A Escola Municipal Márcio Fiat, no bairro Parada Angélica, recebeu um grupo de oito jovens da Guiné-Bissau que vieram a Duque de Caxias conhecer o Programa Escola Aberta. A visita aconteceu no último domingo, 14 de novembro, e os guineenses – que têm português como língua oficial – se sentiram à vontade entre os alunos e a comunidade que participam do programa naquela unidade educacional. Os africanos chegaram pela manhã e foram recebidos pela orquestra de flautas da Escola Municipal Floriano Peixoto, que entoou várias canções populares. Em seguida, eles conheceram as oficinas do programa. Bastante animado, Caetano Januário, 20 anos, ensinou alguns passos de dança de seu país às alunas da oficina de Dança. “Os movimentos do corpo são parecido com os do samba brasileiro”, explicou o jovem guineense.
A oficina de modelos chamou muito a atenção dos africanos. Foto: Everton Barsan.
A expectativa de receber visitantes estrangeiros agitou os alunos da Escola Aberta. Desde o início da manhã, todos já revelavam alguma euforia, querendo mostrar o que de melhor têm absorvido nas diversas oficinas. As meninas e meninos da Oficina de Dança aprimoravam os passos, enquanto as jovens da Oficina de Modelo e Manequim davam os últimos retoques no penteado e verificavam as roupas de materiais recicláveis com que se apresentariam para os visitantes. O mesmo aconteceu nas demais oficinas, onde karatecas e capoeiristas ensaiavam exaustivamente para fazer bonito.
Logo na chegada, depois da recepção, os guineenses mostraram que são calorosos como os brasileiros. Distribuíram abraços e beijos e foram conhecer o espaço que abriga o Programa Escola Aberta. Eles dançaram com as alunas, ensaiaram golpes com os karatecas e até desfilaram com as oficineiras do curso de Modelo e Manequim. Este, aliás, foi um dos momentos mais descontraído da visita.
Jovens de Guiné chegam na escola em Caxias.
As oficineiras pegaram as duas meninas integrantes do grupo africano para desfilar. Mesmo surpresas com a iniciativa, Bina Gunde, 21 anos, e Binham Fernandes, 22 anos, deram conta do recado. Em seguida, foi a vez dos rapazes, que desfilaram lado a lado com as professoras de modelo e manequim. E mais uma vez Caetano Januário roubou a cena, com direito inclusive a beijinho na oficineira Gilvânia Serafim.
O grupo é liderado pelo professor Humberto Sambu, de 45 anos. Ele disse que gostou muito do programa e que vai levar algumas propostas para adaptá-lo à realidade da Guiné-Bissau. “Esta é uma iniciativa muito boa de vocês, brasileiros. Em nosso país este programa será muito bom para os jovens e crianças”, destacou Humberto, explicando que a visita tem como objetivo fortalecer as lideranças e o desenvolvimento comunitário. A Guiné-Bissau é um país com cerca de 1,5 milhão de habitantes e uma população muito pobre. “Queremos levar para nosso país as boas experiências que encontramos aqui no Brasil e que podem ser implantadas em nossa nação, como a educação integral para crianças e jovens”, concluiu Humberto.
Os jovens africanos, com idades entre 18 anos e 24 anos, vieram ao Brasil através de uma parceria entre o Ministério da Educação e Associação Amizade da Guiné-Bissau e os ministérios das Relações Exteriores e de Educação e Cultura do Brasil, além das ONGs Fundação Gol de Letra, Instituto Elos e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Eles ficarão no Brasil até o dia 22 de novembro, quando visitarão outras cidades da Baixada Fluminense.
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