Na Guiné-Bissau 29 por cento das mulheres casa-se antes dos 18 anos, de acordo com um estudo da organização Plan Internacional, que hoje apresentou em Bissau o relatório "Por ser Menina", sobre a situação das jovens no mundo.
"Fizemos recentemente um estudo que abrangeu vários países e que demonstrou claramente que de facto há níveis de abandono escolar, sobretudo das raparigas, muito elevados", muitas vezes atribuídos a casamentos precoces, disse Aruna Mané, director de programas da Plan Guiné-Bissau, uma organização internacional de defesa dos direitos das crianças.
Especificamente na Guiné-Bissau, o facto de quase um terço das mulheres se casar antes dos 18 anos, com casos de casamentos e filhos aos 12 ou 13 anos, é "preocupante, e é preciso fazer um trabalho de fundo para reverter essa tendência", o que pode ser feito através da educação, disse Aruna Mané.
A organização tem na Guiné-Bissau uma campanha de promoção da equidade e igualdade do género, já que "as estatísticas demonstram que à medida que se vai avançando a nível de escolaridade as raparigas perdem espaço em detrimento dos rapazes".
O relatório foi apresentado no âmbito do Dia Mundial da Rapariga, assinalado em 11 de Outubro, com Lasalete Gama, do Ministério da Saúde, a salientar que se a nível primário os níveis de educação são idênticos entre os dois sexos, "a nível do secundário há menos meninas".
Pina Mango, primeira vice-presidente do Parlamento Infantil da Guiné-Bissau lembrou que "na Guiné-Bissau mais de 40 por cento das meninas interrogadas declararam que fazem mais de cinco horas por dia de trabalho doméstico, o que faz com que tenham insucesso escolar, faltem às aulas ou cheguem atrasadas, ou não consigam fazer os trabalhos de casa".
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