Bissau - As escolas públicas da Guiné-Bissau voltaram a abrir hoje (segunda-feira), após dois meses de paralisação motivada pelo golpe de Estado de 12 de Abril.
A retoma das aulas surgiu na sequência de um apelo lançado pelo presidente do sindicato dos professores (Sinaprof), Luís Nancassa que pediu aos docentes para que voltem a dar aulas mesmo tendo alguns meses de salários em atraso.
Os professores contratados, os reintegrados e os recém - admitidos no sistema do ensino público diziam que só voltariam a dar aulas caso fossem pagos cinco meses de salários em atraso. A semana passada o Governo acabou por pagar a esses professores dois meses de ordenados.
Mesmo com o pagamento parcial os professores continuavam a não comparecer nas salas de aulas onde também não apareciam os alunos.
Luís Nancassa teve de intervir pedindo aos professores para que aceitem dar aulas "para minimizar os sacrifícios dos pais e encarregados de educação dos alunos" e ajudar a "salvar o ano lectivo".
"Mesmo com esse pagamento, que considero insuficiente, apelo aos professores para que regressem às salas de aulas", disse Luís Nancassa, mostrando-se indignado com as declarações do ministro da presidência do conselho de ministros e da comunicação social, Fernando Vaz, quando analisava as reivindicações dos professores.
"Não fiquei nada contente com as declarações do ministro da comunicação social ao dizer que o Governo não deve cinco meses aos professores, porque esses não trabalharam durante os meses de Abril e Maio", afirmou o presidente do Sinaprof.
As escolas públicas, sobretudo, as de Bissau registaram hoje um número considerável de alunos, em comparação com os últimos dois meses onde praticamente não se viam alunos ou professores, mas o presidente do Sinaprof tem dúvidas sobre se será possível concluir toda matéria prevista para ser dada durante o corrente ano lectivo.
"O terceiro período não terá o tempo exigido para que se conclua toda matéria perspectivada, porque vêm aí as chuvas", disse Nancassa.
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