A Greenpeace apresentou hoje em Pequim, China, o resultado de um grande inquérito que revela que as frotas chinesas pescam ilegalmente na África Ocidental, incluindo na Guiné-Bissau.
De 13 em 1985, o número de navio de pesca com pavilhão chinês ou propriedade de empresas chinesas aumentou para 462 em 2013, refere a organização ambiental.
Em oito anos, a organização não-governamental identificou 114 casos de pesca ilegal realizados por aqueles navios em águas da Gâmbia, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.
Aqueles navios estavam a operar sem licenças ou em áreas proibidas.
A pesca ilegal foi denunciada pela Greenpeace e pela União de Coordenação de Operações de Vigilância da Comissão regional de pescas, com sede em Dacar.
Segundo a organização, 60 daqueles casos estão relacionados com a maior empresa de pesca da China, a China National Fisheries Corporation, detida pelo Estado chinês.
"Apesar do governo chinês estar a eliminar algumas práticas de pesca mais destrutivas nas suas águas, as lacunas nas políticas existentes conduzem à aplicação de normas menos rigorosas em África", lamenta em comunicado a organização.
Os casos mais recentes detetados pela Greenpeace ocorreram nas zonas económicas exclusivas do Senegal, Guiné-Bissau e Guiné-Conacri entre 26 de outubro e 21 de novembro de 2014.
Questionado pela agência noticiosa AFP, um responsável da empresa estatal de pescas chinesas recusou responder.
"Enquanto a China estendeu a mão a África durante o surto de ébola, empresas sem escrúpulos chinesas exploram ilegalmente o meio marinho da África Ocidental, aproveitando-se da fraca supervisão das autoridades locais e chinesas e prejudicando os pescadores locais e o meio ambiente", disse Rashid Kang, chefe da Greenpeace para a China.
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