quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PAIGC vai propor ao PR da Guiné-Bissau Carlos Correia para chefiar novo Governo -- Oficial

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) escolheu na noite de quarta-feira Carlos Correia, de 81 anos, como líder do novo Governo da Guiné-Bissau.

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Carlos Correia, que poderá vir a chefiar um Governo na Guiné-Bissau pela quarta vez, foi aprovado por 68 dos 69 membros do 'bureau' presentes na reunião que se prolongou por quatro horas e terminou cerca da meia-noite (hora local).
O líder do PAIGC e antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira explicou aos jornalistas que "ainda esta noite" o partido irá entregar uma carta formal com o nome de Carlos Correia como candidato ao cargo de primeiro-ministro ao mediador da crise guineense o ex-presidente da Nigéria, Olesegun Obasanjo, para que este a faça chegar ao chefe de Estado guineense, José Mário Vaz.
Na qualidade de mediador da CEDEAO (Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental), Obasanjo é quem fará a carta chegar a José Mário Vaz, indicou o líder do PAIGC.
Domingos Simões Pereira afirmou ter abdicado do seu "direito natural" à luz dos estatutos do partido que estipulam que, em caso de vitória eleitoral, é o presidente do PAIGC quem chefia o Governo.
A decisão, disse, responde aos apelos de cedência vindos de diversos quadrantes nacionais e internacionais.
O presidente do PAIGC acrescentou que a decisão de 'abdicar' tem o aval do partido e segue os estatutos da formação política.
A Guiné-Bissau está sem Governo há mais de um mês desde que o Presidente do país exonerou Domingos Simoes Pereira do cargo de primeiro-ministro, a 12 de agosto passado.
No dia 20, José Mário Vaz nomeou como chefe do Governo Baciro Djá tendo este formado um Governo, mas o novo Executivo foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça.
MB // JCS
Lusa/fim

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

José Mário Vaz, recebeu esta tarde o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, dando assim início à auscultação dos partidos

O Chefe de Estado, José Mário Vaz, recebeu esta tarde o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, dando assim início à auscultação dos partidos com assento parlamentar com vista à nomeação de um novo governo. Entretanto a justiça guineense proibiu os membros do governo de Baciro Djá de entrar nos gabinetes.


Uma providência cautelar do Supremo Tribunal de Justiça proibiu hoje a entrada nos gabinetes aos membros do governo de Baciro Djá. Em comunicado enviado ao Supremo Tribunal de Justiça, o PAIGC entende que se o governo de Baciro Djá é considerado inconstitucional, o poder deve ser devolvido a Domingos Simões Pereira para a gestão dos assuntos correntes

Esta tarde o Presidente guineense recebeu o presidente do PAIGC Domingos Simões Pereira, o que pode ser visto como inicio das auscultações dos partidos com assento parlamentar para a formação de um novo governo.

Em reuniões continua também ex-presidente nigeriano e mandatário da CEDEAO para resolver a crise política na Guiné-Bissau. Depois de se ter encontrado ontem com José Mário Vaz, Obasanjo recebeu Cipriano Cassama, presidente da Assembleia Nacional Popular, representantes do Supremo Tribunal de Justiça, o PRS e Baciro Djá. RFI

Presidente da Guiné-Bissau ouve partidos para nomear novo primeiro-ministro

O presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, começa hoje (16) a ouvir os partidos políticos para a nomeação de um novo primeiro-ministro, disse à Lusa fonte da Presidência.

De acordo com a fonte, José Mário Vaz vai ouvir o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Partido da Renovação Social (PRS), o Partido da Convergência Democrática (PCD), a União para Mudança (UM) e o Partido da Nova Democracia (PND). Fontes do PCD e da UM confirmaram a convocação.

Em agosto, alegando incompatibilidades pessoais, José Mário Vaz demitiu o primeiro-ministro eleito, Domingos Simões Pereira, nome que voltou a ser apresentado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, vencedor das eleições. O nome, no entanto, foi rejeitado por Vaz, que nomeou para o cargo Baciro Djá. Em seguida, foi obrigado a demiti-lo, por ordem do Supremo Tribunal de Justiça. O órgão considerou a nomeação de Djá inconstitucional e determinou ao presidente que devolva o poder ao PAIGC, que venceu as eleições legislativas com maioria absoluta.

A Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental enviou à Guiné-Bissau o ex-presidente da Nigéria Olesegun Obasanjo para mediar o impasse político. 

LUSA

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O dirigente do Partido da Convergência Democrática (PCD) Vitor Mandinga avisa Presidente que pode ser destituído

O dirigente do Partido da Convergência Democrática (PCD) Vitor Mandinga afirmou hoje que o Presidente guineense pode ser destituído "por força da lei" se não respeitar a decisão da justiça sobre a nomeação do primeiro-ministro.


Antigo ministro das Finanças e ex-líder do PCD, o também deputado Vítor Mandinga fez estas declarações hoje à chegada a Bissau e quando procedia ao balanço da missão que alguns partidos guineenses realizaram ao Senegal para contactos com líderes da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental) que estiveram reunidos em Dacar, no sábado.

A crise política na Guiné-Bissau foi um dos temas da cimeira.

Vitor Mandinga esteve em Dacar juntamente com o líder do seu partido, Vicente Fernandes, e em declarações aos jornalistas disse que a cimeira de Dacar "foi clara" para o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, sobre a necessidade de cumprir a decisão do Supremo Tribunal de Justiça do país que lhe ordena a devolução do poder ao PAIGC para que seja este partido a indicar o nome do futuro primeiro-ministro.

Depois da decisão do Supremo Tribunal de Justiça "o PCD pensa que não há outra interpretação", disse Mandinga, salientando ser necessário o cumprimento da lei para que o país não volte a conhecer "outras saídas", como no passado.

"Até aqui, as diversas interpretações conduziram-nos à violência, a desacatos, infelizmente à intervenção dos militares, nós não queremos nenhuma intervenção dos militares", defendeu o deputado do PCD, mas deixando uma aviso ao Presidente do país.

"Todo o Presidente que no seu exercício faça um crime contra a lei significa que terá que ser imediatamente destituído através de um processo penal", observou Mandinga, aconselhando José Mário Vaz a acatar a decisão do STJ que manda solicitar ao PAIGC que indique o nome do futuro primeiro-ministro.

O Presidente guineense destituiu a 12 de agosto o então primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, tendo nomeado Baciro Djá para o cargo, mas esta nomeação foi considerada inconstitucional pelo Supremo guineense, uma vez que desrespeitou a lei que prevê que seja o partido vencedor das eleições a indicar o nome do chefe do Governo.

Declaração do porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa sobre a Guiné-Bissau

"No dia 9 de Setembro o Supremo Tribunal da Guiné-Bissau considerou o Decreto Presidencial de 20 de Agosto que nomeava o novo Primeiro-Ministro inconstitucional e, no mesmo dia em cumprimento da decisão, o Primeiro-Ministro ofereceu a sua demissão.
É essencial para a estabilidade política de qualquer país que a Lei seja respeitada pelas instituições do Estado. É nesta luz que tais acontecimentos podem ser vistos de forma positiva. A União Europeia conta com que todos os atores políticos Guineenses envolvidos se esforcem para rápida e conjuntamente chegar a um entendimento que respeite a vontade popular expressa pelo voto no ano passado, e de acordo com a Constituição.
A União Europeia reafirma o apoio à Guiné-Bissau, demonstrado aquando da Mesa Redonda de Bruxelas de Março, e a sua disponibilidade para ajudar na reconstrução de um Estado viável, constitucional e democrático".


Magdalena Castell Núñez em nome de,
Alexandre Borges Gomes
Primeiro Conselheiro
Chefe da Seção Política, Comunicação e Informação
Delagação da União Europeia junto da Guiné-Bissau

domingo, 13 de setembro de 2015

O Presidente da Guiné-Bissau de José Mário Vaz deverá aceitar o nome indicado pelo PAIGC, partido maioritário do Parlamento, para o cargo de primeiro-ministro depois de ter demitido, nesta quinta-feira, 10, Baciro Djá.

José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira
José Mário Vaz e Domingos Simões PereiraA decisão de Vaz decorre do acórdão do Supremo Tribunal da Justiça que ontem considerou inconstitucional a nomeação de Djá.

OUVIR : Os caminhos de José Mário Vaz - 3:03
Pedro Morato Milaco, um dos observadores da política guineense, disse que o Presidente da República não tem outra saída.

“Fez bem ao exonerar o primeiro-ministro, a pedido deste, agora não tem que arranjar outras engenharias políticas e jurídicas para contornar o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça”, adiantou Milaco.

Para o jurista e analista político Victor Fernandes, o Chefe de Estado guineense, não tem uma grande margem para, eventualmente, rejeitar o nome que será proposto pelo PAIGC, na qualidade do partido vencedor das eleições legislativas:

“O Presidente não tem poder discricionário, nem arbitrário, mas tem que obedecer, caso contrário cria instabilidade no país”, segundo Fernandes.

Quanto à eventualidade do Presidente dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, aquele jurista lembra que “a dissolução não deve ser feita de forma arbitrária porque há uma previsão normal legislativa que se deve seguir”.

Nos círculos políticos, acredita-se que José Mário Vaz deverá indicar o novo primeiro-ministro, o mais tardar, no início da próxima semana.

CIMEIRA DA CEDEAO NO SENEGAL

Domingos Simões Pereira, deslocou-se para o Senegal onde hoje vai assistir, na qualidade de líder partidário, à cimeira de chefes de Estado da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (CEDEAO).

De acordo com fontes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de que Simões Pereira é líder, a CEDEAO convidou os responsáveis máximos de todos os partidos guineenses com representação parlamentar para estarem presentes na reunião de Dacar que, entre outros, irá debater a crise política na Guiné-Bissau.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, viajou na tarde de sexta-feira para a capital senegalesa. De partida de Bissau para Dakar disse que vai discutir com seus pares da sub-região a situação atual na Guiné-Bissau, marcada por um impasse na nomeação de um novo Governo na sequência da exoneração do executivo de Domingos Simões Pereira, a 12 de agosto.

A CEDEAO, cuja presidência rotativa é detida atualmente pelo Senegal, quer ouvir dos lideres guineenses os motivos para a crise política que assola o país lusófono a ponto de deixá-lo sem Governo há um mês.

Na mesma delegação em que seguiu o antigo primeiro-ministro guineense viajaram Agnelo Regalla, líder da União para Mudança (UM), Vicente Fernandes do Partido da Convergência Democracia (PCD), Martina Moniz em representação do Partido da Renovação Social.

Além destes dirigentes também seguiram viagem para Dakar os deputados Califa Seidi, do PAIGC, Vitor Mandinga do PCD bem como Idrissa Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional, sendo o Partido da Nova Democracia (PND), única força política com representação parlamentar que não se estará presente no encontro.

A CEDEAO é constituída pelos seguintes países: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

© Lusa

Ouça a entrevista:





Ex-PM da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, na cimeira da CEDEAO no Senegal

O ex-primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, deslocou-se para o Senegal onde hoje vai assistir, na qualidade de líder partidário, à cimeira de chefes de Estado da Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental CEDEAO).


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De acordo com fontes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de que Simões Pereira é líder, a CEDEAO convidou os responsáveis máximos de todos os partidos guineenses com representação parlamentar para estarem presentes na reunião de Dacar que, entre outros, irá debater a crise política na Guiné-Bissau.

O Presidente guineense, José Mário Vaz, viajou na tarde de sexta-feira para a capital senegalesa. 
De partida de Bissau para Dakar disse que vai discutir com seus pares da sub-região a situação atual na Guiné-Bissau, marcada por um impasse na nomeação de um novo Governo na sequência da exoneração do executivo de Domingos Simões Pereira, a 12 de agosto.

A CEDEAO, cuja presidência rotativa é detida atualmente pelo Senegal, quer ouvir dos lideres guineenses os motivos para a crise política que assola o país lusófono a ponto de deixá-lo sem Governo há um mês.

Na mesma delegação em que seguiu o antigo primeiro-ministro guineense viajaram Agnelo Regalla, líder da União para Mudança (UM), Vicente Fernandes do Partido da Convergência Democracia (PCD), Martina Moniz em representação do Partido da Renovação Social.

Além destes dirigentes também seguiram viagem para Dakar os deputados Califa Seidi, do PAIGC, Vitor Mandinga do PCD bem como Idrissa Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional, sendo o Partido da Nova Democracia (PND), única força política com representação parlamentar que não se estará presente no encontro.

A CEDEAO é constituída pelos seguintes países: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

MB // MSFLusa/Fim

ONU defende que Presidente guineense deve nomear novo primeiro-ministro "de acordo com a Constituição"

O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, afirmou hoje que o Presidente do país deve nomear o novo primeiro-ministro "de acordo com a Constituição" guineense, que remete para os resultados eleitorais.


Em conferência de imprensa, Trovoada disse esperar que o Presidente guineense, José Mário Vaz, irá respeitar "o quadro que foi definido pela Constituição", que orienta a indicação do primeiro-ministro conforme os resultados das eleições legislativas.
"A Constituição diz que se nomeia o primeiro-ministro tomando em conta os resultados das últimas eleições legislativas, que tiveram lugar em 2014. É esta a orientação mestra do Presidente da Republica na designação do primeiro-ministro", observou Miguel Trovoada.
O representante da ONU em Bissau disse que apenas terá uma ideia clara sobre qual a situação depois de José Mário Vaz auscultar os partidos políticos com representação parlamentar, conforme lhe foi ordenado pelo Supremo Tribunal de Justiça.
"Depois da consulta (aos partidos) é que vamos saber o que é que o Presidente da Republica vai fazer. Uma coisa é clara: Ele tem um quadro que foi definido pela Constituição que é de resultados das eleições, no quadro do partido vencedor das últimas eleições legislativas", frisou Trovoada.
Quanto ao futuro da Guiné-Bissau, o responsável da ONU apelou às partes para que encontrem "rapidamente uma plataforma de entendimento" para que o país possa retornar ao clima de estabilidade, ordem e desta forma prosseguir com o seu processo de desenvolvimento.
Miguel Trovoada afirmou que a postura da comunidade internacional será sempre a mesma, que é a de sensibilizar as partes para que possam entender-se.
A 12 de agosto, o Presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, justificando-se com dificuldade em relacionar-se com o primeiro-ministro.
O chefe de Estado nomeou depois Baciro Djá para o cargo, mas esta decisão foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal de Justiça por desrespeito à norma que obriga o Presidente a indicar o primeiro-ministro a partir dos resultados eleitorais. Lusa

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Guiné-Bissau enfrenta agora "uma situação bastante complicada" Diz O secretário executivo da CPLP, Murade Murargy

O secretário executivo da CPLP, Murade Murargy, considerou hoje que a Guiné-Bissau enfrenta agora "uma situação bastante complicada", após o Supremo Tribunal de Justiça guineense ter declarado inconstitucional o decreto presidencial que nomeou o novo primeiro-ministro.
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Os oito juízes conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que fazem o papel de Tribunal Constitucional, deram o seu voto favorável no sentido de declarar inconstitucional "na forma e na matéria" o decreto número 06/2015 do Presidente guineense, José Mário Vaz, que nomeou Baciro Djá primeiro-ministro.

Reagindo à Lusa, no final de uma visita do Presidente senegalês, Macky Sall, à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy disse que vai "consultar os órgãos competentes para ver qual é a decisão que a CPLP vai tomar em relação ao que se está a viver agora" na Guiné-Bissau.

"É uma situação bastante complicada, porque o que foi invalidado, de facto, foi a decisão de ele (José Mário Vaz) ter nomeado um primeiro-ministro sem seguir os procedimentos previstos para a escolha de um primeiro-ministro. Neste caso, como disse o Presidente do Senegal, é uma situação que temos que gerir com muito cuidado", disse o diplomata, apelando à participação da comunidade internacional na busca de uma solução para a Guiné-Bissau.

"Não podemos deixar o povo da Guiné-Bissau abandonado, temos que participar", frisou o responsável pela CPLP, órgão que nos próximos dias vai tomar a decisão de enviar uma missão àquele país africano.

"A ideia é fazermos uma missão (à Guiné-Bissau) antes (da Assembleia Geral da ONU) de Nova Iorque", que se realiza no dia 20 de setembro, disse o secretário executivo da CPLP.

Recentemente, um grupo de advogados entregou ao Supremo Tribunal de Justiça uma providência cautelar pedindo que analisasse a constitucionalidade da decisão do chefe de Estado de nomear Baciro Djá primeiro-ministro, contra a vontade do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), partido vencedor das eleições legislativas.

Aprovados acordos de pesca com Guiné-Bissau, Cabo Verde e Madagáscar

O Parlamento Europeu aprovou hoje os novos protocolos de pesca com a Guiné-Bissau, Cabo Verde e Madagáscar, que abrem as águas destes países a navios da União Europeia (UE), incluindo portugueses.

   

O protocolo com a Guiné-Bissau, de que foi relator o eurodeputado João Ferreira (PCP), prevê possibilidades de pesca para navios de Espanha, Itália, Portugal, França e Grécia, durante três anos.
A contrapartida financeira é de 9,2 milhões de euros por ano, correspondendo 6,2 milhões à contrapartida pelo acesso aos recursos da zona económica da Guiné-Bissau e 3 milhões ao apoio ao desenvolvimento do setor das pescas guineense.

Portugal detém, ao abrigo deste protocolo, duas licenças para palangre de superfície e possibilidades de pesca para arrasto de camarão (1060 Tonelagem de Arqueação Bruta que correspondem a cerca de quatro navios com as características da frota nacional).

O protocolo de pesca com Cabo Verde permite que 71 navios de Espanha, França e Portugal pesquem atum e outras espécies nas águas cabo-verdianas. Até finais de 2018, nove embarcações portuguesas (sete palangreiros de superfície e dois atuneiros com canas) vão poder pescar nestas águas.

O protocolo tem uma validade de quatro anos, com uma contrapartida de 3.300.000 euros e prevê ainda um mecanismo de acompanhamento para as capturas de tubarões, que representaram 83% das capturas efetuadas pelos palangreiros da UE em Cabo Verde em 2011-2012.

Já o acordo de pesca com Madagáscar, cujo relator foi o eurodeputado Ricardo Serrão Santos (PS) respeita apenas a capturas de atum e abrange 94 embarcações (40 de cerco e 54 palangreiros de diversas dimensões) de Espanha, França, Itália e Portugal.

A UE irá financiar o setor pesqueiro de Madagáscar em cerca de 700 mil euros anuais, a que acresce uma contrapartida geral no valor de cerca de 866.250 euros nos dois primeiros anos de vigência do protocolo e de 787.500 nos dois últimos anos.

No total, o acordo prevê a contrapartida de 6.107.500 euros da UE para Madagáscar durante os quatro anos.

PAIGC - CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

PAIGC - CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

9 de Setembro de 2015 às 15:25
PARTIDO AFRICANO DA INDEPENDENCIA DA GUINÉ ECABO-VERDE

Minhas Senhoras e meus Senhores
Muito boa tarde

1. O Supremo Tribunal de Justiça acaba de declarar inconstitucional o Decreto Presidencial nº 6/2015 que nomeia o Dr. Baciro Dja como Primeiro-Ministro da República da Guiné-Bissau.

2. No seu Acórdão nº 1/2015, todos os oito juízes que compõe ma plenária do Supremo Tribunal de Justiça entenderam que esse Decreto Presidencial viola a Constituição da Guiné-Bissau quer do ponto de vista formal quer do ponto de vista material. Do ponto de vista formal porque a nomeação do Dr. Baciro Dja não foi precedida de consulta prévia aos partidos políticos com assento parlamentar, como manda o art. 68 da Constituição; do ponto de vista material porque a decisão de propor o nome do Primeiro-Ministro compete só e tão-só ao PAIGC enquanto partido vencedor das últimas eleições legislativas com maioria absoluta, o que não aconteceu.

3. Esta decisão do Supremo Tribunal de Justiça tem efeitos gerais e imediatos, o que significa duas coisas:
a) O Presidente da República é obrigado a revogar o decreto 6/2015 e consequentemente exonerar o Dr. Baciro Dja como Primeiro-Ministro e a devolver o poder de escolha do Primeiro-Ministro ao PAIGC;
b) Qualquer acto político ou administrativo praticado pelo governo do Dr. Baciro Djá é nulo e sem efeito ea partir de agora pode acarretar responsabilização judicial.

4. Neste momento crucial da nossa convivência democrática enquanto Nação, quero, na minha qualidade de Presidente do PAIGC, felicitar a postura digna e nobre do poder judicial. Com esta decisão,o poder judicial afirmou a sua independência e restituiu a todos os Guineenses a esperança de ver consolidada no nosso país um verdadeiro Estado de direito democrático consubstanciado numa clara separação de poderes. Esta decisão do Supremo Tribunal de Justiça representa igualmente um acto de coragem dos venerados juízes daquele órgão de soberania, dado o contexto político conturbado e complexo em que foi tomada.

5. Com efeito, o poder judicial do nosso país,tantas vezes descredibilizado, fustigado e até vilipendiado vem mostrar-nos que é capaz de se erguer à altura da esperança de todo um povo.sentimos-nos pois orgulhosos da nossa justiça e, mais do que nunca, sentimos-nos no dever de todos juntos continuarmos a trabalhar para que o Poder Judicial se afirme como verdadeiros guardiões da legalidade e se posicione de facto como uma das alavancas fundamentais do nosso Estado de Direito Democrático;

6. Do ponto de vista político, este Acórdão representa uma vitória importante para o PAIGC e da democracia. O nosso partido venceu as eleições legislativas em Abril de 2014 com maioria absoluta. A única leitura política possível quando um partido vence as eleições com maioria absoluta é que esse partido recebeu um mandato claro dos eleitores para governar. O sufrágio popular foi claro e sem ambiguidade: o povo Guineense decidiu dar a governação ao PAIGC e essa vontade deve ser respeitada;

7. Apesar da sua maioria absoluta, o PAIGC, consciente da necessidade de superar as divisões profundas da nossa sociedade e de promover a estabilidade política tão necessária para o restabelecimento da confiança entre os Guineenses, abriu-se a outras forças políticas, formando um governo inclusivo que sossegou os espíritos e galvanizou o esforço colectivo de construção de uma Nação mais justa e próspera. Temos de manter essa linha de pensamento e de acção mantendo a disponibilidade e interesse para trabalhar com as outras forcas politicas e construir a inclusividade e a cooperação, fundamentais para os objectivos de desenvolvimento, estabelecidos;

8. Os primeiros resultados dessa governação inclusiva, visíveis aos olhos de todos, não enganam. O país começou a dar passos firmes rumo ao desenvolvimento. Terra Ranka, como simbolicamente foi denominado o Plano Estratégico e Operacional 2015-2025, foi amplamente sufragado pelos Guineenses e posteriormente pelo conjunto da comunidade internacional no dia 25 de Março de 2015 em Bruxelas;

9. Infelizmente, contra esta corrente positiva,contra as indiscutíveis realizações do governo,contra o desejo de praticamente todos os quadrantes da sociedade Guineense, e contra os reiterados apelos da comunidade internacional, todos estes ganhos foram postos em causa, com a decisão acima de demitir o governo que eu tinha o privilégio de dirigir;

10. Mas, apesar da angústia que esta decisão causou na esmagadora maioria da população em geral e nos militantes e simpatizantes do PAIGC em particular; apesar do nosso desacordo com os fundamentos invocados pelo Presidente da República para a demissão do governo, e apesar de manter sérias dúvidas sobre a constitucionalidade dessa medida, o PAIGC aceitou-a, e restringiu os seus actos ao respeito pelas regras basilares que caracterizam um Estado de direito democrático, isto é, o respeito pela Constituição e pelas leis;

11. O PAIGC entendeu ainda, desde o início, que o Decreto Presidencial nº 6/2015 que nomeia o Dr. Baciro Dja como Primeiro-Ministro estava ferido de inconstitucionalidade. Consagrando o nosso regime político o princípio da separação de poderes(executivo, legislativo e judicial), não compete ao governo, nem tão pouco aos partidos políticos, interpretar as leis. A aferição da constitucionalidade ou não do Decreto Presidencial nº 6/2015 só podia caber ao poder judicial, neste caso à plenária do Supremo Tribunal de Justiça,agindo na qualidade de Tribunal Constitucional;

12. Num processo de providência cautelar movido em relação a um acto administrativo praticado pelo Dr. Baciro Dja, levantou-se o incidente de inconstitucionalidade do Decreto nº 6/2015, obedecendo ao cariz concreto e incidental do nosso sistema de fiscalização constitucional. O Supremo Tribunal pronunciou-se claramente. Fez-se justiça.

13. Apesar das peripécias já vividas e que deixaram o país sem governo há quase um mês com a consequente paralisia do aparelho do Estado e custos políticos, económicos e sociais enormes, ainda vamos a tempo de repor as coisas no seu lugar.

14. Resta agora o cumprimento escrupuloso do Acórdão por todos. Vamos aguardar serenamente que o Presidente da República, em cumprimento deste Acórdão, revogue o decreto Presidencial 6/2015, exonere o Dr. Baciro Dja das funções de Primeiro-Ministro para que fora nomeado, e volte a convidar o PAIGC a propor um nome para Primeiro-Ministro. Aliás, outra coisa não se pode esperar do Presidente da República, enquanto principal garante pelo respeito da própria Constituição.

15. O PAIGC saberá produzir uma solução para esta crise política. Hoje não existe alternativa ao desígnio da estabilidade política tão almejada, que não seja devolver ao PAIGC a responsabilidade de governar. A isto se pode associar um pacto nacional de estabilidade, envolvendo todas as instituições da Republica,incluindo partidos políticos, sociedade civil, autoridades civis e religiosas, para clarificar as regras de jogo e dissipar eventuais dúvidas na interpretação das leis aplicáveis, e que permita criar as condições para a conclusão desta legislatura sem novos sobressaltos.  

16. Este e um momento alto do PAIGC, de todas as forcas amantes da paz.Saibamos pois transforma-la numa convocação de todos para a tolerância, a unidade e coesão internas, a favor do nosso desenvolvimento.  

Todos,pela paz, pela democracia e pelo desenvolvimento.
Bem hajam e muito obrigado a todos.

Audio da Conferência de Imprensa do PAIGC, na sequência do Acordão do Supremo Tribunal de Justiça. OUVIR
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