O governo da Guiné-Bissau pretende desenvolver programas de cooperação técnico-policial com Portugal tendo em vista um horizonte de médio a longo prazo, anunciou hoje o ministro da Administração Interna interino, Doménico Sanca.
"Pretendemos um amplo contributo de Portugal nas áreas da capacitação e assistência técnica" das forças de segurança e outras estruturas ligadas ao Ministério da Administração Interna (MAI), referiu.
O governante falava no Centro Cultural Português, em Bissau, numa cerimónia de oferta de fardamentos e acessórios, avaliados em 60 mil euros, que o embaixador de Portugal, António Leão Rocha, entregou às forças policiais e da Guarda Nacional (GN) guineenses.
"Além deste apoio, pretendemos um programa de médio a longo prazo", virado para a formação e que pode abarcar áreas tão diversas como a proteção civil, vigilância costeira ou controlo de fronteiras, acrescentou.
O golpe de estado de abril de 2012 na Guiné-Bissau levou à suspensão da cooperação direta por parte de Lisboa, mas depois das eleições deste ano há "excelentes relações", destacou Doménico Sanca.
"Hoje, aqui, marcamos muito positivamente o regresso [da cooperação], em força, na formação", referiu, numa alusão ao curso que decorre no Centro Cultural Português.
Dois oficiais da Guarda Nacional Republicana (GNR) portuguesa lideram uma ação de formação inicial de formadores para 10 agentes da Polícia de Ordem Pública (POP), 10 guardas e dois instrutores do Centro de Formação das Forças de Segurança da Guiné-Bissau (centro de João Landim).
Um outro grupo de 18 efetivos (nove da POP e outros tantos da GN) iniciou esta semana instrução sobre policiamento de proximidade na Escola Superior de Polícia de Torres Novas, em Portugal.
Há ainda um grupo de quatro técnicos superiores da Direção Geral de Migração e Fronteiras da Guiné-Bissau que vai participar entre 15 e 19 de dezembro num estágio que envolve aulas teóricas e ações no terreno, em Portugal.
"Não podíamos desejar maior dinamismo em tão pouco tempo", referiu, por seu lado, o embaixador de Portugal.
António Leão Rocha destacou alguns aspetos inovadores das formações a decorrer, como o facto de, para além de matéria "clássica", abarcarem áreas novas como a proteção ambiental.
Em perspetiva está também a possibilidade de Portugal prestar capacitação em matéria de organização eleitoral autárquica e de ordem administrativa, concluiu.
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