A CPLP e a União Europeia (UE) voltam a debater este mês a crise político-militar na Guiné-Bissau, que vive, até agora, fechada em si mesmo, por a junta militar recusar restituir o poder às instituições democráticas, derrubadas na sequência do golpe de Estado de 12 Abril.
A Guiné-Bissau observa neste momento um período de transição de um ano imposto pelos golpistas com o consentimento da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), que colocou no país um contingente de cerca de 600 homens, entre militares e polícias.
A CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que condenou o golpe de Estado e não reconheceu até agora os novos dirigentes do país, reúne-se no próximo dia 20 deste mês em Maputo, capital de Moçambique, numa cimeira destinada a avaliar, principalmente, o pedido de adesão da Guiné-Equatorial à organização. O governo de Maputo também vai informar os demais membros que decidiu adoptar o acordo ortográfico da língua portuguesa.
O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, admite que a situação da Guiné-Bissau é complexa. “A CPLP não reconhece as autoridades que emergiram do golpe, mas também o governo deposto está fora do país, e é preciso analisar tudo isto”, explicou o ministro moçambicano.
O contingente da CEDEAO na Guiné-Bissau tem militares e polícias da Nigéria, Burkina Faso e Senegal. Essas forças, além de auxiliarem os golpistas a instaurar um governo de transição, também têm a missão de supervisionar a retirada das forças angolanas da Missang destacadas naquele país, no cumprimento de um acordo com o governo deposto para reformar a Defesa e Segurança.
O comando militar justificou o golpe de Estado como uma resposta à situação “provocada” pela Missang, mas a comunidade internacional, nomeadamente, as Nações Unidas, União Europeia e CPLP, reconheceu o trabalho que estava a ser desenvolvido pela missão angolana no âmbito da reforma da Defesa e Segurança na Guiné-Bissau.
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