O Presidente de transição da República da Guiné Conacri, general Sékouba Konaté, proclamou hoje o “estado de urgência” em toda a extensão do território nacional, até à proclamação dos resultados definitivos das presidenciais.
Reagindo ontem à noite à violência pós-eleitoral que nas últimas 48 horas já fez pelo menos sete mortos, segundo um balanço não oficial, o primeiro-ministro de transição, Jean-Marie Doré,condenou na televisão os partidários de Cellou Dalein Diallo, candidato derrotado na segunda volta das presidenciais. E hoje Konaté foi mais longe, ao proclamar o estado de urgência até que o Supremo Tribunal se pronuncie sobre os resultados provisórios divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente, que é dirigida por um general do Mali, Siaka Sangaré.
Aqueles resultados dão a vitória a Alpha Condé, antigo preso político, com 52,5 por cento dos votos expressos, face aos 47,5 do ex-primeiro-ministro Cellou Dalein Diallo. Mas este último pediu que se analise toda uma série de possíveis fraudes, pelo que o país, vizinho da Guiné-Bissau, se encontra muito tenso.
Alguns elementos da etnia mandinga, de Condé, estão a armar-se, para possíveis combates contra os seus vizinhos fulas, que seguem o candidato presidencial derrotado dia 7 na segunda volta das presidenciais.
Independente desde 1958, a República da Guiné, com a capital em Conacri, ainda não conseguiu até hoje ser administrada em moldes democráticos, antes tendo assistido a dois regimes autocráticos: o de Sekou Touré, que se arrastou até 1984, e o de Lansana Conté, que começou a seguir e foi até Dezembro de 2008. Depois disso tem estado no poder uma junta militar, com o carácter de administração interina.
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