segunda-feira, 4 de junho de 2012

Agente da PJ raptado e agredido por militares

Bissau - Um agente da Polícia Judiciária guineense foi, esta quinta-feira, 31 de Maio, raptado da sede da PJ e espancado brutalmente pelos militares pertencentes ao Batalhão de Para-comando, na Base Aérea de Bissalanca, nos arredores da capital.

Um militar terá recusado responder à notificação, na sequência de uma queixa interposta pela sua namorada junto da PJ, obrigando assim os agentes a irem buscá-lo e ouvirem as suas declarações sobre a matéria da queixa.


A PJ não tinha conhecimento de que se tratava de um efectivo militar.


Terminada a audiência, cujo desfecho foi remetido ao Tribunal de Família e Menores, o militar não gostou de ter sido ouvido pela PJ e terá ido chamar os seus colegas, contabilizados em mais de uma dezena.


Os membros do Batalhão de Para-comando tomaram de assalto a sede da PJ, raptando o agente que dirigiu a audiência.


Primeiro, foi levado a casa do militar, onde foi espancado, para depois ser transportado para a unidade de Comando, em Bissau.

Informações apontam para que, no local, o agente tenha sido submetido a interrogatório, antes da chegada do Director Nacional da Polícia Judiciária que, depois de muita insistência, conseguiu ter acesso ao interior da Unidade, obrigando à libertação do agente em causa.


«Depois da nossa chegada fomos confrontados com muitas agressões verbais mas acabámos por libertar o nosso agente», disse uma fonte da PJ.


Esta foi uma das várias intervenções dos militares guineenses em instalações públicas alheias.


O primeiro caso relacionado com a PJ aconteceu em Março de 2010, quando um grupo de militares assaltou uma das celas da Polícia Judiciária, de onde retiraram um preso, alegando que este teria burlado um dos seus colegas.


Este acontecimento foi seguido do assassinato brutal de um agente por parte de Polícias de Intervenção Rápida, em vingança da morte a um companheiro.


O último e mais recente caso que envolveu os militares aconteceu a 25 de Maio, junto da sede das Nações Unidas, quando espancaram um Coronel da Guarda Nacional.

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