terça-feira, 30 de dezembro de 2014

CARTA ABERTA À MINISTRA DA EDUCAÇÃO de Ocante Té

Para todo e qualquer cidadão Guineense que se preze é inconcebível que tenha sido em vão o sangue derramado em nome de uma mudança, tantas vidas ceifadas para que hoje a velha pratica de compadrio e oportunismo venha à tona.

Existem entidades que desempenham cargos públicos, não para servirem a Nação mas sim os seus próprios interesses.

E sabido que sem educação e ensino nunca haverá progresso, questiono-me sobre o método aplicado no Ministério da Educação, senão vejamos :

1- Foi realizada  uma Formação designadamente para professores universitários, que decorreu de 05 a 18 de Novembro de 2014,  os verdadeiros beneficiados e selecionados pela tutela foram na realidade os amigos da Senhora Ministra que por incrível que pareça nem professores universitários são, com qual objetivo terão participado, parece que fica claro e por demais evidente que teria sido o objetivo financeiro.

2- A nomeação de directores e responsáveis das instituições que este ministério tutela, fez-se evidentemente dentro do circulo intimo de amigos da Senhora Ministra e do seu marido, como bem frisou no dia da investidura e passo a citar ‘ este é o amigo do meu marido e este é o meu ou a minha amiga de longa data’ sem fazer qualquer alusão aquilo que normalmente é exigido para o desempenho de um cargo publico que são as habilitações requeridas  e a competência.

3- A Senhora Ministra tinha sido nomeada como reitora da universidade Amílcar Cabral, durante todo esse tempo a universidade não abriu as suas portas, a razão prende-se pelo facto de carência de idoneidade.

4- A vida publica necessita de competência, credibilidade e pleno sentido de responsabilidade, já chega de eu quero, posso e mando, mesmo obstruindo os interesses superiores da Nação.

5- Um organismo reputado como a  UEMOA mandou realizar um trabalho na perspectiva de melhorar o ensino superior da Guiné-Bissau, trabalho esse que foi feito com competência e rigor, mas que até agora continua na gaveta, obviamente que a evolução do ensino superior não faz parte das prioridades do ministério.

Quando se assume um posto publico, no mínimo  espera-se que seja para fazer avançar e não para entravar, como é o que se constata actualmente.

A ilustrar temos como exemplo o secretário de estado do ensino superior o Senhor Fernando Gomes Dias, desde que tomou posse os seus discursos batem sempre na mesma tecla, ao invés de envidar esforços no sentido de inovar com projetos que impulsionem o ensino superior que é o motor de desenvolvimento e que o nosso país muito carece.

6- O Diretor geral do ensino superior ao participar no debate radiofónico, defendia o encerramento das instituições privadas, dizendo que não têm condições para continuarem a funcionar, estamos perante a maior contradição porque existe uma instituição que é a faculdade de medicina gerida pelos cubanos que funciona  desde há anos sem preencher os requisitos não possuindo nem material necessário para as aulas praticas  que essas instituições privadas possuem e no entanto nunca foi alvo de ameaças de encerramento, o que prova que temos dois pesos e duas medidas, só se inquieta aqueles com quem a Senhora Ministra não tem afinidade .

No decorrer do debate e depois da afirmação do Diretor  geral do ensino  superior o Senhor Fodé Mané, os outros participantes discordando da sua visão, o que muito o exaltou, ao ouvir dizerem-lhe que não é encerrando instituições de ensino como era a sua intenção que se desenvolve o país, antes pelo contrario é deixando trabalhar aqueles que dão provas de que o fazem com a devida competência, que a qualidade do ensino superior  poderá melhorar, aliás é mesmo esse o objetivo da UEMOA.

  No encontro  de ministros do ensino superior  e  investigação em Ouagadougou no Burkina Faso em 16 de outubro de 2014, salientaram a importância das instituições privadas para a evolução do ensino superior, encorajando os Estados membros a dar o devido apoio a estas instituições que têm um rolo primordial para  melhorar e facilitar o acesso ao ensino superior  para assim se atingir os objetivos do desenvolvimento em geral e da Educação para todos em particular, colmatando os efeitos nefastos do insucesso da planificação nas instituições públicas.

Realça-se que o ritmo escolar no ano letivo de 2013-2014, foi completamente desordenado pela actual ministra que decidiu prolongar o ensino publico até Janeiro de 2015, sabendo-se que o ensino superior se iniciou em Outubro privando assim os alunos de ingressarem no ensino superior, ou então esta à espera dos planos curriculares que exigiu a todas as instituições privadas talvez para plagiar e adaptar na universidade que nunca conseguiu pôr a funcionar, mas é preciso cuidado porque poderá ser acusada com o seu staff de plágio  e terem de responder em tribunal, ao que a Senhora Ministra já vem estando habituada, porque já tem um processo no tribunal por levantamento abusivo de dinheiro no valor de trezentos milhões de FCFA  durante o governo de transição antes do golpe de doze de Abril de 2012.

Ocante Té

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