Bissau, 14 mar (Lusa) - Domingos Simões Pereira, antigo secretário executivo da CPLP, apresentou-se hoje em Bissau perante cerca de três centenas de pessoas como candidato à liderança do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, que vai a congresso em maio.
Ao som da música tradicional guineense e à beira da piscina de um hotel de Bissau, Simões Pereira começou por se apresentar, lembrando o seu percurso como militante do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), há 24 anos, para logo entrar nos propósitos da sua candidatura.
"Eu sou um produto, cresci no PAIGC, apreendi no PAIGC, sou um recurso do PAIGC. Se o partido entende que hoje precisa de mim, tenho que me colocar à disposição do PAIGC", disse Simões Pereira.
Secretário executivo da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) de 2008 a 2012, Simões Pereira, engenheiro civil formado na antiga União Soviética e agora a frequentar um doutoramento em ciências políticas numa universidade portuguesa, diz ter "as receitas para mudar a Guiné-Bissau" se for eleito presidente do PAIGC e, mais tarde, chefe do Governo.
Domingos Simões Pereira, conhecido no país por 'Matchu', afirmou que se for eleito presidente do PAIGC irá lutar pela verdade, a promoção do mérito, a mobilização da sociedade para um compromisso com a paz e ainda implementar programas de redução da pobreza, da mortalidade "infanto-materna" e ainda da "transformação radical" do país.
O político pediu, no entanto, aos militantes do partido para que "façam uma boa escolha" no oitavo congresso, marcado para de 10 a 14 de maio próximo, na cidade de Cacheu (norte).
Para desse modo, sublinhou, possibilitar que o PAIGC possa ganhar as eleições gerais, ainda sem data, mas que a comunidade internacional quer que tenham lugar ainda este ano.
Simões Pereira disse que pretende ver uma Guiné-Bissau onde os cidadãos não terão medo de dizer o que pensam e não terão medo de dormir devido aos sobressaltos, e um país sem golpes de Estado.
A este propósito questionou a assistência sobre se já não é tempo de os guineenses darem tréguas à si mesmos. A pergunta recebeu um coro de basta de instabilidade e de vivas ao PAIGC e a Domingos Simões Pereira.
Além de Simões Pereira já se perfilam como candidatos à liderança do PAIGC nomes como Braima Camará, Aristides Ocante da Silva, Vladimir Deuna, Carlos Gomes Júnior e José Mário Vaz.
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