A ministra da Defesa da Guiné-Bissau, Cadi Seidi, anunciou hoje que até final do ano serão desmobilizados 500 elementos das forças armadas e de segurança do país, no âmbito da reestruturação do setor.
"Se tudo correr bem, até 31 de dezembro vamos tirar das fileiras das forças armadas e de segurança 500 pessoas", referiu a governante.
Cadi Seidi falava aos jornalistas à margem de uma cerimónia de doação de equipamentos avaliados em 3,5 milhões de euros por parte da China para o Ministério da Defesa guineense.
A passagem à reforma de 500 elementos deverá abranger as categorias mais altas da hierarquia: "provavelmente não haverá muitos soldados, haverá mais oficiais" nesta fase, explicou a ministra.
"Vamos dar o pontapé de saída", mas a reestruturação do setor é "um trabalho para vários anos" com o objetivo de transformar as estruturas militares e de segurança "em Forças Armadas republicanas da Guiné-Bissau" - ou seja, submetidas ao poder político.
A Guiné-Bissau conta com cerca de 4.200 militares nos diferentes ramos e estão identificados cerca de 2.000 dispostos a sair, uns voluntariamente, outros por motivo de doença e outros ainda por terem alcançado o limite de idade, disseram à Lusa fontes militares ligadas ao processo.
Para o efeito está prevista a criação de um Fundo de Pensões.
A reestruturação do setor visa manter os efetivos das forças de defesa e segurança afastados da esfera política, em que têm intervindo com sucessivos golpes de Estado e outras insurreições, sendo um dos focos de instabilidade ao longo dos 40 anos de independência do país.
O último golpe militar aconteceu em 2012 e conduziu a um período de crise de dois anos, ultrapassado a nível constitucional com as eleições gerais de 2014.
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