segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A cantora guineense Tchuma Bari foi nomeada embaixadora do país na luta contra a excisão genital feminina

Bissau - A cantora guineense Tchuma Bari foi nomeada embaixadora do país na luta contra a excisão genital feminina, uma prática que segundo o Governo afeta cerca de 50 por cento de mulheres entre 15 e 49 anos.
Tchuma Bari, de 26 anos, considerada cantora revelação da Guiné-Bissau em 2014, foi nomeada embaixadora pelo comité nacional de luta contra as práticas nefastas na Guiné-Bissau, que inclui a excisão genital feminina.

O comité, liderado pela ex-ministra dos Negócios Estrangeiros, Fatumata Djau Baldé, é um consórcio criado pelo Governo guineense, integrado por várias organizações sociais e cívicas, apoiadas por instituições internacionais, nomeadamente agencias das Nações Unidas como a UNICEF e FNUAP (Fundo das Nações Unidas para População) e a cooperação portuguesa.

O embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, António Leão Rocha é um dos diplomatas que assistiram a gala de apresentação de Tchuma Bari como embaixadora do país para lutar contra a excisão genital feminina.

Na sua intervenção, Leão Rocha, afirmou que o fenómeno deve ser erradicado na sociedade guineense e deixou o "compromisso muito forte de Portugal" em apoiar ações de sensibilização sobre os malefícios que a prática representa.

A ministra da Justiça guineense, Carmelita Pires, sublinhou que o Governo está empenhado em "lutar de forma determinada" para combater o fenómeno que disse ser "uma crueldade" contra as raparigas e as mulheres mas enfatizou a necessidade de um reforço da escolarização das raparigas.

A nova embaixadora prometeu utilizar a música para sensibilizar a população sobre as consequências da excisão, fenómeno que segundo Fatumata Djau Baldé tende a diminuir no país "apesar de alguma resistência" ao seu abandono por parte de certas comunidades.

De acordo com Djau Baldé a situação "ainda assim é preocupante" porquanto cerca de 50 por cento das raparigas e mulheres guineenses entre os 15 e 49 anos foram submetidas à excisão.

Djau Baldé notou que esses foram apurados no MICS (Inquéritos de recolha de amostras dos indicadores múltiplos do país) de 2010 e que uma nova amostra será publicado no próximo ano.

Sem comentários:

Enviar um comentário