terça-feira, 30 de abril de 2013

Governo de transição pede cumprimento de promessa a Teerão

Bissau - O Governo de transição na Guiné-Bissau enviou o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades, Faustino Fudut Imbali, para a República do Irão, com o objectivo de manter encontros com as autoridades iranianas, até 30 de Abril.

Segundo uma nota de imprensa divulgada hoje, durante a estadia, o ministro Faustino Fudut Imbali vai analisar com as autoridades do Teerão, a concretização das promessas feitas por este país no quadro da ajuda à Guiné-Bissau.


Esta deslocação surgiu na sequência da recente visita que uma delegação iraniana efectuou à Guiné-Bissau, na qual foram avaliadas áreas de possível apoio, em que o Irão prometeu prestar ajuda a vários sectores do país.


De referir que o Governo de transição tem vindo enfrentar várias dificuldades de diversas ordens, tanto nos aspectos económicos como políticos, em consequência de golpe de Estado realizado a 12 de Abril de 2012.

Presidente da Federação acusado de ameaças de morte

Um membro do comité executivo da Federação de Futebol da Guiné-Bissau acusa o presidente do organismo, Manuel Nascimento Lopes (Manelinho), de lhe ter feito ameaças de morte, caso persista em questionar a sua liderança.

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    Em nota de imprensa, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Inum Embalo, suspenso por ordens de Manuel Nascimento Lopes, diz que o presidente da Federação tem tido ''comportamentos infantis e irresponsáveis''.


    Na carta, Embalo, até agora o membro do comité executivo da Federação encarregue do futebol feminino, afirma que Manuel Lopes o terá ameaçado de morte numa reunião e que este afirmou que se isso acontecesse sairia impune, porque ''o país não tem pena de morte''.


    Além de presidente da Federação, Manuel Lopes é também empresário e deputado no Parlamento da Guiné-Bissau.
    ''O mais caricato e inacreditável foi que o Deputado da Nação expressou em alto e bom som de que o país carece de leis [não tem pena de morte] e mesmo que ele cometesse um crime de assassinato vai pagar a caução, porque tem dinheiro suficiente para tal e sairia impune de tal ato'', lê-se na carta de Inum Embalo.

    Contactado pela Lusa, o assessor de imprensa de Manuel Nascimento Lopes disse que este não vai reagir neste momento.
    Inum Embalo diz que se sente ameaçado e pede a proteção dos órgãos competentes, ao mesmo tempo que insta o Ministério Publico a averiguar as declarações de Manuel Lopes, que diz terem sido proferidas na presença de outras pessoas.

    segunda-feira, 29 de abril de 2013

    Presidente guineense Serifo Nhamadjo regressou este domingo ao país

    Presidente interino guineense Serifo NhamadjoDepois de mais de um mês ausente do país, o Presidente interino Serifo Nhamadjo, regressou este domingo à Guiné Bissau, após tratamento médico na Alemanha.

    "Nunca e em circunstância nenhuma, fui interrogado por agentes da justiça americana", foi assim que o Presidente interino da Guiné Bissau, Serifo Nhamadjo, respondeu aos jornalistas presentes no aeroporto de Bissau, que queriam saber se ele tinha sido abordado na Alemanha pela polícia americana, após notícias surgidas na imprensa mundial de que ele estaria envolvido em tráfico de drogas, como Bubo Na Tchuto, preso por agentes da DEA, a agência americana de combate à droga e que está a ser julgado por um Tribunal de Nova Iorque.

    Serifo Nhamadjo, esteve ausente do país mais de um mês, em tratamento médico na Alemanha, com passagem pela Nigéria, como O Presidente da transição, Serifo Nhamadjo, garantiu  que as eleições gerais do país serão ainda este ano.  

    "Este ano haverá eleições", disse o Presidente respondendo a perguntas dos jornalistas no aeroporto de Bissau.

    A comunidade internacional tem sido unânime em exigir a formação de um governo inclusivo e a divulgação de uma agenda de transição, que contemple a realização de eleições ainda este ano. Alguns políticos e as chefias militares têm defendido eleições só em 2014.  

    "Antes de a comunidade internacional exigir nós já tínhamos dito que a inclusão será apanágio da nossa orientação, haverá um governo de inclusão no qual todas as forças poderão contribuir", garantiu Serifo Nhamadjo.  

    O Presidente não fixou uma data mas disse que o novo governo está para "breve". "Deem-me tempo para beber um copo de água, reunir-me com todos os responsáveis, com todas as forças vivas, para depois me pronunciar", disse, acrescentando acreditar que se os guineenses conseguirem consenso a "comunidade internacional será chamada a participar", apoiando a realização das eleições.

    Serifo Nhamadjo partiu a 20 de Março para a Nigéria, numa viagem programada para ser rápida e destinada a consultas com o seu
    homólogo Goodluck Jonathan.

    Na altura da partida disse que já havia consenso quanto à agenda do período de transição.  

    A ausência de Serifo Nhamadjo acabaria por se prolongar por 40 dias, tendo viajado da Nigéria para a Alemanha para fazer tratamento médico. Na Alemanha, disse hoje, esteve sempre entre o hotel e o hospital. Regressou a Abuja (Nigéria) na passada sexta-feira, "para agradecer ao Presidente Jonathan", e hoje voltou a Bissau.  

    A prolongada ausência, e a falta de informações detalhadas sobre a sua saúde, levaram a muitas especulações em Bissau que hoje
    Nhamadjo classificou de saídas "da cabeça dos imaginários" e de "visionários que pensam em coisas e as traduzem numa realidade". 

    Para Serifo Nhamadjo tais especulações são normais, porque há sempre quem "deseja e pense mal" de qualquer Presidente, mesmo
    os "mais democraticamente eleitos", e por isso inventa situações. 

    Serifo Nhamadjo, visivelmente debilitado, afirmou-se feliz por estar de regresso e agradeceu todas as manifestações de solidariedade que foi recebendo nos últimos 40 dias, acrescentando que perdoa aos que nesse tempo lhe desejaram mal.  

    "Já estou pronto para dar a minha contribuição", disse Serifo, que chegou a Bissau a bordo de um avião da Força Aérea da Nigéria.

    Quanto à prisão do antigo chefe da marinha Bubo Na Tchuto, pelos Estados Unidos, que também acusaram o actual chefe das Forças
    Armadas, António Indjai, de envolvimento em tráfico de droga e de armas, Serifo Nhamadjo não fez comentários.  

    "Estive em tratamento, vou reunir-me com os responsáveis para ter mais detalhes e a partir daí fazer o meu juízo", justificou.  

    A Guiné-Bissau vive um período de transição desde o ano passado, na sequência de um golpe de Estado a 12 de Abril. O período de
    transição deveria terminar em Maio mas foi prolongado até ao final do ano. 

     
    (01:54)
     

    Tribunais em risco de segurança funcionam em condições precárias

    2013-04-27 Rádio Vaticana
    Ouça aqui...
    Na Guiné-Bissau alguns Tribunais têm condições muito precárias de funcionamento. Estão instalados em apartamentos privados correndo muitas vezes o risco de segurança e de despejo. Esta e outras notícias numa peça da nossa correspondente na Guiné-Bissau Indira Baldè...

    domingo, 28 de abril de 2013

    Incidência do paludismo é preocupante na Guiné-Bissau: em 2011 morreram 370 pessoas das quais 164 crianças com menos de 5 anos de idade.

    Manila, August 17, 2011.

    Na Guiné-Bissau, a malária continua a constituir uma das enfermidades com maior incidência na população.

    Este ano, o dia mundial de luta contra a malária não foi assinalado oficialmente, porque não havia os fundos necessários, mas foi possível analisar as estatísticas da doença.


    Os dados foram apurados hoje pela Voz da América e constam do relatório de 2012, o último, o qual ainda não foi apresentado: dos 129.684 casos de malária registados no ano passado, 370 morreram e dentro deste número, 164 são crianças menores de cinco anos, ou seja, em termos percentuais, representam 44% de vítimas mortais.


    Isto deve-se, segundo o coordenador do Programa Nacional de Luta contra Paludismo, Paulo Djata, à vulnerabilidade desta faixa etária.
    O quadro geral da prevalência de malária na Guiné-Bissau situa-se em 7.9%, sendo a região de Gabu, leste do país, a mais afectada com 12.2, seguida de Oio, norte com 9.6%. Bissau, a capital, apresenta um quadro de prevalência calculada em 8.7%, mesmo número com região de Quinara, no sul da Guiné-Bissau.


    A região menos afectada pelo paludismo é a região de Cacheu, a qual, conforme dados estatísticos, não figura além de 1.9%.
    Em face deste cenário e com a época das chuvas à porta, uma época muito favorável a incidência de malária na Guiné-Bissau, o Ministério da Saúde guineense tem apostado em medidas preventivas, medidas rotineiras que têm surtido efeito no seio das comunidades.

    Guiné-Bissau é o país com piores indicadores em termos de segurança aérea

    Guiné-Bissau é o país da África Ocidental que apresenta os piores indicadores em termos de segurança aérea. As conclusões surgiram durante o encontro de peritos de aviação da União Económica da África Ocidental.

    Logo da União Económica da África Ocidental- UEMOA.

    A Guiné-Bissau não conseguiu atingir a meta estabelecida pelos países da África Ocidental no que toca à segurança aérea. Quem o diz é Gregório Gomes, director de segurança do Instituto Nacional de Aviação civil na Guiné-Bissau. O responsável afirma que a falta de quadros especializados poderá ter contribuído para a má prestação do país no que refere aos indicadores de segurança aérea.

    No oitavo encontro de peritos de aviação da União Económica da África Ocidental-UEMOA- a Guiné-Bissau aproveitou para pedir apoio aos parceiros para que no futuro o país possa atingir os níveis desejáveis, ou seja os sessenta e cinco por cento.

    Todavia, no que diz respeito à segurança aeroportuária a Guiné-Bissau apresentou melhorias, avanços que foram saudados pelos países que participaram no encontro.

    A União Europeia apoia os esforços para lutar contra a cólera

    A União Europeia apoia os esforços para lutar contra a cólera Seis meses após a declaração de uma epidemia de cólera na Guiné-Bissau e do envolvimento da União Europeia para uma resposta de emergência, ainda persistem casos residuais e há receios de uma reaparição da doença. A União Europeia decidiu reforçar o seu envolvimento na luta contra a cólera concedendo um financiamento à Organização Mundial da Saúde (OMS), no intuito de fortalecer a detecção, a gestão e o acompanhamento dos casos.

    Quase quatro mil casos de cólera foram detectados desde a declaração oficial da epidemia em Outubro de 2012. Embora o pico da epidemia tenha passado, casos residuais estão a ser ainda detectados. A chegada iminente da época das chuvas pode fomentar a propagação da doença, devido aos riscos acrescidos de inundação dos sistemas de água e saneamento, especialmente nas áreas urbanas do país.

    "O objectivo principal deste financiamento é permitir à OMS de melhorar a sua capacidade de intervenção na luta contra a cólera", declarou o Embaixador Joaquín González-Ducay, Chefe da Delegação da União Europeia junto da República da Guiné- Bissau. "Queremos melhorar a detecção precoce dos casos e a gestão adequada dos pacientes, evitando o esgotamento dos estoques de fármacos.

    " Este financiamento de 130 milhões de Francos CFA coloca-se na sequência das contribuições já concedidas pela União Europeia em Junho de 2012 à UNICEF, para garantir o fornecimento de água potável e a melhoria da condições de higiene e de saneamento nas áreas de maior risco da Guiné-Bissau.

    A ajuda da União Europeia faz parte de uma estratégia a nível da sub-região para a capacitação sobre a prevenção, a detecção e o tratamento de casos endémicos de cólera especialmente ao longo da costa Oeste Africana, onde a bactéria da cólera dispõe de um terreno fértil a sua propagação. Ao longo dos últimos 10 anos, a cólera tem vindo a aumentar na África Ocidental, com cerca de 300 mil pessoas directamente atingidas e 36 mil mortes a cada ano. Bissau, 26 de Abril de 2013

    sábado, 27 de abril de 2013

    José E Santos e Obasanju abordam situação na Guiné-Bissau

    Luanda: O Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, recebeu esta semana, no Palácio Presidencial, à Cidade Alta, em Luanda, uma mensagem verbal do seu homólogo da Nigéria, Goodluck Ebele Jonathan, transmitida pelo ex-presidente daquele país, Olusegun Obasanjo.

    Em declarações à imprensa, à saída do encontro, de cerca de uma hora, Olusegun Obasanjo disse ter aproveitado o ensejo para reforçar a amizade pessoal com o líder angolano, além de abordar também questões ligadas à conjuntura africana.

    O político que esteve em Luanda na qualidade de enviado especial de Goodluck Ebele Jonathan, precisou que durante a conversa com José Eduardo dos Santos foram passadas em revista questões que se prendem com as relações entre Angola e a Nigéria.

    O antigo Chefe de Estado e membro do Comité de Sábios da União Africana destacou que um dos assuntos discutidos prende-se com a situação vigente na Guiné-Bissau, tendo em conta a importância para os dois países.Informou que acordaram perspectivar as vias conducentes à resolução do problema da Guiné-Bissau, sublinhando a disponibilidade manifestada pelo estadista angolano.Olusegun Obasanjo governou a Nigéria entre 1999 e 2007 e é tido como um africanista, sendo dos principais impulsionadores do lançamento da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento de África), entre outras iniciativas continentais.


    Opinião dos  leitores no FACEBOOK

    Areolino Lopes da Cruz NOVAS DA GUINÉ-BISSAU: José E Santos e Obasanju abordam situação na Guiné-Bissau. Essa notícia é para deixar de perplexo os guineenses de bom senso. Porque a Nigéria faz parte daquela cambada de "paíes" (quer dizer de regimes que vigoram nesses países) inveijosos - caso do Senegal que nos quer sempre submissos e dependentes a eles, arrogantes - caso da própria Nigéria, por se considerar gigante da nossa zona, claro que é, mas que não se sentiu bem com a presença dos angolanos que veio simplesmente para nos ajudar, já que eles não fazem e odiosos - caso da Costa de Marfim, que quer vingar a todo custo Angola pelo apoio que José E dos Santos prestou ao antigo Presidente GBagbou e logo a descarga veio para cima de nós, pobres e coitados. O Burkina Faso entrou nessa história sabe-se la como e porquê, mas está metido. Portanto, é um mini CEDEAO que entrou nessa história de apoiar golpe de estado e que agora querem bater com os pés por causa dos americanos que lhe estão em cima. O Burkina Faso já anunciou a retirada das suas tropas até 5 de Maio deste ano, por falta de orçamento para manutenção das suas forças no terreno e, logo vem outros tantos e certamente pelas mesmas razões. Essa posição do Mini CEDEAO vem sobretudo à rasto do Senegal, porque numa primeira fase após o golpe foi veementemente condenado para logo de seguida reconhecerem o novo regime. Mas não sabiam com quem estavam a meter, só que agora para sairem é um bico de obra. Senegal tem inveija do projecto de Porto de Buba e da exploração dos nossos minerais, portanto farão tudo para sempre nos adias as nossas realizações, coisas que esses patetas, burros e gananciosos não conseguem enxargar e tocam a fazer distarates por causa das suas ganancias desmedidas. Estamos sentados e sem pressa para assistir tudo aquilo que vai sair dessa recambulesca situação de golpes de estado, é toda hora o país não avança e o povo está completamente exausto. Peço as minhas desculpas caso for inconveniente e muito obrigado.

    sexta-feira, 26 de abril de 2013

    Tribunal da Guiné-Bissau condena Pansau N’Tchama a cinco anos de prisão

    Pansau N'Tchama 27/10/09Pansau N’Tchama foi condenado a cinco anos de prisão efectiva, pelo ataque ao quartel dos para-comandos em Outubro passado. O tribunal regional de Bissau absolveu ainda oito militares por falta de provas.

    Pansau N'Tchama, Jorge Sambu e Braima Djedju foram acusados de crimes de traição à pátria e uso indevido de armas de fogo. Por isso, o tribunal regional de Bissau condenou-os a cinco anos de reclusão efectiva.

    Um outro militar foi condenado a quatro anos de prisão, dois a pena de três anos e seis meses e três ficarão presos durante três anos. Do grupo, sete militares e um civil foram absolvidos por falta de provas.

    O tribunal concluiu que Pansau N'Tchama, a mando do ex-chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Zamora Induta, tentou subverter a ordem constitucional no país, numa operação que teria sido preparada a partir da Gâmbia. A operação culminou com o ataque ao quartel dos para-comandos em Bissau.

    Mbisan Na N'Quilin, porta-voz do colectivo de advogados de defesa, salientou o facto de pela primeira vez "um caso militar" ter sido julgado na Guiné-Bissau, mas afirmou que a defesa não concorda com as sentenças.

    Situação da Guiné-Bissau é notícia triste para África, diz Mo Ibrahim

    Font: Rádio ONU

    25/04/2013 17:00

    O milionário e filantropo africano, Mo Ibrahim, avaliou a atual situação da Guiné-Bissau como "uma notícia triste" na liderança dos países de língua portuguesa em África.

    Nova York - O milionário e filantropo africano, Mo Ibrahim, avaliou a atual situação da Guiné-Bissau como "uma notícia triste" na liderança dos países de língua portuguesa em África.

    Ele falou à Rádio ONU, quarta-feira, em Nova York, após participar num evento sobre economia e sociedade nas Nações Unidas.

    Ibrahim disse que o quadro político da Guiné-Bissau é uma notícia triste se comparado ao de Cabo Verde. Nos países de língua portuguesa, mencionou Portugal que "não está em boa forma." O milionário disse que a liderança aparece de forma excecional e pode ser encontrada em outros países ou na África do Sul ou no Botsuana, que podem produzir "líderes maravilhosos."

    A Guiné-Bissau passa por um processo de transição, após um golpe militar ocorrido em abril do ano passado. A ONU está envolvida na busca de uma solução para o país, em coordenação com a União Africana,  bloco regional, Cedeao, e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP.

    Mo Ibrahim é o mentor da fundação que premiou os antigos presidentes de Cabo Verde, Pedro Pires,  e de Moçambique, Joaquim Chissano, com um galardão  atribuído, anualmente, para celebrar exemplos de boa liderança no continente.

    Agricultores da Guiné-Bissau preocupados com preços baixos do caju

    Bissau, 25 abr (Lusa) - Os agricultores da Guiné-Bissau consideram baixos os preços de venda de caju, o principal produto do país, e querem a intervenção do governo para que haja mais compradores e por isso mais concorrência e melhores preços.

    Os agricultores e a Câmara de Comércio reuniram-se hoje em Bissau com o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, e o presidente da Assembleia Nacional (e Presidente da República em exercício dado a ausência do país do Presidente de transição), tentando sensibiliza-los para o problema.

    "A situação no terreno é precária, os preços não são os melhores. Estão a 100 francos (15 cêntimos) o quilo, no máximo 150 francos. E há troca de caju por arroz, um quilo de arroz por três de caju. Isto é inaceitável", disse aos jornalistas o presidente da Associação Nacional de Agricultores, Mamasamba Embaló.

    Dois continentes, uma visão

    Bissau, 25 de Abril de 2013 : O Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e seis Comissários europeus irão reunir-se com os seus homólogos da União Africana nos dias 25 e 26 de Abril de 2013, em Adis Abeba, Etiópia. Este evento, que decorre no contexto do 50.º aniversário da Organização da União Africana, será uma oportunidade para intensificar a cooperação bilateral e o diálogo político entre os dois continentes, promover interesses partilhados e enfrentar os desafios regionais e globais comuns no âmbito da Estratégia Conjunta ÁfricaUnião Europeia.

    A este propósito, o Presidente da Comissão Europeia, Sr. José Manuel Durão Barroso, declarou: «A África e a Europa são os vizinhos mais próximos um do outro. A parceria entre a Comissão Europeia e a União Africana tem vindo a tornar-se cada vez mais importante com o tempo. Congratulo-me com a próxima reunião dos nossos dois Colégios, um acontecimento que simboliza a cooperação, a convergência e a cumplicidade existentes entre as duas organizações congéneres que estão na origem da integração regional tanto na Europa como em África. Podemos estar orgulhosos de tudo o que conseguimos realizar juntos até hoje. E estou convencido de que podemos ir muito mais longe no futuro, fazendo face, em conjunto, aos nossos desafios comuns, desde a acção para o clima à segurança regional, erradicando a pobreza e partilhando as vantagens do comércio e do crescimento.»

    A União Europeia é o principal parceiro comercial de África e continua a ser o seu doador mais importante. Os países africanos receberam cerca de 16 mil bilhões de Francos CFA de ajuda pública ao desenvolvimento da União Europeia no período de 2007 a 2012.

    Mais recentemente, a União Europeia concedeu cerca de 33 mil milhões de Francos CFA para apoiar a Missão Internacional de Apoio ao Mali sob liderança africana (AFISMA) através do Mecanismo de Apoio à Paz em África, que assiste a União Africana e as organizações regionais africanas na realização de operações de manutenção da paz, como a AMISOM na Somália e a MICOPAX na República Centro-Africana. Através do Mecanismo de Apoio à Paz em África, a União Europeia suporta principalmente as despesas não militares da força, como as ajudas de custo diárias, as despesas médicas e de transporte. Desde 2004, a União Europeia afectou mais de 720 bilhões de euros através do Mecanismo de Apoio à Paz em África para evitar conflitos e promover a paz, por exemplo no Darfur, na Somália e na República Centro-Africana.

    A África e a Europa partilham um mesmo desafio que consiste em consolidar um crescimento económico sustentável e garantir o seu carácter inclusivo na criação de emprego, especialmente para as mulheres e os jovens, sendo necessária uma acção coordenada a nível continental, regional e nacional para atingir este fim. Neste contexto, as questões relativas ao comércio, à integração regional, à agricultura e às matérias primas farão parte dos principais pontos da ordem de trabalhos. Em matéria de educação, saúde e emancipação dos jovens e das mulheres, bem como do desenvolvimento do capital humano, os Comissários irão analisar os meios para cooperar de forma mais estreita para enfrentar os desafios estruturais e contribuir, deste modo, para a prosperidade económica.

    Contexto

    A Estratégia Conjunta África-União Europeia define uma visão partilhada a longo prazo do futuro das relações entre a África e a União Europeia num mundo globalizado. Foi adoptada por 80 Chefes de Estado e de Governo de África e da Europa na Cimeira de Lisboa, em Dezembro de 2007.

    Ambas as partes acordaram em perseguir, em conjunto, interesses e objectivos estratégicos comuns, além das questões tradicionais do desenvolvimento, do âmbito geográfico exclusivo de África e das instituições, associando mais à sua acção os parlamentos e os doadores, incluindo o sector privado, a sociedade civil e os jovens. A próxima Cimeira África-União Europeia deverá realizar-se em Bruxelas, em Abril de 2014.

    quinta-feira, 25 de abril de 2013

    Americanos reiteram que o antigo Chefe da Armada Guineense foi detido em águas internacionais

    Drug Enforcement Administration, Departamento Americano de luta antidrogaContinuam a dar azo a debate as circunstâncias da recente detenção pelos Estados Unidos do antigo Chefe do Estado-Maior da Marinha da Guiné-Bissau, o contra almirante Bubo Na Tchuto bem como a formalização pelos americanos de um mandado de captura internacional contra António Indjai, Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Guineenses, este último como o primeiro sendo acusado de tráfico de droga e de armas.

    Nos últimos dias, as autoridades Guineenses têm multiplicado as declarações sobre estes casos. No sábado passado, as Forças Armadas da Guiné-Bissau declararam-se dispostas a colaborar com os Estados Unidos na investigação sobre tráfico de drogas e armas e negaram o alegado envolvimento de António Indjai em acções contra os Estados Unidos. Todavia, as Forças Armadas não deixaram igualmente de acusar os Americanos de ter organizado uma cilada para raptar tanto António Indjai como Bubo Na Tchuto cuja captura, segundo o exército Guineense, ocorreu em águas Guineenses.

    Esta versão é refutada pelos Estados Unidos cujo departamento de luta antidroga, DEA - Drug Enforcement Administration - reiterou em entrevista com a RFI que o antigo Chefe do Estado-Maior da Marinha da Guiné-Bissau foi detido em águas internacionais, a DEA não especificando se houve ou não participação de Cabo Verde nesta operação. Ao referir-se à Guiné-Bissau como sendo um Narco-Estado, Rusty Payne, porta-voz da DEA - Drug Enforcement Administration- começa por enunciar as acusações que pesam sobre António Indjai.

     

    Rusty Payne, porta-voz da DEA
    (01:17)
     

    Na passada segunda-feira, o governo Guineense de transição também acusou os Estados Unidos de terem capturado Bubo Na Tchuto em território Guineense com a colaboração da polícia de Cabo Verde e sem ter estabelecido quaisquer contactos diplomáticos com a Guiné-Bissau neste sentido. Ao reclamar a colaboração judiciária dos Estados Unidos, o executivo de transição também frisou que o julgamento de Bubo Na Tchuto na Guiné-Bissau ou de qualquer outro cidadão Guineense é "um direito constitucional".

    Este ponto de vista não é partilhado pelos Estados Unidos que acusam Bubo Na Tchuto de conspiração contra os Estados Unidos. Ao enumerar as acusações que pesam sobre o antigo Chefe da Armada Guineense, o porta-voz da DEA, Rusty Payne, justifica a atitude adoptada pelos Estados Unidos.

     

    Rusty Payne, porta-voz da DEA
    (01:19)
     
     
    Fonte: R F I

    Sindicatos suspendem greve do Ministério das Finanças

    Bissau  - A greve dos trabalhadores do Ministério das Finanças da Guiné-Bissau foi hoje (quarta-feira) suspensa por iniciativa dos sindicatos mas pode ser retomada no início de Maio, disse uma fonte sindical. 

    A greve tinha começado na passada quarta-feira e deveria durar pelo menos 10 dias, com os trabalhadores a reivindicarem o pagamento de subsídios atrasados. 

    Carlitos Mendonça, porta-voz dos sindicatos, disse hoje (quarta-feira) à Lusa que os trabalhadores decidiram suspender a greve para possibilitar o pagamento dos ordenados da função pública do mês de Abril. 

    Segundo o responsável, em conta esteve também o facto de na próxima semana se comemorar o dia do trabalhador (01 de Maio), uma data muito festejada na Guiné-Bissau.

    "Se não interrompêssemos haveria uma crise no pagamento de salários", disse. 

    Na última semana, segundo Carlitos Mendonça, Ministério e sindicatos reuniram-se mas não chegaram a acordo, embora o sindicalista tenha esperança de que haja "possibilidade de um acordo" nos próximos dias. 

    Caso governo e sindicatos não se entendam é possível que haja nova greve após as comemorações do dia 01 de Maio, advertiu. 

    Os sindicatos exigem o pagamento de incentivos em falta desde Junho do ano passado. 

    Já em Fevereiro os funcionários do Ministério das Finanças estiveram em greve com a mesma reivindicação, o pagamento de seis meses (na altura) atrasados de subsídios, que são uma percentagem dos impostos que cobram e que está a ser retida pelo tesouro público.  

    Incêndio consome aldeia no sul sem causar vítimas

    Bissau - Uma aldeia do sul da Guiné-Bissau foi destruída na última madrugada por um incêndio, sem causar vítimas, noticiou  a Rádio Solmansi.   

    Segundo a rádio, que cita testemunhas locais, o incêndio destruiu 14 casas da região de Titi, zona sul da Guiné-Bissau.   

    A testemunha disse que os habitantes fugiram das casas e procuraram refúgio na mata e que o incêndio consumiu toda a aldeia.   

    O incêndio, acrescentou, terá começado num local onde se fumava peixe.  

    A época das chuvas na Guiné-Bissau começa no próximo mês.

    China entrega 110 postes de iluminação pública solar à Guiné-Bissau

    Bissau, 24 abr (Lusa) - A China entregou às autoridades da Guiné-Bissau 110 postes de iluminação solar de via pública para colmatar a falta de energia recorrente da cidade de Bissau.

    No ato da entrega formal dos postes, realizado terça-feira à noite, o primeiro-ministro do Governo de transição, Rui de Barros, elogiou a China pela forma como "tem vindo a consentir sacrifícios em prol do povo da Guiné-Bissau.

    "É um gesto muito importante que o povo da Guiné-Bissau agradece do fundo do coração ao povo chinês, pelo sacrifício que tem consentido em prol da Guiné-Bissau", disse Rui de Barros, salientando que a segurança pública ficará reforçada em Bissau.

    Projecto de investigação da União Europeia desenvolve novo meio de diagnóstico da malária

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    quarta-feira, 24 de abril de 2013

    MUITO GIRA canção q passa na Bélgica sobre Lisboa

     Deve ser filha de portugueses.


    Tem graça esta...Para os lisboetas/alfacinhas e para quem gosta da capital.


    Vai-se ouvindo na rádio na Bélgica.
    Vejam o vídeo e ouçam! Principalmente o refrão.

    Canção q passa na Bélgica sobre Lisboa

    Mutilação genital feminina no cinema Portuguesa filma mutilação genital não como barbárie, mas como acto civilizacional

    Para ver Video

    Trailer

    http://maiortv.com.pt/cultura/mutilacao-genital-feminina-no-cinema-006

    A mutilação genital está presente no filme “Bobô”, da realizadora portuguesa Inês Oliveira, que hoje estreou no festival IndieLisboa, e que vê a prática não como “uma barbárie”, mas como “um acto civilizacional”.

    É a primeira vez que o tema da mutilação genital feminina – que, em Portugal, afecta sobretudo as mulheres de algumas etnias originárias da Guiné-Bissau – é tratado numa ficção nacional.

    Inês Oliveira disse à Lusa que decidiu filmar “Bobô” depois de conhecer uma mulher guineense. “A história nasceu de uma forma um pouco espontânea”, explica, reconhecendo que, quando ouviu falar da prática, julgava que “era uma coisa que acontecia muito longe, algures entre tambores”, em África.

    “Bobô” – que foi hoje exibido na Culturgest, no âmbito do festival de cinema IndieLisboa – conta a história da relação entre duas mulheres, Sofia, portuguesa, e Mariama, guineense, com diferentes “maneiras de estar no mundo”.

    “Sabia muito pouco sobre o assunto e tinha aversão, e ainda hoje tenho, mas não conseguia contextualizar”, conta Inês Oliveira, que optou por tratar o tema “do ponto de vista do simbólico e não analisá-lo tanto do ponto de vista físico”.

    A mutilação genital feminina “é muitas vezes” tida “como uma barbárie, quando, na verdade, é um ato civilizacional, ou seja, é fruto de uma necessidade, de uma vontade de capitalizar as jovens raparigas”, destaca. “É acompanhada de um ritual que é tomado como educação. Há uma escolinha onde elas [as meninas] aprendem uma série de lições de vida”, explica.

    O objectivo é controlar a sexualidade feminina”, mas esse fim é comum a “todas as civilizações, porque a mulher pode mentir em relação ao pai da criança”, diz.

    Quando a conheceu, há dois anos, a actriz guineense Aissato Indjai, que interpreta Mariama, “mal falava português”. Era “muito orgulhosa da sua cultura”, mas também “crítica”, e deu "um valor de autenticidade" ao filme.

    A realizadora nunca abordou o assunto da mutilação com Aissato Indjai. “Acho que é um assunto da intimidade das pessoas. Muitas pessoas que foram submetidas à prática não querem ser vistas como vítimas e eu percebo isso perfeitamente. Eu própria, se fosse excisada, não o diria”, frisa.

    A comunidade imigrante guineense que foi “conhecendo” ao longo das filmagens é "muito típica, em todas as suas qualidades e defeitos”, resume.

    Recordando a comunidade portuguesa em França, realça que “há sempre uma cristalização da essência nacional nas comunidades imigrantes”.

    “Como os portugueses em França também comem o seu bacalhau sempre que podem e ouvem a música portuguesa e há ali uma exacerbação do ser português, também os guineenses assim o fazem, porque há uma luta de sobrevivência da sua identidade, étnica e nacional”, compara.

    Na comunidade guineense, encontrou pessoas com “opiniões muito distintas” sobre a prática da mutilação genital feminina. “Não consigo generalizar e dizer que maioria das pessoas são contra ou a maioria das pessoas são a favor”, diz.

    No filme, Mariama decide fugir com a irmã, Bobô, para evitar que ela seja submetida à mutilação. “Era importante ser ela própria, a Mariama, a insurgir-se, e não ser a Sofia a fazê-lo”, assume.

    “Bobô” – que está em competição no IndieLisboa e volta a ser exibido na sexta-feira, às 19:00 – ainda não tem data de estreia nas salas nacionais.

    O vídeo que aqui deixamos, nada tem a ver com o filme. Trata-se apenas de alertar a opinião pública para esta prática que, assustadoramente, continua bem patente nos dias de hoje. A peça retrata a vida de Ari Sano, numa reportagem da jornalista Joana Domingues, com imagem de Imagem de Hugo Amaral e edição de Bruno Gascon.

    Governo de Cabo Verde desvaloriza acusações da Guiné-Bissau

    Praia - O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, considerou esta terça-feira que as acusações feitas pelo Governo de transição da Guiné-Bissau de que Cabo Verde teve participação na captura do ex-chefe do Estado-Maior da  Marinha guineense, José Américo Bubo Na Tchuto, “não são credíveis”, pelo que as “desvaloriza completamente”, soube-se de fonte oficial.

    "Não estamos a brincar aos Governos e não comento declarações desta natureza”, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano quando confrontado com as declarações feitas segunda-feira, em Bissau, pelo porta-voz do Governo de transição guineense, Fernando Vaz.

    Segunda-feira, o porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau disse ter provas de que Bubo Na Tchuto, actualmente detido nos Estados Unidos por tráfico internacional de drogas, foi preso em território guineense com a participação de polícias cabo-verdianos.

    Fernando Vaz disse ter ficado “surpreendido com mais este insólito e provocatório comportamento do Governo cabo-verdiano, quando usa dois pesos e duas medidas na sua contribuição no combate à criminalidade na sub- região".

    Ele acusou ainda Cabo Verde de ser cúmplice "na passagem pelo seu território de armas e de medicamentos destinados aos combatentes do MFDC" (Movimento das Forças Democráticas de Casamança), grupo independentista do sul do Senegal, precisando que o seu Governo de transição "tem provas" disso.

    No entanto, poucos dias depois da detenção, a 02 de Abril, do contra-almirante Bubo Na Tchuto, o primeiro- ministro cabo-verdiano negou a participação das autoridades policiais cabo-verdianas na operação que levou à prisão do ex-chefe do Estado-Maior da Marinha da Guiné-Bissau, que, segundo os relatos na imprensa, teria ocorrido em águas internacionais próximas de Cabo Verde.

    José Maria Neves explicou na altura que se tratou de um caso de polícia e de uma operação conduzida por forças norte-americanas, adiantando que Cabo Verde não quer “qualquer louro em relação à acção dos Governos de outros países”.

    O chefe do Governo cabo-verdiano precisou que a participação de Cabo Verde na operação apenas se restringiu ao apoio para o trânsito no arquipélago, uma vez que os tripulantes da embarcação apreendida e Bubo Na Tchuto foram conduzidos ao porto da Palmeira, na ilha do Sal, para depois serem transportados ao aeroporto internacional Amílcar Cabral, de onde foram embarcados num avião norte-americano rumo aos Estados Unidos.

    O primeiro-ministro cabo-verdiano escusou-se, no entanto, a comentar a detenção do antigo chefe da Marinha da Guiné-Bissau pelos agentes antinarcóticos dos Estados Unidos.

    “É um caso de polícia e não queria entrar em questões que têm a ver com a operação de forças policiais”, disse José Maria Neves.

    Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau diz que da justiça funciona a meio gás

    Luís Vaz Martins, presidente da Liga Guineense dos Direitos do Homem

    Na Guiné-Bissau existem vinte e seis tribunais sectoriais porém apenas onze estão a funcionar. O presidente da Liga dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, Luís Vaz Martins, denunciou a situação e afirmou que negar o acesso à justiça é uma violação dos direitos humanos.

    Os tribunais sectoriais foram criados no país há quase uma década, inspirados no modelo importado do Brasil e com o objectivo de levar a justiça a todos os cidadãos, todavia e segundo o responsável pela Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau em nenhum momento estiveram todos a funcionar.

    Dos onze que funcionam, Luís Vaz Martins lembra que muitos deles se encontram em edifícios com condições precárias que não garantem "segurança nem respeitabilidade" e que os funcionários são constantemente ameaçados pelos senhorios que exigem maior celeridade nos pagamentos das rendas.

    A merecer a atenção do activista está o Tribunal Regional Sul, em Buba, que abrange as regiões de Quínara, Tombali e Bolama- a instituição está fechada há já dois anos e obriga a população a recorrer ao Tribunal de Bafatá, que fica a cerca de duzentos quilómetros.

    Uma situação insustentável para o presidente da Liga dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, que salientou que a falta de Justiça no país leva à impunidade e "é uma das principais causas de instabilidade do país". Luís Vaz Martins pediu ao governo que se esforce no sentido de serem nomeados magistrados para esses tribunais e para que a justiça chega a todos.

    Luís Vaz Martins, presidente da Liga dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau
     
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    JOÃO VIANA SOBRE "A BATALHA DE TABATÔ" O filme que pode desencadear "descolonização mental"

    O filme que pode desencadear "descolonização mental"

    O realizador João Viana filmou uma aldeia na Guiné-Bissau e agora espera que "A Batalha de Tabatô", em exibição no festival IndieLisboa, "limpe o olhar" dos espetadores e desencadeie um processo de "descolonização mental". Veja o vídeo.

    Após ter sido distinguida com menção honrosa no Festival de Cinema de Berlim, em fevereiro, a longa-metragem "A Batalha de Tabatô" chega ao público português na quarta-feira, integrada na competição do festival de cinema IndieLisboa.

    O que João Viana encontrou em Tabatô, nome da tabanca (aldeia) de músicos mandingas da Guiné-Bissau para onde foi filmar, resultou numa curta e numa longa-metragem, ambas exibidas em Berlim.

    A longa-metragem, que vai ser exibida no IndieLisboa, tem estreia marcada nas salas nacionais para "início de junho", adiantou à Lusa o cineasta luso-angolano.

    Os habitantes de Tabatô vão ter oportunidade de se verem no grande ecrã, porque João Viana está a planear viajar com o filme pela Guiné-Bissau, durante o mês de julho. "É terrível estar cá, estou morto por ir para lá outra vez", confessa.

    França, Bélgica e Alemanha serão outras das paragens do filme, mas João Viana faz questão de não iludir a realidade.

    "Não é possível o que está a acontecer à cultura. São marcas gravíssimas que só se vão ver para o ano", alerta, recusando que o cinema até esteja a correr bem, "apesar da crise".

    "Pensa o poder que os criadores arranjam sempre alternativas", critica, recordando que "mais de 300 pessoas" surgem no genérico de "A Batalha de Tabatô", porque o cinema é "uma arte coletiva" e "não é possível fazer um filme sozinho".

    O cineasta nunca tinha estado antes na Guiné-Bissau, mas resolveu ir conhecer a aldeia que gira em torno da música. A princípio, o sítio não o surpreendeu, "as tabancas pareciam todas iguais" e "não via a riqueza" da floresta, recorda, confessando que foi "preciso peneirar a realidade" e "limpar o olhar ocidental".

    Em Tabatô, deparou-se com olhares "sujos", de parte a parte. "Foi muito bom ver o olhar perante mim, enquanto branco, mudar. Da mesma maneira que nós temos um olhar viciado para com eles -- olhamos sempre de cima do cavalo, (...) estamos com o olhar sujo (...) -, eles também nos olham de baixo para cima", compara.

    Este processo de "nivelamento" de olhares "demorou alguns anos", mas funcionou. O seu está limpo e os habitantes de Tabatô conseguiram passar a vê-lo como "um contador de histórias como eles", descreve.

    João Viana espera agora que os espetadores saiam do filme "com o olhar limpo". "O que eu sonho é que este seja um filme de descolonização mental", resume.

    Ainda a braços com projetos sobre Tabatô (dois documentários), o cineasta já recebeu um convite para filmar na ilha da Reunião. "O cinema está muito ligado ao chão" e, por isso, admite que o seu esteja "ligado a África".

    "A Batalha de Tabatô" - falado em mandinga, uma das línguas étnicas da Guiné, na qual João Viana aprendeu apenas a dizer "abarca" (obrigado) - é exibido na quarta-feira, às 21:30, na Culturgest.

     

    terça-feira, 23 de abril de 2013

    A polémica da carta de António Indjai ( A.Aly Silva e o Didinho)

    “A INVEJA MATA - Didinho: Deixa-me em paz. Eu NÃO minto. E não invento. Essa carta existe, sim! Lamento. Já te pedi por diversas vezes que tires o meu nome, e do meu blog, na tua boca...não provoques. Quem avisa... A tua estratégia comigo não pega. Nem a tua nem de ninguém. A carta que foi publicada nesse tal sítio, tinha o tamanho de um baralho de cartas e não dava sequer para ler. Esta é a original. No tamanho e na fama! AAS”

    Confissão António Indjai

    O Blogue Novas da Guiné-Bissau informa que a dita carta está publicada no Blogue desde o dia 30 de Maio de 2010, http://novasdaguinebissau.blogspot.pt/2010/05/indjai-confessa-papel-activo-no.html informa também que a dita carta nos foi enviada por uma fonte credível. Quanto ao seu conteúdo, o Aly tem razão, esta carta é a original, mas quanto aos direitos reservados achamos que não o pode fazer.

    O editor do Blogue Novas da Guiné-Bissau

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    Sobre a acusação de António Injai Ramos-Horta aconselha autoridades da Guiné-Bissau a reagirem com calma e seriedade

    Bissau - O Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, não aconselha as autoridades de transição a prosseguirem com eventuais reacções contrárias à acusação contra o Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas pelos EUA, António Indjai, por alegado tráfico de droga.

    «Devo dizer e encorajar os guineenses, o Governo e as Forças Armadas a manterem total calma e seriedade, não pressionem, pelo contrário, seria contraproducente nesta situação reagir com grande emoção», aconselhou Ramos-Horta.


    Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, 19 de Abril, José Ramos-Horta disse que, na acusação contra António Indjai, deve prevalecer o princípio de inocência até prova em contrário, explicando que a OUN não intervém neste processo pois trata-se de um acto unilateral dos EUA.


    O ex-Presidente de Timor-Leste informou que este é um processo que vai levar muito tempo. Em relação ao processo de transição em curso no país, Ramos-Horta voltou a falar da determinação da comunidade internacional na realização das eleições gerais até ao final do ano.


    No que diz respeito ao Presidente de transição, o Nobel da Paz disse ter havido algumas falhas por parte da Presidência da República, que pouco tem informado a opinião pública guineense sobre o estado de saúde de Manuel Serifo Nhamadjo.

    José Ramos-Horta informou ainda que o eventual levantamento de sanções por parte da União Africana à Guiné-Bissau passa pela formação do Governo de inclusão.

    segunda-feira, 22 de abril de 2013

    O Governo de transição quer informações oficiais dos EUA sobre militares acusados de narcotráfico (porque eles não sabem se é verdade!!!!!)

    O Governo de transição da Guiné-Bissau pediu à Procuradoria para que solicite informações oficiais aos Estados Unidos sobre os casos de militares acusados de tráfico de droga e armas, que, se for o caso, quer ver julgados no país.

    Numa conferência de imprensa hoje em Bissau, o porta-voz do Governo, Fernando Vaz, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Faustino Imbali, disseram também ter provas de que o antigo chefe da marinha Bubo Na Tchuto, atualmente detido nos Estados Unidos, foi preso em território guineense e com a participação de polícias cabo-verdianos.

    O Governo, disse Fernando Vaz, pede também a "colaboração judiciária dos Estados Unidos em todos os casos de natureza criminal que envolvam cidadãos nacionais em ilícitos comprovados de narcotráfico, tráfico de armas e terrorismo, para que sejam julgados à luz das leis guineenses, e posteriormente, se for caso disso, remetidos a outros tribunais internacionais".

    O julgamento de Bubo Na Tchuto na Guiné-Bissau, e eventualmente de outros cidadãos nacionais, incluindo o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (acusado pelos Estados Unidos de tráfico de armas e de droga), é, de acordo com o Governo, "um direito constitucional".

    O caso, a prisão de Bubo Na Tchuto e a acusação a António Indjai, está a causar um "efeito nefasto" na Guiné-Bissau, devido a boatos e "receios" das populações. De acordo com Fernando Vaz, no entanto, não está em causa o Governo de transição, que "não é uma instituição militar nem os militares estão no Governo".

    Para o Governo de transição, tendo em conta que as autoridades judiciárias guineenses foram ignoradas e os canais diplomáticos não funcionaram, "esta acusação, segundo a qual alguns destacados oficiais" das Forças Armadas "teriam participado em tráfico de armas contra os interesses dos Estados Unidos é simplesmente inaceitável e inadmissível".

    "O Governo assegura que tudo fará para a clarificação judiciária cabal e independente destas suspeições, em colaboração com a comunidade internacional", disse Fernando Vaz, advertindo que ainda que se trate da "primeira potência do mundo" os Estados Unidos devem "respeitar o princípio do direito internacional" e "a soberania, a integridade territorial e direitos dos cidadãos".

    Por isso é "urgente" que se "faça justiça" sobre essa matéria, para que o Governo avance, se for caso disso, "para esclarecimentos judiciais contra todos os que invadiram e violaram a integridade nacional".

    O porta-voz lembrou que na Guiné-Bissau não existe pena de morte ou de prisão perpétua e reiterou que o Governo quer esclarecimentos cabais sobre as circunstâncias que levaram à prisão de Bubo Na Tchuto, já que "há factos novos" que indicam que a prisão do antigo militar ocorreu em território guineense e foi "realizada por agentes policiais cabo-verdianos".

    O Governo "não pretende caucionar a impunidade sobre este ou qualquer outro caso dito de polícia", disse Fernando Vaz, acrescentando: "mas não deixamos de ficar surpreendidos com mais este insólito e provocatório comportamento do Governo cabo-verdiano, quando usa dois pesos e duas medidas na sua contribuição no combate à criminalidade na sub-região".

    É que, disse Fernando Vaz, Cabo Verde foi cúmplice "na passagem pelo seu território de armas e medicamentos destinados aos combatentes do MFDC" (independentistas de Casamansa, no sul do Senegal), e o Governo de transição tem provas disso.