Bissau – O Procuradoria-geral da República (PGR) acusou o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de «pintar à custa de contas mal feitas» sobre os processos-crime e respectivas formas de tramitação.
Trata-se de uma acusação que acontece numa altura em que o Governo requereu junto da Assembleia Nacional Popular um debate de urgência sobre o estado da justiça na Guiné-Bissau.
Em comunicado datado de 20 de Julho, assinado pelo seu responsável de imprensa e Relações Públicas, Maurício Alves, o gabinete de Hermenegildo Pereira sublinhou que a sua instituição foi acusada pelo Executivo de falta de colaboração institucional.
«Numa época como a que vivemos hoje, e a avaliar pela sabedoria popular, só se deixa enganar quem quer, deveriam saber mais do Ministério Público do que os comunicados», lê-se no documento.
Em relação à imprensa, a nota destaca que a vontade incontrolável de manipular a opinião pública foi a linha de entendimento do Governo e o partido que o sustenta, tendo interrogado porque é que só agora se verificam tantas contestações à actuação do Ministério Público no que diz respeito ao combate à criminalidade económica e financeira, que a nota de imprensa disse enfraquecer a administração pública e o Estado.
«Como no passado, o desfio que se coloca hoje ao Ministério Publico é combater qualquer que seja o comportamento criminoso, cujos autores pretendem que seja impune a realização da justiça penal», lembrou a nota.
Por outro lado, a nota do gabinete de Hermenegildo Pereira acusou o Governo e o PAIGC de continuarem a persistir num discurso de impunidade e de fragilização das instituições judiciais, mormente do Ministério Publico, referindo que muitas outras pessoas igualmente foram convocadas pelo Ministério Publico ao nível da Presidência da República, da Assembleia Nacional Popular e do Governo, como suspeitos ou testemunhas.
A terminar, a nota afiançou aos guineenses que a decisão dos magistrados foi juridicamente sindicável, classificando como «comédia» a perseguição aos membros do Governo que já durou bastante, garantido a total disponibilidade para ver juridicamente a sua a actuação, não tendo nada a esconder e determinando ainda que jamais esta instituição se deixará ser intimidada e obstruída na sua acção.
Sem comentários:
Enviar um comentário