Regime atualmente no poder na Guiné-Bissau responsabiliza Portugal, a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) e o ex-primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior pelo tiroteio registado em Bissau. Contactado pelo DN, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros recusou comentar estas acusações e remeteu para o comunicado divulgado durante a tarde.
"O Governo considera Portugal, a CPLP e Carlos Gomes Júnior como os promotores desta tentativa de desestabilização, cujo objetivo é derrubar o governo de transição", diz um comunicado que foi lido pelo ministro da Comunicação, Fernando Vaz, e esta noite citado pela AFP.
O texto, citado pela mesma agência, prossegue dizendo que o único objetivo é "pôr em causa todo o processo político em curso, para fazer regressar Carlos Gomes Júnior ao poder e também justificar a presença de uma força internacional" de estabilização na Guiné-Bissau.
Contactado esta noite pelo DN, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros recusou comentar estas acusações e remeteu para o comunicado divulgado durante a tarde.Nesse documento enviado às redações, o ministério de Paulo Portas manifesta a preocupação do Governo português com o ataque desta madrugada ao quartel dos para-comandos em Bissau, com um balanço de vários mortos (seis, segundo o comunicado do regime, sete, segundo contagem da AFP).
O comunicado do MNE português sublinha que não há "uma solução militar para os problemas com que a Guiné-Bissau se confronta" e que só "um processo político inclusivo e em conformidade com a pertinente Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas" se poderá chegar à paz.
Palco de uma forte instabilidade política e plataforma para o narcotráfico, a Guiné-Bissau teve o seu último golpe de Estado a 12 de abril deste ano, quando foram depostos o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino Raimundo Pereira entre as duas voltas das eleições presidenciais.
Serifo Namadjo, um dissidente do PAIGC, é o atual Presidente de transição da Guiné-Bissau e nomeou primeiro-ministro Rui Duarte de Barros. Embora essa transição seja reconhecida pela Comunidade Económica de Países da África Ocidental (CEDEAO), o mesmo não acontece com a Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).Portugal, membro da CPLP e membro não pernanente do Conselho de Segurança da ONU, condenou, aliás, este golpe, junto das Nações Unidas e promoveu a aplicação se sanções contra os golpistas.
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