Dakar, Senegal (PANA) - O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) enalteceu terça-feira o trabalho desenvolvido pelo representante especial desta organização na Guiné-Bissau, o diplomata angolano Sebastião da Silva Isata.
Na avaliação do CPS, a ação levada a cabo por Isata, em menos de um mês, permitiu criar um "clima de confiança e de cooperação" entre os principais atores políticos e da sociedade civil bissau-guinenses.
Esta apreciação positiva do CPS consta dum comunicado emitido no final da sua 247ª reunião realizada terça-feira, na sede da UA em Addis Abeba (Etiópia), consagrada à situação na Guiné-Bissau. Durante o encontro, os membros do Conselho seguiram uma comunicação apresentada por Isata sobre o evoluir da situação na Guiné-Bissau e os esforços da UA em curso para ajudar na estabilização do país. "O Conselho notou com satisfação a ação desenvolvida pelo representante especial desde o início das suas funções (há quase um mês)", refere o documento do CPS cuja cópia foi enviada à PANA em Dakar no mesmo dia.
Segundo a nota, as iniciativas empreendidas pelo diplomata angolano ao serviço da UA já permitiram igualmente "criar uma nova dinâmica na paisagem política bissau-guineense". Por isso, o Conselho assegura, no mesmo comunicado, o seu "pleno apoio" a Sebastião Isata e encoraja-o a "prosseguir os seus esforços" com vista à normalização política na Guiné-Bissau. Por outro lado, o CPS congratulou-se pelo "acolhimento caloroso reservado ao representante especial da UA pelas autoridades do país, pelos representantes da comunidade internacional em Bissau e por todas as partes interessadas", indica ainda o documento. Nomeado ao serviço da União Africana em meados deste ano, Sebastião da Silva Isata está em Bissau desde 3 de Outubro de 2010.
Para além das funções de representante especial, ele vai igualmente chefiar o Bureau de Ligação da UA em Bissau, a ser inaugurado ainda este mês como uma estrutura permanente da organização continental. Uma dos resultados palpáveis do trabalho já realizado por Isata e que lhe valeu a apreciação do Conselho de Paz e Segurança é a concordância que ele obteve das partes bissau-guineenses para a formação de uma Comissão da Verdade e Reconciliação Nacional.
Ele obteve ainda o compromisso da classe política do país para privilegiar o diálogo e ultrapassar as suas divergências meramente pessoais em nome da supremacia dos interesses da nação, segundo fontes diplomáticas. A este propósito, o CPS também insistiu, no seu comunicado, na imperiosidade de a classe política na Guiné-Bissau pôr fim às suas divisões internas em virtude do seu impacto negativo sobre o funcionamento das instituições do Estado.
Sem comentários:
Enviar um comentário