sexta-feira, 8 de março de 2013

Alunos do ensino público manifestam-se na Presidência da Guiné-Bissau contra greve

Bissau, 07 mar (Lusa) - Dezenas de alunos das escolas públicas da Guiné-Bissau manifestaram-se hoje em frente da Presidência da República, em Bissau, contra a greve dos professores e a exigir o regresso às aulas.

Os professores do ensino público da Guiné-Bissau cumprem a terceira semana de um mês de greve, exigindo o pagamento de salários e subsídios em atraso e até agora não chegaram a acordo com o Governo de transição.

A manifestação dos alunos, convocada pela Confederação Nacional das Associações de Estudantes da Guiné-Bissau, juntou cerca de uma centena de jovens, que também já tinham feito idêntica iniciativa na semana passada, junto da Assembleia Nacional.

Os jovens concentraram-se no passeio com palavras de ordem como "queremos ir à escola", "estamos fartos de ficar em casa", "basta de greve", ou "abram as portas, queremos ir à escola". Foi reforçada a segurança junto do edifício da Presidência mas a manifestação decorreu sem incidentes.

Mamadu Lamine Indjai, presidente da Confederação, disse à Lusa esperar que com a manifestação possam sensibilizar o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, e que este possa usar a sua influência junto do gGoverno para que se resolva o problema.

"O ano letivo de 2012/13 está a ser viciado pelas ondas de paralisações constantes. Nós, enquanto representantes dos estudantes, entendemos que não podemos ficar de braços cruzados", disse o responsável, que quer ver as escolas a funcionar e os alunos a "gozar dos privilégios a que têm direito".

Mamadu Lamine Indjai disse acreditar que o Presidente possa influenciar para que o problema se resolva e acrescentou que se tal não acontecer "as manifestações vão continuar" até que sejam encontradas soluções para o setor do ensino.

É que, justificou, a greve não é do agrado dos alunos, que nos dias atuais têm a "ambição de saber". "O saber está num primeiro plano para nós, não estamos interessados em que a greve continue", disse.

A Confederação já teve encontros com o Governo e com os sindicatos mas "as soluções para a situação estão cada vez mais longe de serem encontradas", afirmou o responsável.

FP // VM

Lusa

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