quinta-feira, 28 de julho de 2011

Solidariedade com as crianças da Guiné-Bissau

A primeira-dama da Guiné-Bissau veio a Famalicão, no âmbito de uma visita a Portugal, agradecer pessoalmente à Escolinha – Centro de Educação e Ensino pela solidariedade que tem tido para com os miúdos órfãos do
“Ninho da Criança”.

escolinha-solidaria.jpg

Na recepção à comitiva da Fundação “Ninho da Criança”, da Guiné-Bissau, as crianças da Escolinha cantaram o hino do estabelecimento, onde proferem a seguinte frase: “Tudo o que aqui fiz fez de mim mais feliz”. Mas, perante o gesto de solidariedade, de enviar três contentores com roupa, alimentos, material escolar e brinquedos, os meninos órfãos do “Ninho da Criança” poderão acrescentar ao hino a frase: “tudo o que fizeram fez de mim mais feliz”.
Após a recepção de boas-vindas, a primeira-dama, Mariama Sanhá, através do seu adjunto Queba Djaita, agradeceu em nome dos 48 meninos órfãos do seu projecto “Ninho da Criança”, afirmando que «esta Escolinha vai nos nossos corações», afirmou.
A direcção da Escolinha, através de Paula Ruivo, explicou que esta acção solidária para com os meninos da Guiné vem no seguimento do projecto educativo e pedagógico que tem outros exemplos ao nível da solidariedade para com aqueles que mais precisam, nomeadamente em África. «A nossa Escola dá às crianças o que não se encontra à venda. Dá-lhes a atenção que as faz desabrochar, o afecto que as humaniza e o sentido de responsabilidade pelos outros que as faz crescer por dentro. Por isso, acolheram de braços abertos e corações ale-gres a campanha da vossa Fundação», explicou Paula Ruivo.


Em Março seguiu para a Guiné-Bissau um contentor com roupa, calçado, brinquedos, livros, material escolar e outros objectos do mundo das crianças, e brevemente embarcam mais dois contentores com outro material do género.


A opção por ajudar a Fundação “Ninho da Criança”, criada pela primeira-dama da Guiné-Bissau, surgiu por intermédio da mãe de uma aluna da Escolinha, que conhecia o projecto da ex-colónia portuguesa. Habituada a colaborar com outras instituições, a Escolinha respondeu afirmativamente ao pedido e começou a trabalhar, juntando crianças e pais, na angariação e no arranjo das peças. Além deste material, foi oferecida uma incubadora para recém-nascidos, que contou com a colaboração dos Associação dos Bombeiros Famalicenses, representada nesta cerimónia pelo presidente, António Meireles.


O material servirá para suprimir parte das necessidades do “Ninho da Criança”. Uma instituição que além de ajudar crianças órfãs, apoia mulheres que se encontram em situação de extrema pobreza, no sentido de as apoiar numa economia de subsistência em pequenos negócios para poderem dar educação aos seus filhos; ajuda hospitais e maternidades, com a entrega de ambulâncias e incubadoras. A taxa de mortalidade entre as grávidas é elevada e, como explicou Queba Djaita, deve-se em parte à distância que as mulheres são obrigadas a percorrer até às maternidades, e em transporte desadequado. «Torna-se complicado fazê-las chegar a tempo sendo levadas em carroça de burro ou de bicicleta», elucida Queba Djaita. Mas, outra das funções da Fundação “Ninho da Criança” diz respeito ao transporte de crianças doentes e seus acompanhantes para hospitais no exterior. Até ao momento, evacuou 45 crianças para Portugal e Senegal (república africana).


Além da Escolinha, a primeira-dama da Guiné-Bissau passou pela ATC- Teatro Construção de Joane e por outras instituições bracarenses na procura de parcerias financeiras ou de material para as causas que abraça.


ATC celebra protocolo de colaboração
A Primeira-Dama da Guiné-Bissau esteve, também, na Associação Teatro de Construção (ATC) para firmar um protocolo de colaboração que tem como objectivo a partilha da experiências e o apoio financeiro para a criação de infraestruturas de apoio às crianças guineenses.


Aproveitando a sua deslocação ao distrito de Braga, onde contactou com diversas entidades e instituições em busca de apoio financeiro e logístico para as suas actividades, Mariama Sanhá ficou a conhecer a capacidade de resposta das valências de infância da ATC e presidiu à assinatura do protocolo, antecedida por uma dramatização, que teve como protagonistas as próprias crianças. Uma visita que foi rodeada de fortes medidas de segurança.


Ao abrigo do documento, a ATC compromete-se a acolher, nas suas instalações, algumas crianças da Guiné-Bissau e a desenvolver esforços para ajudar na construção de infraestruturas. Custódio Oliveira, presidente da ATC,  lembrou que o apoio social na instituição «iniciou-se numa garagem» e sublinhou a importância do contacto com a realidade de outros países no desenvolvimento das suas valências.

Sem comentários:

Enviar um comentário