Bissau - Dois deputados do partido no poder na Guiné-Bissau propuseram ao Parlamento do país que adopte medidas legislativas para impedir que "pessoas circulem com a cara tapada", noticia hoje (sexta-feira) a LUSA.
Em declarações à agência Lusa, o deputado Amadu Saico Seidi, da bancada do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), disse que, enquanto "defensor dos cidadãos da Guiné-Bissau, não pode aceitar" que as pessoas andem de cara tapada pelas ruas do país.
"É uma coisa que prejudica a nossa sociedade. Cada país tem a sua cultura, a sua forma de vestir, de estar e até a sua linguagem. Nós não somos contra a presença dos emigrantes na nossa sociedade, porque nós também estamos na terra dos outros", disse.
Mas, sublinhou não se pode tolerar que tragam para cá coisas que são contrários à cultura local, factos que agridem a moral pública.
O deputado refere-se a mulheres provenientes da Guiné-Conakry e da Gâmbia que por razões religiosas se vestem todas de preto integral com a cara tapada.
Segundo o deputado, o fenómeno tem aumentado nos últimos cinco anos.
Saico Seidi explicou porque é que pretende ver o Estado guineense no seu todo, do Parlamento ao Governo, a assumir medidas duras para proibir a circulação de pessoas na via pública de rosto tapado.
"O que estamos a reclamar é a segurança no país, que as pessoas estejam vestidas para que não haja suspeita pelo vestuário que tiverem. Não é normal que eu possa ser visto por uma pessoa e que não possa ver essa pessoa", sustentou Seidi.
Para o deputado, a forma como algumas pessoas se vestem nas principais cidades do país é "uma atentado à moral pública e a segurança".
"O facto é que é uma coisa preocupante. Há criminalidade no mundo. Há homens que se vestem de mulher e quando praticam actos criminosos fica-se sem saber quem na realidade fez tal acto. Andar de cara tapada é um atentado à moral pública e à segurança", observou o deputado.
"Por enquanto é só um assunto avançado por nós, eu e o meu colega, mas que o nosso grupo Parlamentar aceitou de pronto. Vamos chamar o ministro do Interior para vir explicar ao Parlamento que medida vai tomar ou que já tomou. Porque é uma situação que deve acabar no país", frisou Saico Seidi.
Sem comentários:
Enviar um comentário