter sido "interrompido um processo eleitoral democrático, violando os princípios defendidos pela ONU", como foi reconhecido pelo Conselho de Segurança.

O restabelecimento da ordem constitucional no país, afirmou, "requer a nomeação de um governo inclusivo, com o PAIGC, partido que tem a maioria dos lugares na Assembleia Nacional", disse o diplomata.

Outras condições são "o regresso dos líderes legítimos", o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o presidente interino deposto Raimundo Pereira, "sem restrições aos seus direitos civis e políticos e organização de eleições livres e credíveis", adiantou.

BM (PDF)// NV

Lusa

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