O secretário de Estado dos Transportes guineense afirmou que o governo «pode garantir a segurança para o retorno dos voos da TAP» ao país, suspensos desde dezembro do ano passado.
A TAP anunciou que não estavam reunidas as condições operacionais necessárias para retomar os voos para a Guiné-Bissau
João Bernardo Vieira falava aos jornalistas em Bissau à margem da cerimónia que assinalou o retomar das ligações aéreas diretas entre Lisboa e a capital da Guiné-Bissau, asseguradas desde hoje pela companhia EuroAtlantic.
A TAP suspendeu os seus voos diretos para Bissau em dezembro de 2013 na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 cidadãos sírios com documentação falsa.
Questionado sobre as razões pelas quais a transportadora aérea portuguesa ainda não voltou a voar para Bissau, o governante salientou que «o Governo [guineense] não responde à TAP e já disse que o Estado da Guiné-Bissau tem um acordo aéreo com Portugal e a TAP é um instrumento para o materializar».
«Gostaríamos de retomar [os voos da TAP] mas não podemos ficar presos», frisou.
João Bernardo Vieira sublinhou a ambição de reforçar as ligações aéreas com Lisboa «não uma, mas duas ou três vezes por semana», de forma a ligar a Guiné-Bissau «com outros países europeus».
«Lisboa tem sido a nossa porta de entrada para a Europa, temos tido uma relação histórica» com Portugal, salientou o secretário de Estado dos Transportes guineense.
O avião da EuroAtlantic aterrou hoje no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, pouco passava das 14:00, tendo sido recebido em festa, com música tradicional e palmas de algumas dezenas de pessoas que quiseram testemunhar a chegada do aparelho.
O retomar das ligações aéreas está dependente de algumas contrapartidas, como a presença dentro dos aviões de agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português, «um ou dois, conforme as necessidades», segundo Eduardo Nascimento, responsável pela companhia aérea.
Neste primeiro voo, e em virtude do surto do vírus do Ébola que afeta alguns países da África Ocidental, viajaram também dois elementos do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica de Portugal) que efetuaram um controlo aos passageiros no embarque em Bissau para o regresso a Lisboa.
Além de verificarem os dados dos passageiros, a equipa do INEM mediu a temperatura às pessoas que embarcaram em Bissau.
O Boeing da EuroAtlantic destinado à rota Lisboa/Bissau/Lisboa tem para já capacidade para transportar 160 passageiros - 144 na classe económica e 16 na executiva -, mas caso a procura o justifique a empresa disponibilizará um aparelho com 200 lugares.
Para o voo inaugural de hoje a companhia colocou à venda um bilhete de promoção no valor de 327.300 francos CFA (625 dólares).
A partir do voo inaugural, os bilhetes terão diferentes preços a partir dos 388 mil francos CFA na classe económica.
No passado dia 15 de outubro, a TAP anunciou que não estavam reunidas as condições operacionais necessárias para retomar os voos para a Guiné-Bissau.
Em comunicado, a transportadora aérea portuguesa afirmou nessa altura que a ligação se encontrava adiada por um período «não inferior a 45 dias».
A retoma da operação para a Guiné-Bissau estava prevista para o dia 28 de outubro, com a realização de três voos por semana, com partida de Lisboa, às terças-feiras e sábados.
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