segunda-feira, 11 de junho de 2012

Militares guineenses detidos na Guiné-Conakry

Bissau - Um grupo de militares da Guiné-Bissau encontra detido desde o fim de Maio, na vizinha República da Guiné-Conakry.

Trata-se de três efectivos, pertencentes ao recém-criado Comando Geral de Guarda Nacional, no âmbito da reforma que estava em curso no sector de segurança guineense.


A informação foi avançada por uma fonte próxima do Comando da Guarda Nacional, sob anonimato.


De acordo com a mesma fonte, no dia 21 de Maio, uma equipa de fiscalização do Posto Avançado de Cacine, região de Tombali, junto da fronteira com a Guine-Conakry, efectuou uma missão de fiscalização com base em informações de existência de barcos de pesca a operarem de forma ilegal nas águas territoriais da Guiné-Bissau.


A operação resultou na apreensão de seis pirogas em situação ilegal, não tendo sido encontrado nenhum barco no terreno em actividade de pesca não autorizadas.


No final desta operação, conforme revelou ainda a nossa fonte, os tripulantes destas canoas debateram-se com o mau tempo e algumas embarcações foram parar a águas territoriais da Guine-Conakry.


«Depois da busca, fomos informados de que os três militares da Guarda Nacional, nomeadamente Gabriel António Correia e Degol Manga, ficaram em Kamsar, Tomas Camará no Porto de Cachek, ambas localidades da República da Guine-Conakry», revelou.


Perante esta situação, o Comando Geral da Guarda Nacional fez deslocar uma delegação composta pelo Segundo Comandante do Comando Operacional e pelo Comandante da Brigada Costeira, na qual integravam ainda elementos da Marinha Nacional, que mantiveram encontros com as autoridades militares da Guiné-Conakry sem que, no entanto, houvesse algum resultado positivo quanto à obtenção da libertação para os militares presos em Kamsar.


Os detidos já foram acusados, pelas autoridades da Guiné-Conakry, de posse de armas de fogo, num total de três armas de tipo AKM.
A fonte do Comando da Guarda Nacional confirmou a existência de um negócio mal finalizado com um dos detidos, Gabriel António Correia, relativamente à emissão de licenças de pesca pela parte nacional, com um responsável da polícia da Guine-Conakry em Kamsar, através de uma empresa de pesca denominada «Wawa».


O NG apurou ainda que Gabriel António Correia havia desempenhado as funções de Delegado da Capitania dos Portos em Cacine tendo sido, nos últimos tempos, substituído. Contudo, continuava a exercer as mesmas funções, emitindo licenças de pesca ilegais.


Os valores destas licenças eram recebidos pelo Tenente-Coronel Azeque da Guine-Conakry, através de proprietários das pirogas, que nunca chegou de entregar o dinheiro a Gabriel António Correia, conforme havia combinado. O valor estima-se em cerca de três milhões de F.cfa.


Contactada  uma fonte do Ministério do Interior guineense, a instituição titular do Comando Geral de Guarda Nacional, informou que o Governo de Transição já comunicou ao seu ministro dos Negócios Estrangeiro para tratar do assunto via diplomática entre os dois países.

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