Lisboa (Portual) - A Guiné-Bissau é o país lusófono com maior risco político, indica uma classificação divulgada hoje (terça-feira) pela gestora de risco e corretora de seguros Aon, citada pela Lusa.
No ranking da Aon para mercados emergentes, desenvolvido em parceria com a Roubini Global Economics - do economista Nouriel Roubini, a quem é atribuída a previsão da crise financeira de 2008 -, a Guiné-Bissau surge entre os países de risco político "muito elevado", a par da República Democrática do Congo ou Somália, devido ao golpe militar de 2012, com "prováveis focos
de combate periódicos", e a ter 80 por cento da população abaixo da linha de pobreza.
"A doença económica mais vasta é agravada pela redução de ajuda multilateral, devido a alegações de que o país está envolvido no tráfico de droga para a Europa, deixando o governo incapaz de responder a choques", refere a Aon, alertando para o "ambiente de negócios incerto" e "ausência de Estado de Direito".
Na mesma categoria surge Timor-Leste, onde as instituições são agora "muito mais fortes" do que durante a crise de 2005, embora ainda "fracas em áreas críticas, como a supervisão regulatória e legal" e sendo possível o "deflagrar de violência".
A proposta de adesão de Timor-Leste à ASEAN é um passo "importante" para a economia, países vizinhos estão a acelerar investimentos no país e o governo tem sido eficaz na gestão da receita petrolífera, o que confere financiamento para "projectos de infraestruturas críticos".
Também São Tomé e Príncipe é considerado de risco "médio-elevado", além de ter um ambiente económico "estagnado", que reflecte a "fraca eficácia do governo e elevados riscos regulatórios", dificuldades para os agentes económicos.
Moçambique é considerado um país de "risco moderado", embora "as dúvidas sobre a sucessão sejam uma fonte de incerteza".
A nível económico, as infraestruturas são "inadequadas", falta mão-de-obra qualificada e há uma "elevada dependência" de financiamento externo.
Cabo Verde é considerado país de "risco médio", com "governação forte e estabilidade política", mas com vulnerabilidades ao nível da dependência das receitas do turismo e previsões económicas "frágeis", incapazes de reduzir o elevado desemprego e assim "minando a coesão social".
O Brasil surge na categoria de risco "médio-baixo", apesar do seu "elevado grau de desigualdade", afirma a Aon.
A política intervencionista do governo brasileiro contribuiu para um "desempenho económico pobre" no ano passado, mas o apoio ao governo continua elevado e o crescimento potencial e demográfico criam uma tendência positiva.
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