Direcção-Geral de Prevenção e Promoção de Saúde da Guiné-Bissau, em colaboração com os parceiros internacionais, vai colocar equipas de alerta nas fronteiras a sul e leste do país, a fim de evitar a penetração da epidemia do vírus ébola no país. Segundo o presidente da entidade, Nicolau Almeida, a decisão saiu da reunião com os representantes das 11 regiões sanitárias do país e com os parceiros internacionais.
Na passada quinta-feira, 28, o primeiro-ministro Duarte Barros apelou à colaboração dos media na divulgação dos métodos de prevenção desta doença hemorrágica.
Na vizinha Guiné-Conakry já foram diagnosticados mais de 100 casos, entre os quais, 79 dos infectados acabaram por morrer.
Entretanto o Representante da ONU na Guiné-Bissau recomenda fecho da fronteira para evitar vírus Ébola
O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, recomendou ontem o encerramento da fronteira com a Guiné-Conacri para prevenir a propagação do vírus Ébola, disse à Lusa fonte do gabinete daquele responsável.
"José Ramos-Horta recomendou em mensagem dirigida às autoridades competentes da Guiné-Bissau que encerrem as fronteiras com a Guiné-Conacri como medida drástica, mas necessária, para proteger o país", referiu a fonte.
As autoridades da Guiné-Conacri registaram, desde janeiro, 122 casos suspeitos de Ébola, 80 dos quais mortais, tendo o vírus sido já detetado também na Libéria.
A Guiné-Bissau tem fronteira terrestre com a Guiné-Conacri a leste e a sul e recebe voos oriundos da capital do país vizinho.
De acordo com a mesma fonte, "mal soube dos primeiros casos de Ébola na vizinha Guiné", Ramos-Horta fez circular "uma nota de proibição de viagens" de todos os funcionários do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) para aquele país, "mesmo sem uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS)".
O ministro da Saúde do governo de transição da Guiné-Bissau, Agostinho Cá, disse à Lusa que o encerramento da fronteira foi discutido ontem em Conselho de Ministros, mas as organizações internacionais não aconselharam o encerramento.
"Não fomos aconselhados a fechar, nem foi tomada nenhuma decisão" nesse sentido, referiu.
"Aumentámos as medidas de prevenção", com "reforço de pessoal junto à fronteira em Gabú (Leste), Tombali (Sul) e ilhas para fazer uma triagem de quem passa", explicou Agostinho Cá.
Está inclusivamente a ser preparada a distribuição de material de proteção e desinfeção pelas equipas que estão no terreno.
Ao mesmo tempo, as autoridades estão "a desaconselhar a realização das tradicionais feiras fronteiriças, onde se concentra muita população", concluiu Agostinho Cá.
@Lusa
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