sexta-feira, 29 de junho de 2012

Presidente nigeriano analisa em Bruxelas a situação na Guiné-Bissau e no Mali

As reuniões abordarão os últimos desenvolvimento da situação política na região oeste-africana, nomeadamente na Guiné-Bissau e no Mali, bem como a cooperação entre a UE e a Nigéria.

Bruxelas - O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, é esperado esta quinta-feira em Bruxelas para uma visita de trabalho durante a qual será recebido pela alta representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e Segurança Comum, Cathérine Ashton, e pelo comissário europeu para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs.

Segundo um comunicado oficial, as reuniões abordarão os últimos desenvolvimento da situação política na região oeste-africana, nomeadamente na Guiné-Bissau e no Mali, bem como a cooperação entre a UE e a Nigéria.

Os responsáveis europeus vão aproveitar a ocasião para se inteirar sobre a situação política interna na Nigéria onde terroristas que reclamam pertencer ao grupo extremista muçulmano Boko Haram levam a cabo ataques mortíferos contra as igrejas católicas.

O presidente nigeriano vai ainda encontrar-se com chefes de Estado ou de Governo da União Europeia reunidos em cimeira esta quinta-feira na capital belga.

17 prisioneiros em fuga da Esquadra da Polícia de Ordem Pública

Bissau - 17 prisioneiros estão em fugas, desde 26 de Junho, das instalações prisionais da 2ª Esquadra da Polícia de Ordem Pública, em Bissau.

Os referidos presidiários pertenciam ao grupo de jovens denominado «Os como é que é». Nos últimos tempos este bando tem provocado ondas de assaltos e agressões com armas de fogo e armas brancas, nos diferentes bairros de Bissau.


As informações foram avançadas  por uma fonte do Comissariado Nacional de Ordem Pública.


De acordo com a mesma fonte, ao todo, foram 35 jovens detidos nas últimas duas semanas pelas autoridades policiais, de entre os quais 17 se encontram em fuga desde início desta semana.


Segundo ainda a nossa fonte, o acto de mudança de cela destes reclusos não foi do conhecimento dos responsáveis directos do centro de detenção nem do Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública.


Em consequência desta situação, dois agentes da Polícia já foram detidos, enquanto o director deste serviço foi exonerado.
Os restantes 18 prisioneiros foram transferidos para a cela de outra esquadra, no Bairro Militar, nos arredores da capital.

PR Ilegitimo de transição na Costa do Marfim para cimeira de mão estendida

O Presidente Ilegítimo de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, viajou hoje para a Costa do Marfim onde participa na cimeira de chefes de Estado da África Ocidental, a quem, disse, vai pedir a continuidade de apoios para a normalização do país.

Falando aos jornalistas no aeroporto de Bissau, Nhamadjo afirmou que vai fazer aos seus homólogos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) um balanço sobre a situação da Guiné-Bissau desde o golpe de Estado, e pedir-lhes apoios.

"Vou fazer um balanço daquilo que tem sido a transição durante os últimos meses, informar aos pares que estamos a fazer um grande esforço para o retorno à normalidade, mas que precisamos do concurso de todos para que os 12 meses fixados para a transição sejam realmente cumpridos", explicou Nhamadjo, que se faz acompanhar do ministro dos negócios Estrangeiros do governo de transição, Faustino Imbali.

"Temos de realizar um recenseamento biométrico, organizar e realizar eleições legislativas e presidenciais, primeira e segunda volta, e depois a tomada de posse, que tudo isso seja realizado dentro dos 12 meses. Para que tudo isso seja possível, é preciso o envolvimento de todos. Procuramos acelerar as etapas que têm de ser executadas antes desse pleito eleitoral", destacou ainda o Presidente de transição guineense.

"Vou pedir para que continuem a dar apoios necessários para que possamos executar essa transição o mais breve possível. Porque como sabem o país quando está a ser gerido na fase de transição tem várias limitações e a Guiné-Bissau já não merece perder tempo", observou Serifo Nhamadjo.

O responsável disse também que vai agradecer aos chefes de Estado da CEDEAO o empenho que tem dispensado à Guiné-Bissau para a "acalmia" que se tem registado.

Questionado pela Lusa sobre se o país precisa mais de apoio político ou de ajuda financeira, Serifo Nhamadjo respondeu: "As duas coisas. No aspeto político devem de ser levantadas as sanções contra o país porque estamos a cumprir as etapas preconizadas pela CEDEAO, mas a política, para ter sustentabilidade, precisa de apoios financeiro-económico para estabilizar o país. As duas coisas andam juntas".

"Vou dizer aos meus pares da CEDEAO que a situação do país neste momento é estável. Felizmente, o Governo está a funcionar, já conseguiu pagar três meses de salários aos funcionários públicos, as escolas públicas funcionam normalmente, estamos a fazer um esforço para retomar o diálogo nacional para que o país se reencontre", disse Serifo Nhamadjo, acrescentando que também vai falar das estimativas de custos das eleições.Vvai de Mão estendida

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Mulheres do PAIGC também manifestam o seu descontentamento

Mulheres dirigentes do PAIGC realizaram um comício na capital contra o actual governo do país que dizem não reconhecer.

Na Guiné-Bissau, um grupo de mulheres dirigentes do PAIGC, realizaram um comício na capital contra o actual governo do país que dizem não reconhecer.


Durante o evento as mulheres apontaram também o dedo à CEDEAO.
Porque não receberam a garantia de segurança por parte do ministério do interior, não obstante o terem pedido, decidiram sim promover o comício frente a sede do partido, ao invés de uma manifestação conforme estava previsto.


São mulheres dirigentes e militantes do PAIGC que quiseram assim realçar os sentimentos de revolta contra o golpe de estado do passado dia 12 de Abril. Dizem que não aceitam o actual governo de transição e por conseguinte vão continuar com as acções de rua em todas as estruturas do partido a nível nacional.


Evarista de Sousa, uma das promotoras desta manifestação, apontou o dedo à CEDEAO, tida pelos manifestantes como o impulsionadora do golpe de estado. Continuaram também a exigir o regresso de Carlos Gomes Júnior e de Raimundo Pereira, porquanto não reconhecem o executivo saído de golpe de 12 de Abril.

Das consequências que poderão advir em virtude de manifestações em perspectiva, as promotoras desta acção política responsabilizam a CEDEAO, ao mesmo tempo que pedem as Nações Unidas e outras organizações internacionais que garantam protecção a população que queira exercer o seu direito cívico, porquanto dizem que estão a ser reprimidos.


Uma fonte partidária disse, que o comício de simbolizava o reinício de acções de rua, visando uma vez mais mostrar ao mundo a necessidade de respeito pela ordem constitucional na Guiné-Bissau e acompanhar, por outro lado, a investida diplomática de Carlos Gomes Júnior junto da comunidade internacional.

PAIGC realiza primeiro comício depois do golpe de Estado

O sindicalista Benjamim Correia, membro da Frenagolpe (plataforma que junta partidos e organizações sociais que condenam o golpe de Estado), pediu aos guineenses para que cerrem fileiras contra o tribalismo e o divisionismo, fenómenos que disse espreitarem o país.

"Na luta armada contra o colonialismo não sabíamos quem é de que etnia. Todos éramos um só, guineenses, mas hoje há perigos de divisionismo que estão a ser fomentados por alguns guineenses" defendeu Benjamim Correria.

No calor dos discursos a deputada Nhima Cissé tomou a palavra para pedir que se gritassem vivas à CPLP (comunidade de países de língua portuguesa), à União Europeia, à União Africana e a as Nações Unidas, organizações que disse, querem ajudar o povo da Guiné-Bissau.

"Estes sim são nossos amigos porque querem ajudar-nos a avançar na democracia", afirmou Nhima Cissé.

Com muita gente a pedir para usar da palavra, Carlitos Costa, animador do comício terminou a concentração lembrando que "as pessoas querem ir para casa porque hoje é dia do jogo de Portugal".

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Bissau preocupa gabinete anti-narcotráfico da ONU

Golpe na Guiné-Bissau preocupa gabinete anti-narcotráfico da ONU

Nova Iorque, 26 jun (Lusa) - O gabinete anti-narcotráfico da ONU (UNODC) está "preocupado" com o golpe de Estado de 12 de abril na Guiné-Bissau e a tentar determinar o impacto no tráfico de droga no país, disse hoje o diretor do organismo.

"A UNODC pode apenas lamentar que isto tenha acontecido porque a Guiné-Bissau é um dos mais problemáticos países da África Ocidental em termos de abertura das suas fronteiras a abastecimento de drogas ilícito da América do Sul para a África Ocidental e também União Europeia", afirmou o diretor do organismo, Yuri Fedotov.

"Politicamente falando, (o golpe de Estado) é um evento preocupante, um motivo de preocupação que só pode prejudicar a situação", adiantou.

Fedotov afirma ser "cedo" para perceber com precisão se o tráfico aumentou após o golpe militar, cujos protagonistas incluem oficiais acusados pelo governo de ligação ao narcotráfico internacional.

ONU promove formação para jornalistas sobre diálogo e paz

Bissau - O gabinete integrado das Nações Unidas para consolidação da paz na Guiné-Bissau (Uniogbis) está a promover um seminário para 35 jornalistas do sexo feminino sobre a importância do diálogo e promoção da paz no país. 

De acordo com Vladimir Monteiro, responsável da informação da Uniogbis, a formação das jornalistas "é muito importante" tendo em conta o papel da mulher na sociedade guineense e sobretudo das jornalistas.       

"O reforço do diálogo e do papel do jornalista é muito importante sobretudo no contexto actual da Guiné-Bissau", defendeu Vladimir Monteiro, lembrando outras acções do género já realizadas pelo Uniogbis.    

Pretende-se capacitar as jornalistas de diferentes órgãos privados e públicos guineenses em matérias como noções de paz, participação, diálogo, imparcialidade na perspectiva das Nações Unidas, ou paridade dentro da realidade guineense, bem como facultar-lhes conhecimentos sobre instrumentos nacionais e internacionais.     

O encontro, que decorre na cúria diocesana de Bissau, começou  (terça –feira) e termina na quinta-feira.

O que foi notícia na minha ausência

Aqui estou de novo

Acabado de chegar

Vamos lá por a escrita em dia

Saudação a todos, desculpem a minha ausência.

O Editor do Novas da Guiné Bissau

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Informação

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Informação

O Blogue Novas da Guiné Bissau informa, que no período 21 de Junho a 26 de Junho, não terá noticias atualizadas diariamente, em virtude da deslocação do seu editor ao estrangeiro em viagem de trabalho, esperamos retomar a normalidade no dia 26.

Obrigado pela vossa compreensão

O Editor do

Novas da Guiné Bissau

Países lusófonos chumbam no "teste" do Departamento de Estado dos EUA

Nenhum país lusófono cumpre os critérios do Departamento de Estado norte-americano no combate ao tráfico de pessoas, para trabalhos forçados ou prostituição, sendo Angola e Guiné-Bissau os casos mais preocupantes, revela um documento oficial.

Os dados constam do 12º relatório anual sobre tráfico de pessoas, apresentado esta terça-feira pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que avalia em 186 países e territórios o cumprimento dos padrões contra a "escravatura dos tempos modernos".

Entre os países lusófonos, Angola e Guiné-Bissau surgem ambos no grupo 2, "sob vigilância", dos países que não cumprem os critérios e não estão a fazer progressos, apesar de esforços por parte das autoridades.

Angola, refere o Departamento de Estado, é fonte e destino de homens, mulheres e crianças sujeitos a exploração sexual ou trabalhos forçados na agricultura, construção, habitações ou exploração de diamantes.

"Há relatos de crianças menores, desde os 13 anos de idade, na prostituição nas províncias de Luanda, Benguela e Huíla", refere o relatório, que relata também exploração sexual de mulheres brasileiras, vietnamitas e chinesas no país.

Apesar de estar na mesma categoria que Angola, a Guiné-Bissau registou uma melhoria em relação ao ano passado, quando foi incluído no grupo 3, dos países que não fazem qualquer esforço de monta para combater o tráfico de seres humanos.

No caso guineense, os principais problemas são o tráfico de crianças sujeitas a trabalhos forçados, exploração sexual e mendicidade.

O Departamento de Estado chama atenção para o problema das crianças "talibé", que são recrutados pelo ensino religioso para pedir esmola nas ruas de países vizinhos, como o Senegal, Mali ou Guiné-Conacri.

Portugal, Cabo Verde, Brasil, Moçambique e Timor-Leste surgem todos no grupo 2, de países que não cumprem os mínimos, apesar de estarem a fazer esforços significativos e a apresentar resultados.

O Brasil é identificado como uma "grande fonte" de pessoas para exploração sexual no país e no estrangeiro, bem como para trabalhos forçados dentro do país.

De forma mais limitada, é um país de destino e trânsito para trabalhos forçados e exploração sexual.

O Departamento de Estado considera "limitados" os esforços para proteção de vítimas e recomenda maior empenho para investigar e julgar crimes de tráfico, aumento do financiamento, entre outras medidas.

Entre outros casos pessoais a nível mundial, o relatório destaca o de dois brasileiros - Joel e Ronival - que conseguiram fugir de uma fazenda no país, onde durante 10 anos foram escravizados.

Quanto a Cabo Verde, não cumpre os mínimos, apesar de estar a fazer "esforços significativos", tendo o Governo investigado 44 casos de abuso sexual de menores no último ano e da proteção do Instituto Cabo-Verdiano para as Crianças e Adolescentes.

Moçambique é apresentado como um país de origem e trânsito de homens, mulheres e crianças sujeitas a trabalhos forçados, na agricultura, e muitas vezes com a cumplicidade de familiares, e exploração sexual.

Timor-Leste surge como país de destino para mulheres e crianças da Indonésia, China e Filipinas, sujeitas a exploração sexual, e para homens e rapazes da Birmânia, Cambodja e Tailândia, envolvidos em trabalhos forçados.

Os esforços timorenses de proteção das vítimas são considerados "fracos" no relatório do Departamento de Estado.

Angola quer retorno da estabilidade da Guiné-Bissau

Ministro das Relações Exteriores (ao centro) durante a palestra

Roma – O ministro angolano das relações exteriores, Georges Chikoti, reiterou hoje, em Roma, que a estabilidade para a Guiné-Bissau, é objecto de atenção especial por parte de Angola.

O chefe da diplomacia angolana manifestou, mais uma vez, esta preocupação durante a palestra que proferiu na sede da Sociedade Italiana para as Organizações Internacionais (SIOI) sobre a “política externa de Angola”.

A Guiné-Bissau encontra-se numa instabilidade desde que os militares levaram a cabo um golpe de Estado, em Abril de 2012, com “motivações confusas e inaceitáveis,  e por isso mesmo condenado pela ONU, União Africana e pela União Européia”. 

“No contexto da CPLP, Angola e os restantes Estados membros não poupam esforços na procura do estabelecimento de uma parceria estratégica com a CEDEAO, sob coordenação das Nações Unidas, visando trazer a estabilidade política ao país” - afirmou.

Georges Chikoti disse, por outro lado, que no âmbito da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC),  deplorou-se  a vaga de golpes de Estado que volta a assolar o continente africano.

A SADC defende para a África “exemplos concretos” que confirmam o compromisso dos estados em “virar firmemente uma página negra” na História do Continente - disse.

“Portanto, a SADC junta a sua voz aos que condenam os golpes de estado ocorridos na Guiné-Bissau e no Mali, ao mesmo tempo que saúda os esforços regionais em curso com vista a manutenção da paz, da estabilidade e do restabelecimento da ordem constitucional”, asseverou.

Nesta óptica de pensamento, o governante angolano defendeu “a via do diálogo paciente e inclusivo e da negociação” para a busca de soluções equilibradas e justas, com o apoio e a participação da União Africana e da Organização das Nações Unidas.

Mais adiante, o ministro Georges Chikoti falou da situação da seca na região do corno de África, em particular da Somália, que é igualmente objecto de preocupação de Angola.

Nesse contexto, Angola associa-se aos esforços da assistência humanitária internacional e na procura de soluções políticas que ponham fim ao conflito armado naquela parcela do continente africano - disse.

Relativamente aos acontecimentos que ocorreram na Líbia e no Egipto, o Governo angolano espera que o povo destes países possam encontrar a estabilidade a curto prazo, que passa necessariamente pelo livre exercício dos seus direitos democráticos - salientou.

Afirmou, por outro lado, que Angola continua preocupada com os fracos progressos registados na resolução do problema do Sahara Ocidental, que permanece uma importante questão na Agenda internacional.

O ministro angolano das relações exteriores referiu-se também à situação no Médio Oriente, e sobretudo nos territórios palestinianos, como um dos mais graves problemas com que a comunidade internacional se vê confrontada.

No período da manha, o ministro Georges Chikoti reuniu-se na sede da FAO, em Roma, com os embaixadores africanos na Itália com os quais passou em revista a situação prevalecente na Guiné Bissau e noutros pontos do mundo.

A SIOI, fundada em 1944, desenvolve uma actividade de formação e pesquisa sobre os temas de cooperação internacional, o desenvolvimento das relações internacionais e sobre a integração europeia.

Franco Frattini, ex-ministro dos negócios estrangeiros, do governo Berlusconi, é o presidente da SIOI, que enalteceu, na ocasão, a consolidação da democracia e estabilidade em Angola.

Estados falhados: Guiné-Bissau cada vez pior, Timor-Leste progride

A Guiné-Bissau vem tendo a cada ano piores classificações no índice de Estados falhados, chegando este ano à 15.ª posição, de acordo com a lista hoje apresentada.

A lista dos piores Estados do mundo é publicada anualmente pela revista Foreign Policy, que a elabora em conjunto com a organização Fund for Peace, tendo em conta dados como pressões demográficas, direitos humanos, economia, segurança ou intervenção externa.

Em 2009, a Guiné-Bissau aparecia como o 27.º pior Estado, com a Somália a liderar a lista dos Estados falhados (liderança que sempre tem mantido). Pior classificação tinha obtido Timor-Leste, outro Estado de Língua Portuguesa (20.º lugar). Angola surgia em 55.º lugar.

Em 2010, a Guiné-Bissau desceu cinco lugares, para 22.º, e Timor-Leste desceu também mas apenas dois lugares (18.º). Na lista dos 60 piores, Angola recuou e ficou em 59.º lugar.

No ano passado, enquanto Timor-Leste se afastava da lista negra dos 20 piores lugares (23.º), a Guiné-Bissau voltava a obter um pior resultado e chegava ao 18.º pior país. Na lista dos 60 piores, Angola regredia também (52.º lugar) e Moçambique aparecia em 57.º lugar.

No ranking deste ano, a Guiné-Bissau desce para o 15.º lugar, Timor-Leste melhora e está agora em 28.º lugar, Angola voltou a regredir (49.º) e Moçambique melhora duas posições (59.º).

A lista é feita tendo em conta 12 indicadores sociais, políticos e económicos de 177 países. A Guiné-Bissau obteve 99.2 pontos, numa escala que pode ir até 120 e que quanto mais alta pior é o país.

A Somália, o Estado falhado por excelência, obteve 114.9 pontos. Timor-Leste chegou aos 92.7. Portugal teve este ano 34.2 pontos e o Brasil 64,1.

Lusa

Iniciativa cidadã exorta o Conselho de Segurança das Nações Unidas a pôr fim aos golpes de estado na Guiné-Bissau

Comunicado de imprensa

Iniciativa cidadã exorta o Conselho de Segurança das Nações Unidas a pôr fim aos golpes de estado na Guiné-Bissau

Um grupo de cidadãos e cidadãs de oito países (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Espanha, França, Holanda, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) lançou, em meados de Maio, a petição “Fim aos golpes de estado na Guiné-Bissau” pedindo liberdade, segurança e progresso para o povo Guineense.

A petição, que se encontra disponível no seguinte link: www.gopetition.com/petitions/stop-military-putsches-in-guinea-bissau.html, recolheu 1044 assinaturas em pouco mais de quinze dias, foi entregue esta terça-feira à Presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este mês assumida pela China, e ao Secretário Geral.

                O grupo de signatários denuncia todo e qualquer processo de legitimação do golpe de estado e opõe-se ao envio de uma força armada fora do quadro das Nações Unidas, com o objectivo de impor soluções anticonstitucionais e desrespeitadoras da vontade expressa do povo guineense. Os signatários exigem ainda das Nações Unidas e das várias instâncias internacionais a condenação e sanção de quaisquer actos de perseguição e de terror político, assim como uma contribuição activa e inequívoca com vista à reposição da ordem constitucional e à retoma do processo eleitoral interrompido pelo golpe de estado, pode-se ler no texto da petição.

                Relembramos que na noite de 12 de Abril de 2012, as chefias das Forças Armadas guineenses interromperam o processo das eleições presidenciais em curso, proibiram o direito de manifestação e protesto e restringiram a liberdade de viajar de figuras importantes da sociedade guineense através da publicação de listas negras, promovendo um clima de ameaça e intimidação, com a colaboração de alguns sectores da oposição civil. Por outro lado, a suposta tentativa de estabilização por parte da CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste, a que a Guiné-Bissau pertence, através da imposição, a 10 de Maio, de um Presidente de Transição, recomendado pelo Comando Militar do golpe de estado, constitui um “segundo golpe de estado” aos olhos de muitos cidadãos e cidadãs guineenses, consagrando e perpetuando o recurso à violência e à força militar como forma legítima de alcançar o poder.

Estamos disponíveis para mais informações, através do email: peticaoguinebissau@gmail.com

15 de Junho de 2012

terça-feira, 19 de junho de 2012

Boas perspectivas de desenvolvimento no espaço CEDEAO apesar de alguns obstáculos

Dakar, Senegal - Enquanto o espaço comunitário oeste-africano redefine a sua posição e procura a « passar duma Cedeao (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para uma Cedeao dos povos », até 2020, é possível esperar, apesar de alguns obstáculos, reporta a Pana.

A instituição regional, que festeja este ano o 37º aniversário da sua criação, pretende prosseguir com vigor os ideais dos pais fundadores, que se resumem a uma integração plena e inteira, continuando ao mesmo tempo a evoluir e adaptar-se às novas necessidades dos seus cidadãos.

Com a ideia de desdobrar em breve tropas militares nos dois dos seus Estados membros assolados por terríveis convulsões, a Cedeao pretende implementar as disposições do seu Tratado Revisado em 1993 e dos seus diversos protocolos que consiste nomeadamente na prevenção,  gestão e resolução dos conflitos bem como na manutenção da paz e da segurança.

Faz igualmente parte destas disposições a luta contra a criminalidade, a consolidação da paz, a luta contra a proliferação e circulação das armas ligeiras.

Adotado em 1999 em Lomé, no Togo, este mecanismo veio preencher o vazio jurídico que existia e que foi muito criticado durante a intervenção da Ecomog (forças da CEDEAO ) na Libéria no início dos anos 90.

Se a criação, em 1990, da Ecomog revela-se como o primeiro ato duma cooperação regional na gestão dos conflitos na África Ocidental, a adopção do Mecanismo de Prevenção é o primeiro acto normativo de envergadura que dá à organização meios jurídicos da sua acção a favor da paz e da segurança.

O novo presidente da Comissão da Cedeao, o Burkinabè Kadré Désiré Ouédraogo, pouco após ter tomado posse em Fevereiro último, evocou, para os deplorar, os eventos ocorridos no Mali e na Guiné-Bissau cuja consequência é um sério golpe de travão às experiências democráticas em curso aqui e acolá, sem omitir a rebelião armada no Norte do Mali, com a declaração de independência dos dois terços do território pelo Movimento Nacional de Libertação do Azawad (MNLA), a ameaça terrorista, tráficos de todo tipo, entre outros.

«Estas diferentes crises e ameaças são, entre outros, factores de destabilização nacional e regional, de agravação da pobreza e de fragilização dos nossos Estados. São factores nefastos à paz, à segurança, à livre circulação de pessoas e bens, à estabilidade e à integração regionais, em suma ao desenvolvimento económico. Portanto ninguém ignora que não há desenvolvimento sem paz. Esperamos que estas diversas crises sejam passageiras e tenhamsem tardar respostas adequadas para nos permitir consagrarmos mais tempo e energia ao desenvolvimento socioeconómico do nosso espaço comunitário», diz Ouédraogo.

Actuando sob a impulsão da Conferência dos chefes de Estado e de Governo, nomeadamente do seu Presidente em exercício, Alassane Ouattara (chefe do Estado da Côte d’Ivoire, a Comissão da Cedeao demonstra, há alguns meses, um compromisso resoluto de ultrapassar os desafios actuais.

Cinco cimeiras extraordinárias já decorreram sobre a situação no Mali e na Guiné-Bissau. A celeridade e a firmeza da organização nestas diferentes ocasiões culminaram, nomeadamente, no acordo-quadro de Abril último que organizou a retirada dos golpistas malianos do poder a favor das autoridades civis.

No entanto diante da desconfiança e da artimanha dos seus interlocutores, a Comissão terá de redobrar de vigilância e de rigor. A Força em Alerta da Cedeao (FAC), criada com as cinzas da Ecomog, está ao ponto de ser desdobrada no Mali e na Guiné-Bissau.

A urgência com a qual se deve resolver as questões pendentes é motivada pela vontade, pela ambição primeira da Cedeao de promover a integração socioeconómica da sub-região, baseando-se em programas fundamentais tais como a livre circulação de pessoas e bens, a liberalização do comércio, o desenvolvimento da agricultura ou ainda a coordenação das infra-estruturas comuns.

Trata-se de melhorar o bem-estar das populações, criar empregos, tirar esta parte do continente africano da pobreza e estimular o desenvolvimento duma região de que cerca de doze dos seus membros fazem parte dos Estados mais pobres do mundo, mediante  programas levados a cabo por diversos departamentos que compõem a Comissão da Cedeao.

Os importantes e indiscutíveis sucessos registados na implementação destes programas, cujos mais recentes consistem nomeadamente na livre circulação de pessoas e bens, na agricultura, no comércio e na manutenção da paz, são infelizmente ocultados pelos problemas políticos como os em curso no Mali e na Guiné-Bissau.

No âmbito da livre circulação de pessoas e bens, a instauração de unidades de acompanhamento deverá permitir a realização e a aplicação rigorosa do Protocolo sobre a Livre Circulação, adoptado em 1979 pela Conferência dos chefes de Estado e de Governo, e reduzir os casos de assédios, extorsões de fundos e outras violações dos direitos dos migrantes, dos comerciantes e dos cidadãos da Comunidade.

Neste aspecto, a 2ª reunião do comité sobre a livre circulação de pessoas e bens, realizada recentemente em Lagos, na Nigéria, permitiu desenvolver um guia, bem como elaborar os termos de referência e um programa para as unidades de seguimento.

Por outro lado, a Comissão prosseguiu com as suas ações visando desenvolver e promover o turismo a nível da Cedeao bem como a cooperação tranfronteiriça.

No plano da implementação da Política Agrícola da Cedeao (Ecowap), o Conselho de Ministros adoptou, em Agosto de 2011, a criação duma Agência Regional para a Agricultura e a Alimentação, dum Fundo Regional para a Agricultura e dum Comité de Controlo para a Agricultura e Alimentação, com o fito de acelerar o desenvolvimento agrícola da região.

Por sua vez, os ministros da Agricultura aprovaram a Carta Regional da Ajuda, Prevenção e Gestão das Crises Alimentares, que vai permitir uma melhor organização da ajuda internacional através da região, se necessário.

Foi também elaborada e adoptada uma estratégia para o desenvolvimento da pecuária e o seu plano de acção, o que constitui um aspecto importante.

Na área do comércio, a Comissão destacou a formulação duma política comercial comum a nível da região ao passo que os encontros realizados com diversas partes interessadas permitiram estabelecer um roteiro para a formulação desta política regional.

No que diz respeito à promoção do comércio, a organização, de 25 de Novembro a 2 de Dezembro de 2011 em Lomé (Togo), da 6ª Feira Comercial da Cedeao ofereceu aos operadores económicos e aos comerciantes oportunidades de estabelecerem ou reforçarem as suas relações de negócios.

As negociações com a União Europeia a propósito dos Acordos de Parceria Económica (APE) continuaram durante o período considerado, mas ainda não deram resultados esperados, devido ao rigor observado pela Comissão nas suas posições.

Portugal e Cabo Verde preocupados com degradação na Guiné-Bissau

Os chefes de Estado de Portugal e Cabo Verde mostraram-se  preocupados com a degradação da situação económica e social na Guiné-Bissau, reafirmando a sua oposição a qualquer solução que legitime golpes de Estado.

«O que sabemos é que a instabilidade militar que há algum tempo se verifica na Guiné-Bissau é responsável pelo empobrecimento e pelo sofrimento do povo guineense e, neste momento, estamos seriamente preocupados com a degradação da situação económica, social e humanitária e pela falta de respeito pelos direitos humanos no território da Guiné-Bissau», disse o Presidente português, Aníbal Cavaco Silva.

A situação da Guiné-Bissau, onde a 12 de Abril um autodenominado comando militar tomou o poder, afastando as autoridades eleitas, foi um dos principais assuntos da reunião entre o Presidente português e o homólogo de Cabo Verde, que hoje iniciou o programa oficial de uma visita de dois dias a Portugal.

Para Cavaco Silva, não pode haver «a mínima complacência em relação a golpes de Estado, a golpes militares».

O Presidente de Portugal, que falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo cabo-verdiano, no Palácio de Belém, em Lisboa, adiantou que a situação guineense «será certamente um ponto na agenda» da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), marcada para Julho em Maputo.

Lembrou ainda que «até ao momento nem as Nações Unidas, nem a União Europeia, nem a CPLP, reconheceram o poder ilegítimo que está neste momento instalado na Guiné-Bissau».

Por seu lado, o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que o seu país «está em perfeita sintonia» com Portugal na recusa de qualquer solução para a Guiné-Bissau que passe pela legitimação do actual poder em Bissau.

«Estamos perfeitamente em sintonia com Portugal no sentido de que nenhuma solução que passe pela legitimação de golpes de Estado pode ser sufragada e legitimada por países, como nós, que constituem Estados de democracia, de direito e que respeitam os direitos fundamentais e são fundados no respeito fundamental da dignidade da pessoa humana», disse Jorge Carlos Fonseca.

«É evidente que iremos trabalhar em conjunto na CPLP, no quadro das Nações Unidas, em cooperação com a União Africana e com a Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que seja encontrada uma solução que respeite os princípios que fundamentam as nossas opções de vida[...] e que não constituam uma postergação de regras e princípios da democracia e dos estados de direito», acrescentou.

No encontro, os dois chefes de Estado abordaram ainda questões relacionadas com a valorização da língua portuguesa no quadro das Nações Unidas, a afirmação da CPLP no «plano político internacional» e o reforço da cooperação entre os dois Estados.

Jorge Carlos Fonseca, no cargo há nove meses, iniciou hoje em Portugal a primeira visita de Estado ao estrangeiro, e, durante dois dias, terá encontros com as entidades portuguesas, participará em seminários e em encontros com estudantes cabo-verdianos.

Em Lisboa desde sexta-feira, Jorge Carlos Fonseca participou como convidado nas cerimónias oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Lusa

Sessão parlamentar de um mês começa dia 29 do corrente mês

Bissau - Os deputados guineenses voltam a reunir-se a partir de 29 de Junho, aquela que é a quarta sessão ordinária do ano legislativo, foi ontem (segunda-feira) anunciado.


Segundo a convocatória do presidente em exercício da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Ibraima Sori Djaló, a quarta sessão ordinária, da oitava legislatura, decorrerá até 27 de Julho.

A sessão de Maio passado ficou marcada pelo boicote dos deputados do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde). O PAIGC tem 67 dos 100 deputados que compõem a Assembleia Nacional Popular e a sua não comparência inviabilizou várias sessões.


A sessão, de 14 a 29 de Maio, tinha sido marcada pelo então presidente em exercício da Assembleia Nacional Popular, Serifo Nhamadjo, que agora assume as funções de Presidente da República de transição.


A 22 de Maio, os trabalhos parlamentares foram cancelados até à formação de um novo governo, porque havia projectos de lei que necessitavam de explicações dos membros do executivo, justificou na altura Ibraima Sory Djaló.


O PAIGC estava no governo até 12 de Abril, quando um golpe de Estado protagonizado pelos militares afastou o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o Presidente interino, Raimundo Pereira. Com o apoio da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) foi nomeado um Presidente e um governo de transição.

São Tomé reafirma condenação ao golpe militar e exige segunda volta das eleições

São Tomé - O Governo são-tomense reafirmou hoje (segunda-feira) a sua condenação ao golpe militar na Guiné-Bissau e a exigência do regresso à normalidade constitucional e da realização da segunda volta das eleições presidenciais.


Num comunicado de imprensa enviado hoje à Lusa, o Governo do arquipélago reafirma que defende a materialização de "todas as resoluções da CPLP adoptadas nas suas reuniões ministeriais extraordinárias de Abril e Maio deste ano, em Lisboa" bem como da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 18 de Maio.


O executivo são-tomense defende ainda que a comunidade internacional deve agir para repor a normalidade constitucional na Guiné-Bissau, lembrando nomeadamente a tolerância zero a golpes de Estado, consignada no Acto Constitutivo da União Africana.

 
O comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios estrangeiros são-tomense marca o fim de quatro dias de visita do primeiro-ministro deposto guineense, Carlos Gomes Júnior, a São Tomé e saúda também a posição da União Europeia e do parlamento europeu contra o golpe de estado na Guiné-Bissau e que exigem a reposição imediata da ordem constitucional.


O Governo são-tomense presta ainda homenagem à missão militar angolana na Guiné-Bissau (Missang), que entretanto já abandonou o país, "pelo importante papel que desempenharam no quadro dos esforços que a comunidade internacional tem feito no sentido de ajudar a Guiné-Bissau a dispor de uma forças de defesa e segurança republicanas e modernas".


O comunicado refere ainda que Carlos Gomes Júnior denunciou que "a situação na Guiné Bissau é grave e perigosa".


"Tende a agravar-se devido à forma como alguns Estados da sub-região da África Ocidental vêm lidando com a situação, culminando na nomeação, contrariamente à decisão da comunidade internacional, de um Presidente da República e de um governo interinos", disse.

domingo, 17 de junho de 2012

Como é possivel? !!!!! = CEMGFA António Indjai...'presidiu' à última reunião do Conselho de Ministros

Fonte Blogue = Ditadura do Consenso

CEMGFA António Indjai...'presidiu' à última reunião do Conselho de Ministros - queria saber de todas as nomeações que foram feitas. Depois, levantou das Finanças...mil milhões(!?) de Fcfa para, segundo o próprio, assegurar a alimentação dos militares. Um bilião de francos CFA... AAS

 

Uma barbaridade


Comentários a este artigo no Facebook no Site da Novas da Guiné

 

  • el Sila Es brugoñu pa povo di giun

    Domingo às 19:16 · Gosto

  • Carlos Alberto Sousa Palavra de honra. Parece que os Guineenses vive uma zombaria. Quando é que os militares aprende ser gente, para perceber que a Guiné é de todos os guineenses?

    Domingo às 20:49 · Gosto

  • Renata Pires O que ele queria era mandar, isso não é novidade.

    Domingo às 21:01 · Gosto

  • Justina Taborda de Pina UM CHEFE DE ESTADO MAIOR PRESIDINDO A REUNIAO DE CONSELHO DE MINISTROS??????????????? SOS PRECISO DE AJUDA DE UM ESTRA-TERRESTRE PARA ME DESBLOQUEAR O CEREBRO NAO CONSIGO ENTENDER EM QUE PLANETA ESTA SITUADO A GUINE-BISSAU.

    Domingo às 22:07 · Gosto

  • Salvador David Elisio esta no planeta k não foi discoberto

    Domingo às 22:19 · Gosto

  • Salvador David Elisio grande bandido e bom ladrão e um verdadeiro assassino deixa o povo a vontade

    Domingo às 22:24 · Gosto

  • Mumine Camará muito sinceramente sinto um grande orgulho de ser GUINEENSE, mas tenho pena dos Guineenses que apoiaram o golpe, porque com este andar,não sei onde vamos parar só mesmo...

    Domingo às 22:51 · Gosto

  • Salvador David Elisio AMIGO CORAGEM TODOS OS GOLPISTA TEM UM FIM TERRIVEL

    Domingo às 22:52 · Gosto

  • Justina Taborda de Pina SO UM MILAGRE DIVINA PODE NOS LIVRAR DESTES BANDIDOS

    Domingo às 23:13 · Gosto

  • Saico Sow nao tinham,forma de roubar,é por isso q figeram o golpe,agorra o caminho esta abertu,gatunos do raios.''UM DIA BÓ NÁ PAGAL NA PRAÇA PUBLICA BANDIDOS''

    Domingo às 23:17 · Gosto · 1

  • Justina Taborda de Pina SEM DUVIDA CA SE FAZ CA SE PAGA

    Domingo às 23:19 · Gosto

  • Saico Sow BÓ PENSA KUMA DEMOCRACIA KI BÓ ATROPELA,BÓ KA SIBI KUMA BO KABESA KI BÓ ATROPELA,CABROES BÓ PENSA BÓ NA GANA MUNDO,ES KUSA KA KABA HINDA...

    Domingo às 23:26 · Gosto

  • Justina Taborda de Pina NEM SE QUER COMECOU VAO COMER O PAO QUE O DIABO PISOU

    Domingo às 23:27 · Gosto

  • Saico Sow DITO GUVERNO DE TRANSIÇAO,SAO ESSAS PESSOAS,QUE É MESMO INTERECEIROS FOMIADOS DE PUDER,SE NAO EM CONJUNTO IAM POR OS SEUS LUGARIS EM DISPOSIÇAO DOS GOLPISTAS...

    Domingo às 23:33 · Gosto

  • Justina Taborda de Pina TODO O MUNDO SE LEMBRA DESTE PRIMEIRO MINISTRO QUANDO ERA MINISTRO DAS FINANCAS ROUBARAM UM CUANTIA COSIDERAVEL DE DINHEIRO E QUANDO CHEGOU A COMUNICACAO SOCIAL DIZERAM QUE PODE SER QUE O SERPENTE ENGOLIU DINHEIRO, AGORRA IMAGINEM O MONTRO COMO PRIMEIRO MINISTRO.

    Domingo às 23:39 · Gosto · 3

  • Justina Taborda de Pina UMA QUANTIA SALVO ERO

    Domingo às 23:39 · Gosto

  • Saico Sow SERIFO PRESIDENTE DE CDEAU,DE TRANSIÇAO,COM O FALECIMENTO DE M.BACAI É DAS PESSOAS QUE SORROU MAIS,NEM O FILHO DO BACAI NAO SORROU TANTO COMO ELE,AFINAL AVIA ALGO QUE O FAGIA TANTA LAGRIMAS A CORRER NOS OLHOS,AFINAL ESSE CABRAO QUERIA SER PRESIDENTE,''FOMIADOS DE PUDER BÓ DIA NA TCHIGA DJANTI I KÁ NADA TCHIGA KI TUDO''

    Domingo às 23:41 · Gosto · 1

  • Justina Taborda de Pina ESTE CAO NAO PENSA NAS COSEQUENCIAS SO QUER SER CHAMADO DE PRESIDENTE E TER ESCOLTAS A TRAZ PARA ELE O MUNDO ACABOU

    Domingo às 23:57 · Gosto · 1

  • Adul Balde SE O MELHOR PRESIDENTE É UM CAO, PRIMEIROS VÇS SÃO BURROS E CAOS. E COMO VÇS NÃO SABEM NADA ANDAM A CALUNIAR, ENTÃO EU PERGUNTO A VÇS QUEM É AFINAL MELHOR PRESIDENTE NA NOSSA GUINÉ? E SE VÇS ESTÃO DIZEM A MAL DUMA PPESSOA QUE DEUS DA PODER ENTÃO ESTÃO SULTANDO A ALLAH DEUS E QUEM SULTAR DEUS VAI ARRENPENDER RESTO DA SUA VIDA E COMO VÇS OS VOSSOS COMENTARIOS NÃO SÃO VALIDOS NA SOCIEDADE ATUAL, ENTÃO ERMAOS PROCUREM MANEIRA DE COMENTAR NA NET, SEM SULTAR NINGUE..

    há 16 horas · Gosto

  • Justina Taborda de Pina CAMARADA FIQUE BEM DESCANSADO QUE EU NAO RESPONDO COMENTARIOS DIABOLICOS E DE BAIXO NIVEL, SAIBA QUE NAO EXISTE SEQUER UM CIDADAO GUINIENSE DE BOM SENSO QUE APOIE A TAMANHA BARBARIDADE QUE SE VIVE ACTUALMENTE NA GUINE, E POR OUTRO LADO ANTES DE ESCREVER CONSULTE UM DICIONARIO PARA PODER EVITAR EROS TAO AGUDOS NO SEU PORTUGUES.

    há 10 horas · Gosto

Guiné-Bissau resiste à «tropacracia»

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Guiné-Bissau – O Diário - [Carlos Lopes Pereira]

Os serviços secretos franceses terão orquestrado os recentes golpes militares no Mali e na Guiné-Bissau, como a ajuda de alguns chefes de estado da região. A denúncia – divulgada em Bissau – é de uma plataforma de organizações sociais malianas. Há também acusações de que os presidentes Allassane Outtara, da Costa do Marfim, e Blaise Compaoré, do Burkina Faso, protegidos de Paris, terão depois concedido aos golpistas em Bamako e Bissau o apoio da Cedeao, a organização económica dos estados da África Ocidental, de forte influência francófona. Na Guiné-Bissau, dois meses depois do golpe liderado pelo general Indjai, os patriotas organizam a resistência à ditadura militar de fachada civil.


Uma plataforma de organizações não-governamentais do Mali denuncia os serviços secretos franceses, com apoio de alguns estados da região, de terem orquestrado os recentes golpes militares naquele país e na Guiné-Bissau.

As ONG malianas acusam também a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) de ter legitimado no poder os golpistas em Bamako e Bissau, apesar de proclamar «tolerância zero» contra golpes de estado. Considerando a Cedeao «um sindicato dos chefes de estado da África Ocidental», apelidam a organização encabeçada pelo presidente da Costa do Marfim, Allassane Outtara, de «tentáculo dos chefes de estado ocidentais, principalmente da França, que não vêem na África senão um reservatório de minérios inesgotáveis, um lugar de esvaziamento dos seus produtos que não se vendem nos mercados dos outros países industrializados».

Apelando à construção de uma «Cedeao dos povos», as ONG do Mali denunciam o papel de Blaise Compaoré, presidente do Burkina Faso, a quem tratam por «um homem de França, o animador do mercado negro de França em África para venda de armas e droga, (…) aquele que sufoca todas as tentativas de os povos quererem tomar nas mãos o seu destino».


Na Guiné-Bissau, onde meios democráticos divulgaram as posições das ONG malianas, são cada vez mais evidentes as ligações dos golpistas de 12 de Abril ao narcotráfico e a sua submissão a interesses estrangeiros.

Por um lado, há indícios da intensificação do tráfico de droga nas últimas semanas. Por exemplo, o pessoal da empresa privada que fazia a segurança do aeroporto de Bissau foi substituído por gente ligada à cúpula militar do golpe. O objectivo seria garantir a segurança das operações aéreas de narcotráfico, já que com a chegada das chuvas as pistas de terra batida tornam-se mais perigosas. E há testemunhos no interior do país – desde a fronteira com o Senegal, a Norte, até ao arquipélago dos Bijagós – de um maior movimento das «avionetas do pó branco», acolhidas em terra por soldados fardados…

Por outro lado, o golpe castrense de há dois meses consolidou-se com a conivência da Cedeao. Foram nomeados um presidente da república fantoche e um governo «de transição» chefiado por um militante do PRS de Kumba Ialá, a eminência parda civil do regime «tropacrático» (assim classificado pelo PAIGC, o partido maioritário que foi derrubado e marginalizado). Ministros, altos funcionários, o presidente da Comissão Nacional de Eleições, presidentes de câmara, responsáveis da rádio e da televisão estatais foram afastados e substituídos por gente da confiança dos golpistas. A missão de cooperação militar angolana, a Missang, com 270 membros, deixou Bissau e foi substituída por uma força da Cedeao, com 600 militares e polícias, sobretudo da Nigéria e do Senegal, chefiada por um oficial burkinês. Os militares guineenses anunciaram que «regressaram às casernas» mas é óbvio, apesar da cosmética, que o homem forte do país é o chefe do estado-maior das forças armadas, general António Indjai, o líder de facto da ditadura de fachada civil instaurada.

Apesar deste contexto político-militar complexo, da tensão social existente e da deterioração da frágil economia (campanha da castanha de caju afectada, administração pública inoperante, salários em atraso, projectos parados, ajudas internacionais suspensas parcialmente, ano escolar perdido, abastecimento de electricidade e água à beira da ruptura), os guineenses resistem.

O PAIGC e outras forças políticas constituíram uma frente anti-golpista, sindicatos, organizações não-governamentais e movimentos sociais exigem o restabelecimento da legalidade constitucional e da democracia, jornalistas corajosos denunciam na Internet e em outros meios a repressão, as perseguições, os abusos, as ilegalidades.
No plano diplomático, o ministro dos negócios estrangeiros do governo derrubado, Djaló Pires, e o presidente do PAIGC e ex-primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior – que foi preso pelos golpistas, mais tarde libertado e enviado para a Costa do Marfim e que agora se encontra em Portugal – têm desenvolvido esforços junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e das Nações Unidas. No sentido de uma maior intervenção da comunidade internacional para o retorno à normalidade constitucional na Guiné-Bissau, para a conclusão das eleições presidenciais e para aplicação de sanções aos cabecilhas militares e políticos do golpe.

É, no entanto, pouco provável que as grandes potências imperiais estejam dispostas, por causa da «pequena» Guiné-Bissau, a beliscar os interesses dos seus aliados na zona – os Estados Unidos em relação à Nigéria ou a França em relação ao Senegal, Costa do Marfim e Burkina Faso.

Terão pois de ser os próprios patriotas guineenses a libertar-se – de ditaduras mais ou menos encapotadas, do crime organizado, da corrupção, das divisões étnicas instigadas do exterior – e a construir na sua terra a paz, a democracia e o progresso.

 

Mensagens sobre este artigo no Facebook

  • William Namiram Ramalho pouca vergonha e a filhos d putas que ainda defendam este gajos , so digo-vos uma coisa os vos fim vão ser bonito vão tantos para os militares golpistas , os 5 contestarios da primeira volta assim como todos que fazem parte deste governo de porcaria, vão pagar e carro .

    há 6 horas · Gosto · 1

  • Alain Coutte Esta é uma propaganda vergonhoso de Angola e os criados dele que quiseram destinar o óleo e a bauxita de Guiné-Bissau, nada mais!
    Quem é o dono da companhia de óleo de Guiné-Bissau?
    Que país teve o projeto para extrair a bauxita na região de Farim, no desprezo maior do ambiente e a população local?
    Queridos amigos e irmãos guineenses, reflita pouco e não o deixe pôr para dormir pela propaganda fatal!!

    há 5 horas · Gosto · 2

  • Alain Coutte Queridos amigos Guinéens, você pede a pergunta bastante saber que deveria financiar este golpe de estado bastante.
    O que são as pessoas (ou os grupos de pessoas / cartéis) que deveriam usar Guiné-Bissau bastante como plataforma de trânsito para as sujeiras deles/delas de produtos que matam nossas crianças?
    Eu sou francês, mas eu sou um sócio de veterans de guerra de Guiné-Bissau ter ajudado Amilcar e Luis Cabral, como também o PAIGC para evacuar as pessoas feridas deles/delas de Ziguinchor no Dakar, em um avião que eu pilotei nos anos setenta.https://www.facebook.com/photo.php?fbid=258230980881171&set=oa.258532027517320&type=1&theater

    há 4 horas · Gosto

  • Alain Coutte Ninguém pode me acusar de ter colaborado ou lutar no lado dos portuguêses durante a guerra de liberação de Guiné-Bissau.
    Os israelitas teriam permitido Göring para se tornar o Presidente do estado de Israel?!?! Pense !!!

    há 4 horas · Gosto

  • Flora Cably Caro Amigo Alain, descance em paz aos poucos maioria doe guineenses vão descubrir os desmando do eixo do mal...A frança não tem nada a ver com isso...Eles é que tem ciumes dos franceses

    há 3 horas · Gosto

  • Alain Coutte Lhe agradeça Flora Cably, mas não está surpreendendo, enquanto a França não tem nenhum interesse econômico e financeiro principal em Guiné-Bissau - com exceção de algumas pessoas francesas que possuem hotéis nas Ilhas de Bijagos - ver tal uma propaganda vergonhoso de desinformação e envenenando para a França?
    Quem deveria publicar tais afirmações enganosas bastante, sem citar o nome disto " plataforma de ONG (ORGANIZAÇÃO NÃO-GOVERNAMENTAL) do Mali" ???
    Quem quer ser capaz a ele político em Guiné-Bissau, (controle a economia do óleo e a bauxita???
    Quem colaborou com o português durante a guerra de liberação de Guiné-Bissau???

sábado, 16 de junho de 2012

Como se delapida as riquezas da Guiné Bissau

Carlos Gomes Júnior em entrevista à DW África durante visita a São Tomé e Príncipe,

Carlos Gomes Júnior vai representar a Guiné-Bissau na cimeira da CPLP

Deutsche Welle

Em entrevista exclusiva à DW África durante visita a São Tomé e Príncipe, primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, afirmou que ele é o "chefe de governo legitimamente eleito".

Carlos Gomes Júnior teve encontros com os mais altos dirigentes de S. Tomé e Príncipe, nomeadamente: o Presidente da República, Manuel Pinto da Costa e o primeiro-ministro, Patrice Trovoada. Em entrevista exclusiva à DW África, Carlos Gomes Júnior falou sobre a representatividade do seu país ao nível internacional e apelou a uma maior união entre os africanos.


DW África: Aproxima-se a cimeira da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que será realizada a 20 de julho. Quem vai representar a Guiné-Bissau?

Carlos Gomes Júnior (CGJ): Naturalmente, o governo legítimo da Guiné-Bissau.


DW África: Nesse caso o senhor?

CGJ: Naturalmente, porque eu sou o primeiro-ministro e o chefe de governo legitimamente eleito.


DW África: Enviou uma carta ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, pedindo a instalação de uma comissão internacional sobre o golpe de Estado de 12 de abril. Que consequências teve essa iniciativa?

CGJ: Na nossa estada em Nova Iorque, concretamente no Conselho de Segurança, solicitamos a criação de uma comissão internacional da qual fariam parte todos os parceiros de cooperação da Guiné-Bissau, para analisar a situação vigente no país. Tem de ser analisada com uma certa celeridade. E nós temos um programa de governação. Termina em novembro o nosso mandato e gostaríamos, efetivamente, de concretizar todos os compromissos que temos com a comunidade internacional. Portanto, penso que haverá todo o interesse, de toda a comunidade, que se resolva o mais rapidamente possível a situação na Guiné-Bissau.


DW África: Acredita na reposição da legitimidade democrática na Guiné-Bissau?


CGJ: Naturalmente. Essa tem sido a posição das Nações Unidas. E ainda hoje (14.06) recebemos a notícia de que o Parlamento Europeu, através da proposta que tinha sido apresentada pelos parlamentares, nomeadamente pelo senhor deputado Diogo Feio e pela deputada Ana Gomes, aprovou, por larga maioria, [uma resolução] em que se exige o retorno à legalidade constitucional.

DW África: Como é que vê o papel da CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, neste processo?

CGJ: Entendemos que houve meia dúzia de países que utilizou o nome da CEDEAO para conseguir os seus intentos, os seus projetos pessoais. A maioria dos países daquela organização sub-regional está contra essa posição da CEDEAO. A nossa independência foi conquistada com muito sacrifício do nosso povo, ao longo de 11 anos de guerra. E não nos sujeitamos a que um ministro da Nigéria dê posse ao Presidente da República da Guiné-Bissau. Isso é um insulto, não só para a Guiné-Bissau, mas para a África.

DW África: Tem feito um périplo por vários países africanos. Tem como objetivo conseguir o apoio de vários Estados junto da ONU para tentar encontrar uma solução para a Guiné-Bissau?

CGJ: Eu penso que a África tem de falar a uma só voz. Nós temos organismos próprios, temos parceiros e devemos passar uma mensagem de unidade entre os africanos, de defesa dos interesses do nosso povo. Não podemos pensar que meia dúzia de dirigentes, que está ligada ao narco-tráfico e ao crime organizado, venha desestabilizar e que faça uma propaganda com uma má imagem nossa. Eu penso que há dirigentes africanos sérios e que vamos continuar a lutar na base das nossas organizações como a CEDEAO, a União Africana e a CPLP.

A luta há-de continuar.

O Presidente angolano, José E. dos Santos felicita missão militar que regressou da Guiné-Bissau

Luanda, 15 jun (Lusa) -- O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, enviou uma mensagem de felicitações aos integrantes da missão militar angolana na Guiné-Bissau, que foi transmitida hoje no ato formal de regresso a Angola, divulgou a imprensa angolana.

Segundo a agência noticiosa angolana Angop, a mensagem enviada pelo Presidente angolano serviu para felicitar os efetivos militares pelo cumprimento honroso das suas tarefas na Guiné-Bissau.

A Missang, num total de 249 efetivos, entre militares e polícias, estava na Guiné-Bissau em resultado de um protocolo assinado entre os ministros da Defesa dos dois países, complementar a um acordo governamental, ratificado pelos respetivos parlamentos.

A missão militar angolana na Guiné-Bissau permaneceu naquele país durante um ano e as suas atribuições eram, principalmente de cooperação, realizando a reparação de casernas e equipamentos, a construção e reabilitação de infraestruturas variadas e a formação dos novos recrutas das forças de segurança.

O efetivo da Missang começou a retirar-se da Guiné-Bissau a 06 de junho, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril.

O comando militar guineense, responsável pelo golpe de Estado, acusou a Missang de ser o braço armado do Governo da Guiné-Bissau.

A mensagem de José Eduardo dos Santos foi lida pelo chefe do Estado Maior General adjunto das Forças Armadas Angolanas para a Educação Patriótica, general Egídio de Sousa Santos, na parada de homenagem aos militares, realizada na Unidade de Forças Especiais, baseada em Cabo Ledo, na província do Bengo.

A Missang foi substituída por forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), comandadas pelo tenente-general Guibanga Barro, do Burkina Faso.

A CEDEAO negociou um governo de transição na Guiné-Bissau, que não é aceite pela maioria das organizações internacionais, que querem a reposição do governo deposto.

Lusa

Cabo Verde/CPLP = O presidente de Cabo Verde mantém pressão sobre Guiné -Bissau

Cidade da Praia - O presidente de Cabo Verde manteve hoje (sexta-feira) a pressão sobre o regresso à normalidade democrática na Guiné-Bissau e manifestou-se favorável à adesão da Guiné - Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Jorge Carlos Fonseca, numa conferência de imprensa na Cidade da Praia, salientou que os encontros oficiais que manteve com as autoridades portuguesas em Lisboa, durante a visita de Estado de segunda e terça-feira, reforçaram a ideia defendida por Cabo Verde na busca de uma solução que passe sobretudo pelas Nações Unidas.

"A solução tem de passar pelo respeito pela ordem constitucional. É evidente que a segunda volta das eleições presidenciais não é exequível já. Tem de haver soluções realistas e pragmáticas, que passem pelo Conselho de Segurança da ONU e que vinculem a União Africana (UA) e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental)", frisou.

 
Ao salientar que a situação na Guiné-Bissau, afectada por um golpe de Estado a 12 de Abril e cujo Comando Militar se mantém no poder, "continua a ser muito plástica", Jorge Carlos Fonseca referiu que a posição portuguesa, "no essencial", não difere da de Cabo Verde.


O presidente cabo-verdiano salientou que as posições dos dois países saíram reforçadas depois de encontros com o presidente, Primeiro-ministro e outras personalidades políticas de Portugal, bem como na reunião que manteve em Lisboa com o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, cujo teor não adiantou.

Sobre a eventual adesão da Guiné Equatorial à CPLP, Jorge Calos Fonseca indicou que a cimeira de Maputo, em Julho próximo, irá analisar o "roteiro de requisitos" que as autoridades de Malabo acederam em cumprir há dois anos e que, mediante a análise, se decidirá pela entrada ou por conceder "mais tempo".


"Obviamente que a Guiné - Equatorial não é uma democracia perfeita. Vamos aguardar pelo relatório", disse, admitindo que, por causa do petróleo, a adesão do país centro -africano "é apetecível" para os interesses económicos dos "oito".


A 20 de Fevereiro, o Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, afirmou que a posição oficial da Cidade da Praia passa por apoiar a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, mas desde que Malabo cumpra os pressupostos estatutários da organização, definidos na cimeira de Luanda.


O presidente da Guiné - Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, está no poder desde 1979.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

PR da CNE convidado a retomar funções

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, foi ontem (quinta-feira) convidado pelo chefe de Estado elegitimo de transição, Serifo Nhamadjo, a retomar as suas funções.

   
Lima da Costa, que falava a imprensa a saída de uma audiência com Serifo Nhamadjo, disse ter sido convidado a retomar as funções, depois de ter sido impedido de o fazer por soldados na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril.  "A CNE está a trabalhar a meio gás porque não tem presidente, não tem interlocutor, eu disse isso ao Presidente, aliás foi essa a preocupação do Presidente da República, arranjar um interlocutor que possa iniciar o diálogo com a comunidade internacional com vista aos próximos actos eleitorais", disse Lima da Costa.   

"É preciso preparar a CNE, criar as condições operacionais para este período transitório a que se seguirá as eleições para o retorno à normalidade constitucional", acrescentou o presidente da CNE. 
Desejado Lima da Costa disse estar "em plena liberdade" pelo que vai retomar as suas funções na CNE, onde foi impedido de entrar recentemente por soldados e polícias, sem quaisquer justificações.   


Lima da Costa era um dos dirigentes guineenses que se encontravam refugiados na sede da União Europeia em Bissau desde o dia do golpe, de onde saíram volvidos quase 40 dias.
Questionado sobre se é possível realizar a segunda volta das eleições presidenciais, interrompida com o golpe de Estado, o presidente da CNE disse que essa pergunta deve ser respondida pelos políticos.

Um pouco de poesia com Mussa Balde

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Conselho de Segurança e União Africana exortam Comando Militar a deixar o poder

Os conselhos de segurança da ONU e União Africana condenaram os recentes golpes de Estado na África Ocidental e exortaram o Comando Militar golpista na Guiné-Bissau a deixar o poder e a permitir eleições democráticas.

A posição conjunta foi tomada após uma reunião, na quarta-feira em Nova Iorque, sobre a situação de segurança em África em que estiveram em destaque os golpes de Estado na Guiné-Bissau e no Mali e também os combates no Sudão e a pirataria na Somália.

"Os membros do Comando Militar devem abdicar da sua posição de autoridade", refere a declaração conjunta, divulgada na última noite, em relação à Guiné-Bissau. LUSA

Guiné Bissau : (Perspetiva) Diferentes olhares da CEDEAO para a situação pós golpe

Governo ilegitimo de transição acusa União Europeia de "política de avestruz"

Fernando Vaz, ministro e porta-voz do governo elegitimo diz por outro lado que governo guineense foi reconhecido pelas grandes potências mundiais. (quem são as grades potencias?)

O governo elegitimo da Guiné-Bissau, através do seu porta-voz o ministro da presidencia do Conselho de Ministros e da Comunicação Social, Fernando Vaz, desvalorizou os apelos hoje da União Europeia para o restabelecimento da ordem constitucional no país.

O Parlamento Europeu adoptou hoje em Estrasburgo uma resolução, na qual exigiu a reposição imediata da ordem constitucional.

Ao reagir à Voz da América a decisão dos euro-deputados, o ministro elegitimo Fernando Vaz, que considerou a posição do parlamento europeu, como uma "política de avestruz".

O porta-voz do governo elegitimo bissau-guinense adianta que "o governo está instituído, a própria Nações Unidas o reconhecem e a União Europeia continua a fazer um política de avestruz de enterrar a cabeça na areia e não querer olhar para frente.

Fernado Vaz que não podem [o governo] parar e fazer a mesma política da União Europeia.

De acordo com o governante elegitimo  guineense o país no caminho da normalidade com o pagamento de dois meses dos salários dos funcionários públicos e do pagamento da metade dos 5 meses dos salários dos professores em atraso.

(De onde veio o dinheiro? da CEDEAO!! talvez sim e a que propósito? com que custos para a Guiné ?)

O porta-voz do governo da Guiné-Bissau adianta por outro lado que a União Europeia perdeu completamente a razão e o tino, quando defende uma eventual intervenção militar estrangeira sob égide das Nações Unidas no país.

Fernando Vaz concluiu afirmando que enquanto políticos, os membros do governo elegitimo condenam o golpe de Estado, mas que não podiam ficar de braços cruzados deixando o país à deriva e à espera que a União Europeia encontre alguma solução.

Recepção oficial dos efectivos da Missang acontece sexta-feira

Angop

Tropas Especiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) numa parada.

Luanda - Uma cerimónia oficial de recepção de todos efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional que integram a Missão Militar de Angola na Guiné Bissau (Missang), realiza-se nesta sexta-feira, na unidade militar de tropas especiais baseada em Cabo Ledo.

Os efectivos da Missang, num total de 249 entre militares e polícias, estavam desde Março de 2011 na Guiné Bissau na base de um protocolo assinado entre os ministros da Defesa dos dois países, complementar a um acordo governamental ratificado pelos parlamentos de Angola e da Guiné Bissau.

A missão foi interrompida unilateralmente pelo Executivo angolano na sequência da crise interna político-militar instalada neste país, criada por altas chefias militares, e que culminou na deposição do Presidente interino, Raimundo Pereira, e do Primeiro Ministro, Gomes Júnior.

A cooperação técnica militar angolana previa uma ajuda ao programa de reforma das forças armadas e da polícia guineenses, consubstanciado na reparação de quartéis e esquadras, reorganização administrativa, formação técnica e adestramento militar, bem como a formação de efectivos em instituições de ensino militar e policial em Angola.

De acordo com o ex-comandante destas forças, tenente general Gildo dos Santos, durante a presença da Missang na Guiné Bissau, o Governo angolano gastou mais 10 milhões de dólares em projectos concebidos para benefício das autoridades de defesa e segurança guineense.

A Missang foi actualmente substituída por forças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) comandadas pelo tenente general Guibanga Barro, do Burkina Faso.

O acto de recepção que será presidido pelo ministro da Defesa Nacional, Cândido Pereira Van-Dúnem, contará com a presença do Chefe do Estado Maior General das FAA, general Geraldo  Sachipengo Nunda, oficiais generais e superiores dos três ramos das Forças Armadas Angolanas (Exército, Força Aérea e Marinha de Guerra) e convidados.

Saturnino Costa considera-se «moço de recados» de António Indjai

Bissau – O primeiro Vice-Presidente do PAIGC, Manuel Saturnino
Costa, considera que durante o período da luta armada de libertação nacional, desempenhava as funções de «moço de recados» de António Indjai, Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas.

António Indjai acusou Saturnino Costa, na passada semana, de ter proferido insultos aos antigos combatentes.


O primeiro Vice-Presidente do PAIGC disse que era o «miúdo de recados que segurava a mochila do General Amónio Indjai e cuidava dos seus sapatos durante a luta armada».


Manuel Saturnino Costa falou a 12 de Junho num encontro que a sua formação política manteve com os antigos combatentes da liberdade da Pátria, esta terça-feira, 12 de Junho.


Saturnino Costa pediu longa vida para António Indjai, para que possa contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento da Guiné-Bissau.


O PAIGC produziu um comunicado de imprensa que classificou o encontro entre o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e os combatentes, a 6 de Junho, na sede da ANP, como «um esforço infundado e inútil de branqueamento e de deturpação da história, com o objectivo de dividir para reinar».

De acordo com o comunicado, o PAIGC disse ter registado com estupefacção o teor da reunião tida com os antigos combatentes, mas que no entanto foi transformado no tribunal de luta de libertação nacional.


Esta formação política disse ainda que o encontro de 6 de Junho deu-se para dividir os guineenses em etnias, para melhor controlar a população.


A terminar, o PAIGC lembrou Antonio Indjai da condenação do golpe levado a cabo por ele, a 12 de Abril, que passados sessenta dias inverteu a posição, justificando a questão dos antigos combatentes como uma das razões deste golpe.

Primeiro-ministro deposto da Guiné Bissau quer garantir apoio da CPLP

"O governo legítimo da Guiné-Bissau estará presente não só para agradecer todos os países membros da CPLP, mas também para continuar a pedir apoio e solidariedade para que se respeite a legalidade constitucional", disse Carlos Gomes Júnior.

São Tomé - O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, confirmou, em São Tomé, a sua presença, em julho próximo em Moçambique, na Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Carlos Gomes Júnior, deposto na sequência do golpe militar de 12 de abril, pretende garantir o apoio da CPLP.

"Neste momento, a CPLP tem falado uma única voz, exigindo o retorno da ordem constitucional. Neste encontro (na cimeira, a realizar em Maputo), o governo legítimo da Guiné-Bissau estará presente não só para agradecer todos os países membros da CPLP, mas também para continuar a pedir apoio e solidariedade para que se respeite a legalidade constitucional", disse Carlos Gomes Júnior à sua chegada a São Tomé.

Carlos Gomes Júnior, falando à imprensa no aeroporto internacional, disse que veio agradecer ao primeiro-ministro santomense, Patrice Trovoada, e ao Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, pelo apoio e pela solidariedade prestada durante a crise que se instalou no seu pais após o golpe de Estado militar de 12 de abril último.

"Não se poder permitir, no século XXI, que um partido como o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) ganhe as eleições, com cerca de 67 mandatos, e a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) permita que um ministro venha dar posse a um Presidente da República. Isto é um insulto para África e um insulto para o povo da Guiné-Bissau", indignou-se.

"A nossa independência não tomamos na secretaria, ela foi conquistada durante 11 anos de guerra e não vamos permitir que seja quem for venha defraudar o nosso povo", sublinhou o primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau.

Carlos Gomés Júnior, que vive atualmente exilado em Portugal, venceu a primeira volta das eleições presidenciais antecipadas de 18 de março deste ano e deveria disputar a segunda volta com o ex-Presidente Kumba Yalá a 22 de abril, mas o escrutínio foi inviabilizado pelo golpe de Estado militar dez dias antes.

As eleições presidenciais antecipadas foram organizadas na sequência da morte, por doença, do Presidente Malam Bacai Sanhá em Paris, França, no início deste ano.

O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, durante a sua estada em São Tomé, foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Salvador dos Ramos. Ele deverá igualmente visitar Angola, Cabo Verde e a Gâmbia.

Parlamento Europeu pede “reposição imediata” da ordem constitucional na Guiné

O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje uma resolução sobre a Guiné-Bissau, na qual é pedida a “reposição imediata” da ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral interrompido pelo golpe de Estado de 12 de Abril.

No documento, votado favoravelmente por seis grupos políticos que representam a grande maioria dos deputados ao PE, os eurodeputados pedem o “respeito absoluto pela integridade física de todos os funcionários públicos e outros cidadãos” sob alçada dos militares rebeldes.


O texto, resultado do trabalho conjunto dos gabinetes dos eurodeputados portugueses Ana Gomes, Diogo Feio e Rui Tavares, exorta também a comunidade internacional a exercer “toda a influência necessária” e a fornecer todo o apoio para se chegar a uma “investigação completa” sobre o golpe de Estado e trazer os responsáveis à Justiça.


Bruxelas, aponta o PE, deverá prosseguir a ajuda humanitária e o apoio dado ao país e à população, ao passo que a situação militar “instável e incapaz” na Guiné-Bissau potencia um outro perigo: o da intensificação do tráfico de drogas, canalizadas nomeadamente para o continente europeu.


A posição do Parlamento Europeu relativamente à Guiné-Bissau tem lugar numa altura em que a União Europeia já tem em curso sanções -- proibição de viajar e congelamento de bens em território comunitário - contra aqueles que considera responsáveis pela situação de instabilidade no país, designadamente 21 membros do comando militar autor do golpe de Estado de 12 de Abril.


O golpe de Estado na Guiné-Bissau ocorreu na véspera do início da segunda volta da campanha eleitoral para as eleições presidenciais.
O primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior tinha ganhado a primeira volta e ia disputar a segunda, a 22 de Abril, com Kumba Ialá.


Carlos Gomes Júnior e o Presidente interino, Raimundo Pereira, estiveram detidos até 26 de Abril, quando foram levados para a Costa do Marfim e permanecem fora do país.


Um governo de transição, negociado com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), foi nomeado e deverá promover a realização de eleições no prazo de um ano.


No entanto, as autoridades de transição -- lideradas pelo Presidente Serifo Nhamadjo e pelo primeiro-ministro Rui Duarte de Barros - não são reconhecidas pela restante comunidade internacional, nomeadamente pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Presidente Ilegitimo de transição da Guiné-Bissau em Dacar

O Presidente Ilegitimo de transição Guineense, Serifo Nhamadjo, deslocou-se esta terça-feira a Dacar numa visita de algumas horas durante a qual se avistou com o seu homólogo Senegalês, Macky Sall.

Esta deslocação que era a primeira de Serifo Nhamadjo desde que foi designado ilegitimamente Presidente de transição no mês passado na sequência da sublevação militar de 12 de Abril, tinha por objectivo agradecer o contributo do Senegal designadamente no seio da força de interposição, mas também procurar apoios e conselhos junto do Presidente do Senegal, no intuito do seu país regressar rapidamente à normalidade constitucional.

A saída desse encontro, interrogado igualmente sobre as relações do seu país com Angola, cujos contingentes militares acabam de sair do território Guineense, Serifo Nhamadjo tenta desdramatizar a situação, mostrando-se confiante quanto à capacidade dos dois países ultrapassarem o que prefere encarar como um "incidente".

De referir, por outro lado, que esta visita acontece no momento em que o Parlamento Europeu se prepara para votar esta quarta-feira uma resolução exigindo a "reposição imediata" da ordem constitucional bem como a retoma do processo eleitoral interrompido aquando do golpe de Estado do passado mês de Abril na Guiné-Bissau.

Parlamento Europeu condena papel da CEDEAO na crise da Guiné-Bissau

Parlamento Europeu

Fonte: DW África
GUINÉ-BISSAU

Parlamento Europeu condena papel da CEDEAO na crise da Guiné-Bissau

O Parlamento Europeu irá, esta quarta-feira (13.06) aprovar uma resolução sobre a situação política na Guiné-Bissau. O Eurodeputado português Paulo Rangel, um dos autores do documento, mostrou-se crítico da CEDEAO.

A resolução vai pedir a reposição imediata da ordem constitucional e a conclusão do processo eleitoral guineense, interrompido com o golpe de Estado de 12 de abril. Os eurodeputados apelam ao respeito pela integridade física de todos os funcionários públicos e cidadãos sob alçada dos militares autores do golpe.
O eurodeputado Paulo Rangel, um dos autores do documento, reconhece que a resolução do Parlamento Europeu não chega para solucionar o problema, mas constitui um passo porque legitima um mandato para outras ações.
DW África: O que é que se pode esperar desta tomada de posição formal do Parlamento Europeu?
Paulo Rangel (PR):
O que se pode esperar, no fundo, é uma coerência total entre as instituições internacionais quanto à atual situação de ilegitimidade política que se vive na Guiné-Bissau.

Eurodeputados exigem o restabelecimento da ordem constitucional na Guiné-Bissau

Nós já sabíamos que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a própria União Europeia (UE), através da Comissão, tinham tido um papel muito importante na definição de uma situação de ilegalidade, uma espécie de golpe de Estado constitucional que interrompeu um processo eleitoral e interrompeu uma trajetória, que foi uma trajetória extraordinária de recuperação a que assistimos, no último ano e meio, na Guiné-Bissau. Quer o trabalho político quer o trabalho de desenvolvimento económico e social foram interrompidos. E portanto, há que denunciar isto.

Por outro lado, há aqui um aspecto que também é muito importante, que é o de condenar, criticar o papel que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem tido aqui. Para além deste convite a que a CEDEAO possa, ela própria, ter um papel de restauração da legalidade democrática, porque tem sido, apesar de tudo, um pouco complacente com a situação), é  fundamental  restaurar do apoio humanitário e do apoio ao desenvolvimento à Guiné-Bissau.

Devemos fazer uma grande pressão internacional para repor a legilimidade, para que este golpe de Estado seja, no fundo, afastado e para que os candidatos que estavam a concorrer à presidência e o primeiro-ministro e Presidente interinos voltem, de novo, ao território da Guiné e à governação. Mas isso não deve interferir com a capacidade de ajuda e de apoio à população porque a população está a sofrer imenso.

 

O eurodeputado Paulo Rangel, no apoio do Partido Social Democrata durante a campanha eleitoral das eleições legislativas de 2009

DW África: Referiu a uma coerência total, mas há uma disparidade de avaliações nomeadamente entre a CEDEAO e outros parceiros como a CPLP, a ONU ou a União Africana (UA). Será suficiente fazer-se o convite à CEDEAO para que não legitime um governo e as autoridades que sairam de um golpe de Estado ou será preciso fazer mais?

PR: A adoção pura e simples de resoluções internacionais é sempre essencial para dar um quadro legal de atuação às instituições. Ou seja, é importante que o Conselho de Segurança da ONU, que a UA, que a CPLP, que a UE tomem decisões e que as tomem por escrito sob a forma de resolução para terem, no fundo, um mandato para atuar. Mas depois não podem as consciências ficar descansadas com a aprovação da resolução. O que vamos fazer a 13 de junho, é apenas um primeiro passo. É fundamental que os países da CPLP, nomeadamente Portugal, Angola e o Brasil tenham um papel de pressão sobre os países da África Ocidental. Assim como a UE e o próprio Conselho de Segurança da ONU, designadamente através de alguns dos seus membros mais relevantes (como os Estados Unidos e a China que tem hoje um papel relativamente importante em alguns países africanos) possam usar os seus bons ofícios e a sua capacidade de pressão e de influência internacional para levar a CEDEAO a mudar o seu caminho. Isso é essencial.

Carlos Gomes Júnior foi o candidato mais votado da primeira volta das eleições presidenciais, que foram interrompidas antes do segundo turno pelo golpe de Estado

Não basta haver resoluções. Mas sem resolução também não há mandato para as instituições atuarem. E, portanto, a resolução é extremamente importante no sentido da definição de uma posição da comunidade internacional.

DW África: E ao nível bilateral, o que é que pode um país como Portugal fazer para ajudar a Guiné-Bissau a sair deste impasse?

PR: Eu creio que, particamente, aqui há dois países que têm uma posição ímpar: Portugal e Angola, porque Angola tinha a Missang, que estava com uma missão de assistência técnico-militar [na Guiné-Bissau], com um papel muito relevante. Aliás um papel que se refletia neste progresso, porque o que aqui é verdadeiramente extraordinário é que a Guiné-Bissaau, para além de estar a desenvolver um quadro democrático, pela primeira vez estava, de fato, com índices económicos e sociais em melhoria absolutamente visível. E este processo, com certeza com este golpe, vai ficar parado. E isso é que é trágico neste contexto.

O Parlamento Europeu pretende que o processo eleitoral guineense seja concluido

Penso que Portugal e Angola têm um papel muito importante. Mas é fundamental que estes dois países não apenas atuem sobre os atuais dirigentes da Guiné-Bissau mas os dirigentes que estão, neste momento, de fato, com o poder nas mãos, mas sobre os países da África Ocidental, países que têm um papel relevante, como o Senegal, Gâmbia, Nigéria e outros como a Guiné Conacri ou a Guiné-Equatorial. Nós podíamos, de fato, ter aqui um conjunto de parceiros sobre os quais devíamos atuar diretamente. Portanto, disso não há dúvida.
Julgo que, apesar de tudo, o papel de Portugal, por um lado, pode ser muito facilitado se tiver esta cobertura da UE. E por isso nos empenhamos tanto em que não só a Comissão mas também o Parlamento Europeu tivesse uma posição claríssima sobre este assunto, porque é evidente que um país como Portugal terá uma capacidade de pressão maior sobre os países da África Ocidental, que têm uma palavra a dizer nesta questão, se vier com a cobertura, a legitimidade da União Europeia.

O novo governo interino da Guiné-Bissau colhe o apoio da CEDEAO mas é contestado por outras organizações internacionais como a CPLP e a ONU

E o mesmo vale para Angola, no que diz respeito à União Africana. Então, no fundo, são uma espécie de catalizadores destes esforços.

Mas a situação é extremamente complexa, há que reconhecê-lo, por isso é que existe também este último considerando da resolução que é extremamente importante (e sobre o qual eu tenho insistido a propósito de outros casos de emergência humanitária). Mesmo quando há uma situação política extremamente adversa e que merece ser verdadeiramente censurada e até boicotada, nós não devemos suspender a ajuda humanitária nem a ajuda direta às populações, porque esses cortes não contribuem, de maneira nenhuma, para facilitar a situação, no próprio terreno político. E portanto, não deve ser a população que deve ser refém deste tipo de golpismo e de instabilidade política. E por isso, o trabalho humanitário e de desenvolvimento deve continuar, mesmo neste quadro político irregular.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Muitas lágrimas no adeus a Bissau

Na hora da partida os militares da MISSANG sentiram o carinho e o reconhecimento dos guineenses

Fotografia: Rogério Tuti

O último grupo da missão das FAA na Guiné-Bissau (MISSANG) deixou domingo aquele país com destino a Luanda, em dois aviões da Força Aérea Nacional e um “boeing” da Sonair. A despedida ao contingente foi feita num antigo hotel de Bissau que em breve vai ser a sede da Embaixada de Angola.


No adeus às tropas angolanas estava o embaixador de Portugal, António Freire, e o encarregado de negócios da Embaixada de Angola, Luís dos Santos. Mas a despedida comovente foi feita pelo povo de Bissau. A nossa reportagem viu lágrimas no rosto de muita gente que quis mostrar aos nossos valorosos militares a sua gratidão pela cooperação que deram ao seu país, durante o tempo que durou a missão.


Os militares da MISSANG foram para a Guiné-Bissau a pedido do legítimo governo do país, no âmbito das “relações históricas” com Angola e nos laços de cooperação que sempre existiram.


Os elementos da missão angolana estavam empenhados num projecto de reestruturação das forças armadas e de segurança.
O Estado Angolano disponibilizou 13 milhões de dólares no projecto e até ao momento da saída do último soldado, já tinham sido aplicados mais de nove milhões.


O comandante da missão, tenente general Gildo dos Santos, disse na hora da despedida, que todos os militares deixavam Bissau com o sentimento do dever cumprido. A despedida da população confirmou essa realidade. Os guineenses que se foram despedir da MISSANG agradeciam aos militares angolanos e corriam lágrimas em muitos rostos.


Nas eleições, a nossa reportagem captou imagens de festa e alegria. No sábado, o sentimento era de profunda tristeza.

“Os nossos irmãos vieram por bem, ajudaram-nos muito e agora partem sem acabar a sua missão. A nossa terra ainda precisa deles, não deviam partir”, disse à nossa reportagem uma mulher lavada em lágrimas.

Os militares da MISSANG estavam empenhados numa missão “de amizade e cooperação” mas os acontecimentos políticos que interromperam as eleições presidenciais na Guiné-Bissau provocaram a sua retirada prematuramente. Angola deu a mão a um país irmão. Os angolanos que foram cumprir tão honrosa missão, deram o seu melhor. O povo da Guiné-Bissau sabe que fazer mais era impossível.

Os membros do Governo legítimo que pediram ajuda a Angola também sabem que a resposta pronta para ajudar a reestruturar as forças de defesa e segurança foi determinada pelos laços fraternos que nos unem.

Fonte: 

Jornal de Angola Online