quinta-feira, 21 de março de 2013

Sindicato denuncia intimidação e perseguição a jornalistas

Liberdade de imprensa ameaçada na Guiné-Bissau


Bissau – O Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS) denunciou que, nos últimos tempos, os jornalistas de diversos órgãos têm sido alvo de intimidação e de perseguição, devido à abordagem de assuntos considerados «delicados» por alguns quadros políticos, judiciais e da sociedade castrense.

Em comunicado de imprensa, a organização condenou com veemência a postura assumida pelo Governo de Rui Duarte Barros.
O SINJOTEC alertou a opinião pública nacional para este facto, nomeadamente o Movimento da Sociedade Civil, a Liga Guineense dos Direitos Humanos e a Confederação Geral de Sindicatos Independente da Guiné-Bissau.


O órgão dirigiu também a mensagem à comunidade internacional, particularmente ao Representante do Secretário-Geral da ONU no país, à CEDEAO, à União Africana (UA), União Europeia (UE), CPLP, Federação Internacional de Jornalistas, à Organização Repórteres Sem Fronteiras e à União de Jornalistas da África Ocidental, referindo que a liberdade de imprensa está a ser ameaçada na Guiné-Bissau.


O comunicado sublinha que este facto não contribui para o reforço da democracia, paz e estabilidade, sobretudo no período de transição em curso no país, no qual o papel da imprensa é fundamental para a restauração da ordem constitucional.


O SINJOTEC apelou também ao Governo de transição e demais órgãos de soberania, para que criem condições de trabalho nos media e accionem mecanismos de protecção aos jornalistas, com o intuito de se distanciarem de comportamentos que possam pôr em causa a actividade dos profissionais da comunicação social.


O sindicato disse registar com estranheza e indignação a atitude do Governo de transição, em mandar suspender a cobertura jornalística dos repórteres dos órgãos públicos, acerca das actividades dos candidatos à liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), nomeadamente Domingos Simões Pereira, a 14 de Março.


Na missiva datada de 20 de Março, a organização sindical citou o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Porta-voz do Executivo, Fernando Vaz, que, na altura, disse não se tratar de censura mas da aplicação da lei, que não prevê campanha ao nível interno e não admite tempo de antena a candidatos à liderança dos partidos políticos, nos órgãos públicos da rádio e televisão.

O SINJOTEC considera que estes argumentos carecem de fundamentos e demonstram uma certa «intolerância» no pluralismo de ideias, por parte do Executivo.


A organização defensora da classe informou ainda que a posição do Governo revela uma clara tentativa de interferência do poder político nos órgãos de comunicação estatais e que não passa de um atentado à liberdade de imprensa e ao direito de informação.

1 comentário:

  1. Na Guiné-Bissau agora só tem jornalistas estrangeiros...olhem a imagem gente.

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