OS órgãos directivos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) iniciaram, ontem, discussões para a formação do próximo Governo bissau-guineenses, após a sua vitória por maioria absoluta nas eleições gerais de domingo.
"Dessas reuniões devem sair indicações muito claras daquilo, que deverá ser o comportamento do Presidente do partido no processo de auscultação de todas as sensibilidades da sociedade guineense" para constituição do próximo Governo, referiu o líder do partido Domingos Simões Pereira, que deverá ser indicado pelo partido para chefiar o próximo Governo da Guiné-Bissau.
O PAIGC conquistou nas eleições legislativas de domingo 55 dos 102 lugares da Assembleia Nacional Popular, quando ainda faltam apurar dois lugares pela diáspora.
No mesmo dia, o país votou para as eleições presidenciais e o candidato do PAIGC, José Mário Vaz (Jomav), foi o mais votado, mas ficou abaixo dos 50 por cento necessários para assumir o cargo, sendo necessária uma segunda volta a 18 de Maio próximo com o candidato independente Nuno Nabian.
UA AVISA
Jomav, reagindo aos resultados eleitorais, pediu "mais confiança" para reforçar a votação na segunda volta e rejeitou qualquer atrito com as forças armadas bissau-guineenses, cujas interferências com a política têm levado a sucessivos golpes de Estado ao longo dos anos no país.
"Diz-se que os militares são contra nós, se chegarmos à presidência. Mas o que nós dizemos é que os militares são nossos irmãos, amigos e familiares", sublinhou, confiante em que ninguém atacará os candidatos do PAIGC e prometendo lutar por entendimentos se chegar à presidência.
Entretanto, a União Africana (UA) lançou um aviso a "potenciais agitadores" para que não perturbem o processo eleitoral na Guiné-Bissau, caso contrário, serão responsabilizados, refere uma declaração do Conselho de Paz e Segurança da UA ontem divulgada.
A declaração sobre a Guiné-Bissau, que não detalha quem são os "potenciais agitadores", foi disponibilizada na Internet depois de aprovada no 429.º encontro do Conselho de Paz e Segurança da UA realizado quarta-feira na sede da organização em Addis Abeba, na Etiópia.
Assim que o novo Presidente seja empossado, a Guiné-Bissau será convidada "a retomar a participação nas actividades da UA", refere-se ainda na declaração.
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