Bissau, (Lusa) - O Ministério Público da Guiné-Bissau está a investigar o Banco da África Ocidental (BAO) em Bissau, no âmbito de um caso que envolve 9,1 milhões de euros, que a Procuradoria diz terem desaparecido.
Fonte do Ministério Público confirmou à Lusa que estão hoje a ser feitas investigações no banco por causa do dinheiro, que terá sido disponibilizado por Angola a favor do Governo guineense mas que não terá entrado nos cofres do Estado.
"Precisamos de saber se a totalidade do dinheiro ou parte deu entrada no BAO, ou se ficou algum retido no Montepio", banco através do qual o dinheiro teria entrado na Guiné-Bissau, disse a fonte.
A fonte acrescentou que o natural seria o dinheiro ter entrado na Guiné-Bissau via BECEAO, Banco Central dos Estados da África Ocidental, o que não aconteceu. "Pode haver um caso de abuso de poder, ou branqueamento de capitais", disse a fonte.
No mês passado, o antigo ministro das Finanças da Guiné-Bissau José Mário Vaz foi ouvido pelo Ministério Público e chegou a estar detido três dias no âmbito da investigação ao paradeiro desse dinheiro. Está proibido de sair do país sem autorização.
José Mário Vaz era o ministro das Finanças no governo de Carlos Gomes Júnior, que foi deposto pelo golpe de Estado de abril do ano passado. Na sequência do golpe, viajou para Portugal e no regresso à Guiné-Bissau, este ano, foi detido por alegado ilícito fiscal.
Na semana passada, o antigo ministro apresentou a candidatura a líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o partido mais votado nas eleições legislativas de 2008 e que tem congresso marcado para maio próximo.
O antigo ministro negou todas as acusações.
FP // VM
Lusa
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