Bissau - A Procuradoria-Geral da Guiné-Bissau proibiu os políticos de falarem sobre o último golpe de Estado no país, ocorrido em Abril, alegando o segredo das investigações.
A ordem, emitida em comunicado na semana passada, foi ontem(terça-feira) confirmada à imprensa pelo procurador-geral adjunto Rui Sanhá.
"É uma medida normal quando se está em fase de investigações dos processos. As normas processuais exigem que não haja certos comentários que possam complicar as investigações, foi preciso que emitíssemos aquele comunicado chamando a atenção às pessoas, sobretudo aos políticos, que gostam de usar a imprensa para falar dos processos", notou Rui Sanhá.
De acordo com o responsável, o Ministério Público tomou essa medida para evitar que haja perturbação ao andamento dos inquéritos sobre o golpe de Estado de 12 de Abril no qual os militares destituíram e prenderam o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
Estes dois ex-responsáveis vivem em Portugal desde que foram postos em liberdade pelos militares. Rui Sanhá negou, contudo, que a medida signifique cercear a liberdade de expressão dos políticos.
"Em matéria de investigação ninguém pode utilizar os factos em análise. É uma situação normal", disse Sanhá, sublinhando que, embora não possa revelar pormenores, as investigações "decorrem normalmente".
"O processo decorre normalmente mas não podemos dizer aqui e agora o que foi feito", afirmou Rui Sanhá, que falava à imprensa após uma audiência com uma responsável da secção de Direitos Humanos do Departamento de Estado norte-americano.
Karen Smith, que se encontra em visita à Guiné-Bissau, disse ter aproveitado para "fazer uma visita de cortesia" ao procurador-geral guineense sobre o período de transição em curso no país e o rumo da democracia.
Perante a insistência dos jornalistas, sobre se não falaram os processos de assassinatos em investigação na Procuradoria, Karen Smith disse ter falado com o procurador "apenas sobre o andamento da democracia" no país.
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