quinta-feira, 30 de setembro de 2010

FMI prevê crescimento de 3,5% na Guiné-Bissau este ano

fmi_logo Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), que se deslocou à Guiné-Bissau para avaliar a situação económica, anuncia um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% em 2010, mas sublinhou a necessidade de haver estabilidade.

"Em termos gerais, a missão do FMI prevê um crescimento de 3,5% do PIB real em 2010. A continuada recuperação da economia mundial e a retoma da produção da castanha do caju devem contribuir para uma aceleração moderada do crescimento em 2011, para cerca de 4,3%", afirmou Paulo Drummond, chefe da missão.

Segundo Paulo Drummond a "manutenção da estabilidade política e a melhoria das condições de segurança continuarão a ser fundamentais para as perspectivas económicas".

Em relação ao desempenho no âmbito do programa de Facilidade de Crédito Alargado, o chefe da missão do FMI considerou-o "satisfatório. Foram cumpridos todos os critérios de desempenho e observados todos os indicadores de referência estruturais para a primeira avaliação do programa".

Paulo Drummond salientou contudo que a "despesa interna foi mantida abaixo das metas do programa devido à insuficiência do apoio orçamental e das incertezas relacionadas com esse apoio".

Guiné Bissau: No epicentro de quase tudo

As idas e vindas que estão a escrever a história da capital Luanda nos dias de hoje não podem ser um simples movimento diferente. Há algo de muito precioso, em política, a acontecer na relação de Angola com o resto do Mundo, mais especificamente com um grupo de países de interligação privilegiada, seja por razões de geografia, seja por pertença a uma mesma família linguística.


A Guiné Bissau, país dos PALOP como o é também Angola, fez de Luanda nas últimas semanas uma espécie de confessionário. Militares e políticos, que intramuros cultivam uma relação de assustadora precariedade, voaram para Angola onde, em bom rigor, parece repousar a chave do seu problema persistente.


Ficou-se a perceber – ao menos na aparência – que, por lá, a questão verdadeira, para lá das causas profundas ligadas à difícil gestão dos interesses de tribo, é mesmo a sobrevivência no quotidiano. Perpassa pelo território uma verdadeira fome de respostas, que tem na situação dos militares sem garantias de futuro o mais sério desafio.


É de comida, de dinheiro, de fardas, de carros para circular, de camas para dormir, de casas, de quartéis, de acomodação, de formação, de escola, que se fala na Guiné Bissau.


E é isso que, sem subtilezas de linguagem, o militar que por lá parece ditar as regras, António Indjai, veio a Luanda dizer, rogar quase.


Para já, a resposta para a Guiné é logística, algum tempo depois – certamente em simultâneo – nada mau uma profunda abordagem antropológica, sociológica, política, cultivando entre todos valores universais que será preciso observar, sob pena de todo o esforço descambar. Um desses valores incontornáveis é o respeito pela vida humana, a base de tudo.


Veio a Guiné carpir as suas mágoas, mas por razões diferentes esteve também São Tomé e Príncipe, na pessoa do seu primeiro ministro Patrice Trovoada, transmitir ideias de progresso, de cooperação, de crescimento.


O governante santomense fez de Luanda um palco para, no fundo, lembrar a excepcionalidade da relação bilateral. Foi de uma abertura notável, directa, dir-se-á até bastante familiar. Angola só não será forte nos negócios chorudos que parecem anunciar-se para aquela terra se não o desejar e se a sua classe empresarial preferir outros destinos na sua cada vez mais ousada vontade de expansão pelo Mundo.


Deixado propositadamente para o fim nesta apreciação dos movimentos de diplomacia das últimas semanas, temos a memória da visita do presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabilá. Foi na segunda-feira 20 que o líder da RDC veio a Luanda, no reatamento de um diálogo que teve claro esfriamento depois da controversa decisão de expulsar de solo congolês todos os cidadãos angolanos.


Terão sido, certamente, horas de verdadeiro e angustiante exercício de diplomacia que as câmaras de TV não mostram nem os eufemismos dos comunicados “politicamente correctos” permitem perceber os meandros.


Não é com certeza fácil para Angola gerir este dossier, com todo o histórico das relações na era Kabila (primeiro pai, e agora) , mas o pior parece ter passado, pois o simples franquear das portas do Palácio da Colina de São José ao presidente da nação vizinha é, já por si, um sinal de conforto e de suficiente tranquilização dos espíritos.


O comunicado ficou-se por palavras tão baças quanto inócuas, como o se ter concluído “a necessidade de consolidar as independências das duas nações e promover a liberdade e a dignidade dos dois povos”.


Mas ficou o convite para que o Presidente José Eduardo dos Santos visite a RDC, entretanto já aceite, com datas a dependerem do respectivo agendamento pelas vias habituais, as da diplomacia.

Fonte: O PAÍS

UE projecta relançamento da missão de reforma

untitled Bruxelas  - A União Europeia (UE) poderá projectar o relançamento da missão de reforma do sector da segurança na Guiné-Bissau suspensa por iniciativa de Bruxelas desde Maio último, indicou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Segundo Durão Barroso, que falava em Bruxelas no final de um encontro com o Primeiro-ministro bissau-guineense, Carlos Gomes Júnior, a Guiné-Bissau deu o seu acordo para o desdobramento de uma força regional de estabilização no país.

A força regional de estabilização será composta por contingentes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), indicou o chefe do Governo bissau- guineense.

A CPLP integra os países africanos de expressão portuguesa, bem como o Brasil e Portugal.

A União Europeia continua disposta a relançar a cooperação com a uiné-Bissau para a promoção da democracia neste país, afirmou Durão Barroso, acrescentando que a UE pretende apoiar as autoridades democraticamente eleitas da Guiné-Bissau.

O Primeiro-ministro bissau-guineense, indicou, por sua vez, que as medidas de luta contra os narcotraficantes só poderão ser tomadas após a reforma do sector de segurança.

A missão de reforma do sector da segurança visa fornecer assistência ao Governo bissau-guineense para reformar a Justiça, a Polícia e o Exército e executar uma estratégia nacional de segurança.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Governo da Guiné Bissau e ONU organizam seminário sobre reforma de defesa

A reforma do sector de defesa e segurança na Guiné-Bissau tem sido considerada prioritária para a estabilidade no país.

Bissau -- A Comissão da Campanha sobre a Sensibilização para Reforma do Sector de Defesa e Segurança na Guiné-Bissau e as Nações Unidas vão realizar entre terça e quinta feira um seminário para jornalistas.
Durante três dias, os jornalistas vão abordar temas relacionados com as reforma daqueles sectores, que vão desde os custos e financiamentos até à forma e as razões de ser necessário fazer a reforma do sector de defesa e segurança no país.
Participam no encontro o secretário de Estado da Segurança Nacional e Ordem Pública, Octávio Alves, que vai abordar o "estado actual da reforma no sector de segurança", e o chefe da secção da reforma do sector da missão da ONU em Bissau, Antero Lopes.
A reforma do sector de defesa e segurança na Guiné-Bissau tem sido considerada prioritária para a estabilidade no país.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Durão Barroso destaca importância de força de estabilização na Guiné-Bissau

ALeqM5jicZD-TBT1KU07dIY2n7CUMU5EMw Bruxelas, 27 set (Lusa) -- O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, defendeu hoje em Bruxelas a presença de uma força de estabilização na Guiné-Bissau, formada por parceiros africanos, considerando-a importante para o restabelecimento da "confiança internacional" no país.

José Manuel Durão Barroso falava após um encontro, na sede da Comissão, com o primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, que anunciou uma resposta positiva por parte das autoridades guineenses à disponibilidade manifestada pela CEDEAO (Comunidade dos Países da África Ocidental) e CPLP (Comunidades dos Países de Língua Portuguesa) para o envio dessa missão.

Carlos Gomes Júnior indicou que o presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, "acaba de endereçar uma carta à CEDEAO e à CPLP, convidando estes parceiros integrarem essa força de estabilização", sendo agora "necessário que os parceiros se concentrem para que efetivamente essa missão seja bem sucedida".

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Guiné-Bissau celebra a independência sem representantes máximos

malambacaisanhapnn-editada Bissau – A Guiné-Bissau celebrou esta sexta-feira, pela primeira vez, os 37 anos da sua independência sem o Presidente da República, da Assembleia Nacional Popular (ANP) e sem o primeiro-ministro.

Foram lugares deixados pelos responsáveis directos da mais alta magistratura, com o Chefe de Estado, Malam Bacai Sanhá, em Nova Iorque, na Assembleia Geral das Nações Unidas. À Rádio das Nações Unidas, em Nova Iorque, destacou, entre outros aspectos os apoios da comunidade internacional à Guiné-Bissau, assim como o facto do processo de reforma dos sectores da Defesa e Segurança se encontrar numa fase «avançada».


Já o presidente do Parlamento guineense, na companhia do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, esteve no Mali, onde assistiu às comemorações dos 50 anos da independência do país. O Chefe do Governo, Carlos Gomes Júnior, esteve em representação do país na Expo 2010, que decorre em Xangai, na República Popular da China.


O sector de Quinhamel, na Região de Biombo, no norte da Guiné-Bissau, foi palco de algumas actividades culturais e políticas nas comemorações dos 37 anos da independência nacional. Sob a liderança da ministra da Presidência do Conselho de Ministros, Comunicação Social, Assuntos Parlamentares e porta-voz do Governo, Adiatu Djalo Nandigna, o Executivo convocou representantes da comunidade internacional para um jantar de confraternização alusivo ao 24 de Setembro. No encontro estiveram pouco mais de três membros do Governo, entre ministros e secretários de Estado.


Falando aos presentes, Adiatu Djalo Nandigna disse que a Guiné-Bissau assinala o momento numa fase em que os indicadores de instabilidade político-militar ensombram fortemente os indicadores da paz e do desenvolvimento. Nesta óptica, a governante lançou um apelo aos guineenses para que abracem os momentos que os unem deixando as causas que os dividem.


Por outro lado, Djalo Nandigna, em representação do primeiro-ministro, sublinhou, citando palavra de Amílcar Cabral, que «temos de ter cada dia mais consciência dos erros e faltas que fizemos, para podermos corrigir o nosso trabalho e agir cada dia melhor». São palavras que fazem eco na memória colectiva, no sentido de uma efectivação de reconciliação, paz e promoção do desenvolvimento e do bem-estar da população.

Sobre a data da independência, os guineenses mostram-se preocupados e pessimistas quanto ao desenvolvimento do país, citando entre vários acontecimentos que marcaram o país, os dias 1 e 2 de Março 2009, 4 e 5 de Junho do mesmo ano e ainda o golpe militar de 1 de Abril deste ano.

Sumba Nansil


(c) PNN Portuguese News Network

Guiné-Bissau: Polícia Judiciária guineense em formação em Portugal

policia-judiciaria Lisboa – Os sub-inspectores da Policia Judiciária guineense vão ter formação com a Judiciária portuguesa nos próximos dias, em Lisboa.

Portugal está a promover a formação de polícias guineenses ministrando diversos cursos de formação a sub-inspectores. Em Lisboa estão já 25 elementos da Judiciária guineense seleccionados internamente para participar na formação.
Depois da formação, que terá a duração de dois meses, elementos da Policia Judiciária Portuguesa irão deslocar-se à Guiné-Bissau antes do fim do ano para ministrar outros tantos cursos de formação.
As formações acontecem no âmbito da cooperação bilateral entre a Policia Judiciária Portuguesa e a sua homóloga guineense. Desde 1997, altura em que teve lugar a a Conferência Internacional sobre Narcotráfico na Guiné-Bissau, que este tipo de formação se tem vindo a intensificar.

(c) PNN Portuguese News Network

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Guiné Bissau aceita entrada de uma força de estabilização

O primeiro-ministro da Guiné Bissau, Carlos Gomes Junior, esteve reunido, em Bruxelas, com o presidente da Comissão Europeia. No fim, anunciou que o Presidente da República do país havia já enviado uma carta, na qual convidava à entrada de uma força de estabilização. Carlos Gomes Junior referiu ainda que José Eduardo dos Santos, presidente de exercício da CPLP, "já deu sinais claros de que quer ajudar a Guiné Bissau". O membro do governo guineense aproveitou ainda para reforçar o seu desejo de que esta seja uma missão bem sucedida, pois o grande objectivo consiste na formação de "umas Forças Armadas Republicanas que obedeçam ao poder político".

2010-09-27 18:42:59

domingo, 26 de setembro de 2010

EuroAtlantic quer iniciar operações na Guiné-Bissau

10723215m Lisboa - A EuroAtlantic, companhia aérea portuguesa de voos não regulares, pretende iniciar em dezembro as suas operações no mercado da Guiné-Bissau, com o estabelecimento de um voo por semana para aquele destino.


De acordo com a última edição do semanário "Expresso", a EuroAtlantic já tem licença do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) para fazer a ligação entre Portugal e a Guiné-Bissau, que reforçará a actividade da companhia no mercado africano.


A EuroAtlantic já opera há dois anos em São Tomé e Príncipe, através da STP Airways. Além da Guiné-Bissau, a empresa portuguesa também quer voar para a Guiné Equatorial, decorrendo conversações há três meses para obter autorização para esse destino.


Benim, Gâmbia e Senegal são outros países no radar da EuroAtlantic. "Procuramos países produtores de petróleo e com capacidade financeira, pelo que também estamos a olhar para o Congo e Côte d'Ivoire", justifica o presidente da EuroAtlantic, Tomaz Metello.


A expectativa, de acordo com o "Expresso", é que os negócios em África venham a gerar para a EuroAtlantic uma receita anual de 40 milhões de dólares (cerca de 31 milhões de euros)

Grupo de ONG abre loja para escoar produtos locais

Bissau - Um grupo de organizações não governamentais da Guiné-Bissau juntou-se e abriu a loja Cabaz di Terra, em Bissau Velho, com o objectivo de comercializar produtos locais e tradicionais daquele país.

A Cabaz di Terra põe assim à disposição de guineenses e estrangeiros produtos fabricados no país e que, muitas vezes, são difíceis de encontrar, como o mel. 

"Esta loja tem o principal objectivo de aproximar o produtor do consumidor. É uma estrutura coletiva de auxílio à comercialização de produtos essencialmente locais e tradicionais", afirmou à agência Lusa Palmela Ferreira, coordenadora daquele espaço. 

Segundo Palmela Ferreira, a idêia de abrir a loja surgiu num fórum de produtores e visa essencialmente fazer escoar os produtos. 

Na loja, é possível encontrar malas, toalhas de mesa, colchas, cortinados fabricados no tradicional pano pente, bem como produtos alimentares, que vão desde o óleo de palma até ao arroz fabricado no país. 

Para o futuro, segundo Palmela Ferreira, o objetivo é transforma o Cabaz di Terra numa "marca para entrar no circuito do comércio justo" e começar a exportar para locais onde existam grandes comunidades de guineenses. 

"A comunidade guineense fora tem necessidade de determinado produtos e não encontra", disse.

Ban Ki-moon sublinha esforços da presidência e governo da Guiné-Bissau para estabilizar país

20100924071757mo Nova Iorque, 26 set (Lusa) - O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, recebeu no sábado à noite o presidente da Guiné-Bissau, tendo reconhecido os "esforços" do governo guineense para consolidar a democracia, reformar o setor de segurança e estabilizar a situação financeira do país.

Foi a primeira vez que o secretário geral da ONU se encontrou com o presidente Malam Bacai Sanhá desde a eleição deste, em 2009, pelo que serviu também para Ban apresentar cumprimentos pela vitória eleitoral, segundo nota divulgada pelo gabinete do secretário geral da ONU.

No encontro à margem do debate anual da Assembleia Geral da ONU, o secretário geral "notou os esforços que estão a ser feitos pelo presidente, e pelo governo para consolidar a democracia, reformar o setor de segurança da Guiné-Bissau, bem como consolidar os sistemas de gestão económica e financeira", adianta o comunicado.

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Angola engaja USD 30 milhões na reforma da Guiné-Bissau

transferir Nova Iorque- O secretario de Estado para as Relações Exteriores de Angola, George Chicoty, disse sexta-feira, em Nova Iorque, que o governo angolano já engajou 30 milhões de dólares para a reforma do sector da defesa e segurança na Guiné-Bissau.

No termo de um do encontro do grupo de acompanhamento de contacto sobre a situação na Guiné-Bissau, George Chicoty reiterou a disposição de Angola em ajudar a Guine-Bissau "naquilo que for possível fazer", salientando que Angola já ajudou aquele Estado no passado e continuará a fazê-lo sempre que solicitada.

Disse que o encontro constituiu uma oportunidade para as preocupações das várias partes e também "para ver como ir em frente" no processo destinado à restaurar a estabilidade e segurança para este pais da África Ocidental.

"Queremos que a situação mude na Guiné-Bissau. Que haja um engajamento das próprias entidades guineenses, para que a comunidade internacional possa mobilizar-se a seu favor. Este é o espírito geral" - rematou.

Disse que a comunidade internacional continua a pedir a libertação das pessoas detidas no rescaldo dos acontecimentos de 01 de Abril, mas que tudo depende da situação global de estabilidade política dentro da Guiné-Bissau e das instituições que podem levar a cabo o processo do inquérito e dos tribunais.

O secretario de Estado de Angola, país que preside a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e o presidente do Conselho de Ministros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e chefe da diplomacia nigeriana, Odein Ajumogobia, co-dirijiram o encontro, testemunhado por representantes  da Alemanha, Brasil, Burkina Faso, Cabo Verde, Espanha, França, Gâmbia, Guiné-Bissau, Portugal, Nigéria e Senegal, bem como das Nações Unidas, União Africana, União Europeia e do Banco Mundial.

A acompanhar o secretário de Estado para as Relações Exteriores ao encontro estiveram os representantes permanentes de Angola junto das Nações Unidas, Ismael Martins, da União Africana, Manuel Augusto, e do sistema da ONU em Genebra, Arcanjo do Nascimento. 

Força não militar

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Adelino Mano Queta, informou ontem os parceiros internacionais que o presidente Bacai Sanhá aceita a presença no país de uma missão da CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, mas sem militares.

CEDEAO será líder entre parceiros internacionais no apoio à reforma da segurança

Nova Iorque, 25 set (Lusa) -- A Comunidade dos Países da África Ocidental (CEDEAO) terá um papel de liderança, entre os parceiros da Guiné-Bissau, no apoio à reforma do setor de segurança do país, refere o comunicado final da reunião do Grupo Internacional de Contacto.

O Grupo concluiu na noite na sexta feira o seu sétimo encontro, à margem do debate anual da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em que o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense informou os parceiros internacionais que o Presidente Malam Bacai Sanhá pediu à CEDEAO o envio de uma missão de apoio à reforma do setor de segurança, mas sem componente militar.

O anúncio mereceu acolhimento positivo, refere o comunicado do Grupo, que pediu ainda à CEDEAO para reunir o seu Conselho de Segurança e Mediação para avaliar o pedido e "traçar o caminho em frente", em consulta com os restantes parceiros.

Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

ONU: "Hesitações" de parceiros da Guiné-Bissau poriam em perigo perdão da dívida - PR

Nova Iorque, 25 set (Lusa) -- O presidente da Guiné-Bissau afirmou hoje na Assembleia Geral da ONU que a imagem do país foi prejudicada pela recente instabilidade, mas pediu aos parceiros do país que não "hesitem" na ajuda, que perigaria um perdão da dívida.

"É essencial que nenhuma hesitação dos parceiros ponha em perigo a possibilidade inédita de cumprimento do ponto de decisão da iniciativa HIPC", que significaria o perdão de grande parte da dívida externa do país, disse Malam Bacai Sanhá.

Num discurso de quase 20 minutos, o presidente guineense sublinhou que o Fundo Monetário Internacional aprovou em maio um acordo de ajuda ao país, após avaliação satisfatória, e que tem reconhecido o esforço "extraordinário" das autoridades para cumprir o orçamento e regularizar despesas.

Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Governo rejeita "pressão" para resolver situação de Zamora Induta

Nova Iorque, 25 set (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau afirmou hoje que o governo não vai ceder a "pressões internacionais" para resolver a situação de Zamora Induta, ex-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas detido desde abril.

"A libertação não vai ser feita porque a comunidade internacional está a exigir, mas [segundo] o nosso regulamento jurídico interno", afirmou o ministro Adelino Mano Queta.

O governante falava à saída de uma reunião de quatro horas que juntou os membros do Grupo Internacional de Contacto para a Guiné-Bissau, em Nova Iorque.

sábado, 25 de setembro de 2010

A Guiné e o futuro

25 de Setembro, 2010


A Guiné-Bissau comemorou ontem 37 anos de independência, proclamada pela Assembleia Constituinte do PAIGC a 24 de Setembro de 1973, em Boé, após 11 anos de luta armada de libertação.


Portugal só reconheceu a independência a 10 de Setembro de 1974, após a Revolução dos Cravos e o Acordo de Argel assinado entre o PAIGC e o Governo português, a 26 de Agosto de 1974.


Na altura, a Guiné-Bissau e Cabo Verde estavam inseridos num projecto comum de unidade, concebido pelo PAIGC de Amílcar Cabral. Com as independências, os dois países passaram a ser dirigidos por um único partido, o PAIGC, até 1980.


O golpe de Estado levado a cabo pelo “Movimento Reajustador” a 14 de Novembro em 1980, liderado pelo então Primeiro-Ministro
“Nino Vieira”, pôs fim ao projecto da unificação dos dois países.
Ontem, para assinalar a data , o Presidente da Guiné-Bissau, Bacai Sanhá, dirigiu uma mensagem à Nação e lançou um debate nacional sobre a missão internacional de estabilidade para Guiné-Bissau, ideia que não reúne consenso nacional.


“O mais importante para todos é que estas contribuam para as reformas na defesa e segurança e consequentemente para a estabilização do país”, afirmou Bacai Sanhá.


Passados 37 anos da independência, as finanças públicas emergem como o lado bom do país. Há registo de resultados positivos, reconhecidos com a aprovação de um programa de médio prazo pelo FMI.


Bacai Sanhá perspectivou um futuro melhor para os guineenses. Pediu que todos tenham a esperança numa Guiné-Bissau diferente dos tempos vividos. “Vamos, pois, de mãos dadas, construir o nosso país e desenhar um futuro de paz e prosperidade para as gerações vindouras”, terminou, em mensagem gravada, antes de partir para Nova Iorque.  

União Africana perspectiva maior presença na Guiné-Bissau

Dakar - A União Africana (UA) pretende criar uma "estrutura sólida com carácter permanente" na Guiné-Bissau para melhor acompanhar o processo de reforma do seu sistema de defesa e segurança, soube sexta-feira de fonte diplomática.

De acordo com o seu representante especial na Guiné-Bissau, o diplomata angolano Sebastião Isata, há uma necessidade urgente de uma "presença significativa" da UA neste conturbado país da África Ocidental vítima de ciclos de instabilidade político-militar marcada pelo assassinato de várias altas figuras do Estado.

Isata chegou esta semana à capital etíope, Addis Abeba, no quadro da preparação da sua missão na Guiné-Bissau, tendo já mantido vários encontros de trabalho com responsáveis da UA e de instituições parceiras, incluindo a União Europeia (UE), refere uma nota transmitida em Dakar.

Entre as personalidades já contactadas pelo diplomata angolano ao seu serviço da UA figuram o comissário desta organização para a Paz e Segurança, o Argelino Ratmara Lamara, e o chefe da delegação da UE junto da União Africana, Koen Vervaere.

Ele indicou que a organização continental conta, nos seus novos esforços de paz na Guiné-Bissau, com o apoio da União Europeia que já manifestou o desejo de reabrir a sua missão na capital guineense encerrada desde Junho passado.

Para além da questão da retomada da participação da UE no processo de reforma institucional na Guiné-Bissau, o encontro mantido com Vervaere versou igualmente sobre a necessidade de uma "responsabilidade partilhada" entre as duas organizações na busca de soluções para a instauração de uma paz definitiva neste país.

Segundo a mesma nota, a UE expressou a sua vontade de apoiar a reforma institucional na Guiné-Bissau, particularmente na sua vertente militar ligada à desmobilização dos antigos combatentes e a compensação destes com uma pensão de reforma "condigna".

A este propósito, o documento acrescenta que o enviado especial da UA para a Guiné-Bissau deu igualmente conta da vontade expressa pela União Europeia de realizar uma mesa redonda de doadores para ajudar este país africano de expressão lusófona a sair do "estado preocupante em que se encontra mergulhado".

De 52 anos de idade, Sebastião Isata, docente universitário especializado em Relações Internacionais, foi nomeado, este ano, enviado especial do presidente da Comissão da UA, Jean Ping, para a Guiné-Bissau em substituição do seu compatriota João Miranda.

Este último, que foi ministro angolano das Relações Exteriores, deixou o cargo depois da sua designação, no princípio deste ano, como governador da província angolana do Bengo.

Primeiro-ministro da Guine-Bissau esperado em Bruxelas

Bruxelas, Bélgica  O primeiro-ministro da Guiné- Bissau, Carlos Gomes Júnior, é esperado segunda-feira em Bruxelas para uma visita de trabalho centrada na cooperação com a União Europeia (UE), soube-se de fonte oficial na capital belga.


De acordo com um comunicado transmitido à imprensa pelos serviços de comunicação da Comissão Europeia, o chefe do Governo bissau-guineense manterá encontro com o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, consagrado à retomada da missão europeia no setor de segurança, suspenso desde 31 de Maio último.
Lançada em 2008, esta missão teve como objetivo assistir o Governo bissau-guineense na reforma da Polícia e do Exército e implementar uma estratégia nacional de segurança.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Presidente guineense assinala 37 anos de independência

Bissau - A Guiné-Bissau comemora hoje (sexta-feira) 37 anos de independência sob o signo da reconciliação e estabilidade, e psrs assinalar a data , o Presidente Bacai Sanhá dirigiu uma mensagem à nação na qual destaca a presente situação política, económica e diplomática do país, anunciou a BBC.

A busca da estabilidade  fez o Presidente lançar um debate nacional sobre o envio de uma missão de estabilidade à Guiné-Bissau.

Tal ideia ainda não reuniu o consenso nacional necessário, além de algum mau estar que tem estado a criar na classe dirigente.

“Quer seja missão técnica militar ou de estabilização, o mais importante para todos nós é que estas possam contribuir para as reformas na defesa e segurança e consequentemente para a estabilização do país. Condição vital para a construção do progresso e o desenvolvimento económico, por todos almejados”, discursou Bacai Sanhá.

Trinta e sete anos passados após a independência politica do jugo colonial, o sector das finanças públicas emerge como o lado bom da fita.

Há registos de resultados positivos, melhoramentos da gestão financeira reconhecidos com a aprovação de um programa de médio prazo pelo FMI.

“Acreditamos que seguindo nessa via estaremos, antes do fim deste ano, em condições de atingir o ponto de conclusão da iniciativa de perdão da dívida para países pobres altamente endividados”, continuou o Presidente guineense.

Bacai Sanhá perspectiva um futuro melhor para os guineenses. Pede que todos tenham a esperança numa Guiné-Bissau diferente dos tempos vividos ate então.

“Vamos pois, de mãos dadas, construir o nosso país e desenhar um futuro de paz e prosperidade para as gerações vindouras”, terminou o Chefe de Estado em mensagem gravada antes de partir para Nova Yorque.

Primeiro-ministro destaca contributo de Angola para independência guineense

0,c66526b6-7442-43c8-9db1-5a6f8f6e6a64 Shanghai, –  O primeiro-ministro da Guiné Bissau, Carlos Gomes Júnior, enalteceu hoje, sexta-feira, em Shanghai (China), a contribuição positiva de Angola e de outros membros da CPLP

Carlos Gomes Júnior falava à Angop, depois de uma visita ao pavilhão de Angola, inserida nas celebrações do Dia Nacional da Guiné Bissau na Expo 2010, que coincidiu com o aniversário da independência do seu país.

“É uma data histórica para o povo da Guiné Bissau e uma geração que deu toda a sua juventude para que hoje pudéssemos efectivamente ter a nossa terra livre, em que contribuíram de uma forma directa e indirecta muitos filhos de Angola, como Agostinho Neto, e de Moçambique, na figura de Samora Machel”, referiu.

Carlos Gomes disse ter ficado bastante impressionado com o que viu no pavilhão de Angola, o que dignifica os países membros da comunidade lusófona e africana, de um modo geral.

"Hoje, aqui em Shanghai, tive a oportunidade de estar com a camarada Albina Assis e com a delegação de Angola que está na Expo 2010. Pude felicitá-los pelo esforço na divulgação da nova imagem de Angola e a todos os meus parabéns”, disse o primeiro-ministro bissau-guineense.

A Guiné Bissau é um país da Costa Ocidental de África que se estende do Cabo Roxo até à Ponta Cagete. Faz fronteira a norte com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné Conacry, a sul e oeste com o oceano Atlântico.

Foi uma colónia de Portugal desde o século XV até proclamar unilateralmente a sua independência, em 24 de Setembro de 1973, reconhecida internacionalmente - mas não pelo colonizador. Tal reconhecimento por parte de Portugal  só aconteceu em 10 de Setembro de 1974.

Actualmente faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas, dos PALOP e da União Africana.

Primeiro ministro em Xangai para visitar Expo2010

Xangai, (Lusa) – O primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, chegou hoje a Xangai, segunda e ultima etapa de uma visita de quatro dias à China.

Carlos Gomes Júnior participará no Dia da Guiné-Bissau na Expo2010, que é assinalado na próxima sexta feira.

O governante guineense chegou a Xangai vindo de Pequim, onde se encontrou com o vice-Presidente chinês, Xi Jinping, considerado o provável sucessor do atual Presidente, Hu Jintao.

China e Guiné-Bissau prometeram “dinamizar as relações bilaterais”, aprofundando “a confiança política” alcançada na última década, disse a agência noticiosa oficial chinesa sobre o encontro de Carlos Gomes Júnior com Xi Jinping.

A Expo2010, dedicada ao tema “Better City, Better Life” (Melhores Cidades, Maior Qualidade de Vida), é a maior exposição universal de sempre, com mais de 240 países e organizações internacionais.

Estratégia reduz mortes maternas

20100924071757mo O secretário-geral das Nações Unidas lançou na quarta-feira a estratégia mundial para a saúde materna e infantil. O anúncio do plano, cujo objectivo é evitar a morte de mais de 15 milhões de crianças com menos de cinco anos e de 740 mil mulheres devido a complicações durante a gravidez e no parto, e a prevenção de 33 milhões de gravidezes não desejadas, marcou o último dia da cimeira convocada por Ban Ki-Moon para relançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.
A agenda do dia foi marcada por uma série de eventos paralelos, envolvendo os chefes das delegações ou seus representantes. Logo pela manhã, teve lugar, no Trygve Lie Center do Instituto Internacional da Paz, em Nova Iorque, um encontro de trabalho sobre a elaboração de políticas no domínio da paz e segurança no continente africano, em que Angola se fez representar pelo secretário de Estado das relações Exteriores, George Chicoty, o embaixador de Angola na União Africana, Manuel Augusto, e o conselheiro Daniel Rosa.
O encontro, agendado de propósito para o dia consagrado à paz no mundo, teve a participação do presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping. O dia teve ainda outro evento de realce: um encontro organizado pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e pela ministra dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, no qual se discutiram formas de parceria com vista à redução da má nutrição, na qual Angola tomou parte com a presença da ministra conselheira Isabel Godinho.
A par disso, prosseguem os trabalhos da reunião de alto nível sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, com o desfile de discursos, em que líderes de vários países, desde a poderosa Alemanha à desconhecida República de Vanuatu, com maior ou menor dose de cepticismo, apresentaram inquietações e indicaram soluções para que, até 2015, as metas do milénio sejam uma realidade.
Em declarações ao Jornal de Angola, logo após a apresentação do seu discurso, o Primeiro-Ministro de Cabo-Verde disse que a crise internacional “não pode ser uma desculpa para não realizarmos os objectivos de desenvolvimento do milénio”. José Maria Neves defende uma perspectiva mais optimista na abordagem do fenómeno que colocou de rastos as economias do mundo e que, segundo a opinião da maioria dos líderes presentes na reunião, forçou o adiamento ou, nalguns casos, o recuo na implementação dos objectivos de desenvolvimento.
O chefe do Governo cabo-verdiano entende que a crise deve ser encarada como uma “oportunidade para trabalharmos no sentido de alcançarmos o desenvolvimento do continente africano”. José Maria Neves acrescenta que a 65ª Assembleia-Geral das Nações Unidas poderá ser benéfica para África, no que toca ao relançamento do compromisso com as Metas do Milénio. “Penso que África é um continente do futuro. Sou extremamente optimista e positivo nesta matéria e considero que a atitude fundamental passa por África, pelos seus líderes, pelos seus dirigentes. África deve assumir-se como protagonista do seu próprio futuro, deve ter uma visão clara, uma estratégia de desenvolvimento”, disse.
O Primeiro-Ministro cabo-verdiano defendeu ainda uma postura diferente da dos líderes africanos, avessa às ajudas internacionais. “África deve trabalhar para ultrapassar a questão das dádivas, das ajudas internacionais. Deve trabalhar no sentido de estabelecermos parcerias fortes para o desenvolvimento do continente. Hoje, mais do que nunca, África depende de si para construir o seu próprio futuro”, realçou.
Também à margem da reunião, o Jornal de Angola ouviu Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que manifestou “esperança de que os trabalhos que têm vindo a ser desenvolvidos possam dar resultado”.
O governante português defendeu a necessidade de se introduzirem “mudanças importantes”, de modo a que os objectivos se mantenham vivos na agenda de todos os Estados que fazem parte da comunidade internacional. “É muito importante que a comunidade internacional, no seu conjunto, assuma a responsabilidade de reduzir a pobreza e os níveis de desenvolvimento entre as várias regiões do mundo”, disse.
Luís Amado sublinhou que as mudanças verificadas durante a última década não podem ser descuradas no momento de avaliar a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. “O mundo mudou muito na última década. Como sabemos, os objectivos foram assumidos há dez anos, em 2000. Depois da crise económica e financeira, depois de profundas mudanças estruturais que nós tivemos pelo mundo, é hoje possível perceber que nem todos eles vão ser atingidos. Por isso, é preciso fazer um esforço suplementar para criar novas condições de acção política conjunta (países ricos, países em desenvolvimento, países menos desenvolvidos) para que esses objectivos sejam mais rapidamente atingidos”, disse.


Candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança

Entretanto, pelos corredores e salas de reuniões da sede da ONU, três países desdobram-se em contactos para conseguir o maior número de apoiantes à vaga no Conselho de Segurança. Alemanha, Canadá e Portugal disputam um lugar no órgão das Nações Unidas que tem responsabilidades sobre a segurança e a paz mundial.  Na segunda-feira, dia da abertura da reunião sobre os Objectivos do Milénio, a chanceler alemã Ângela Merkel chamou os chefes de delegações e representantes dos países africanos para um almoço na Missão permanente da Alemanha, em Nova Iorque. Angola participou no encontro com o secretário de Estado das Relações Exteriores e o chefe da Missão Permanente nas Nações Unidas, Ismael Gaspar Martins.
O piscar de olho da chanceler alemã aos líderes africanos, em nada alterou o sentido de voto de Angola, que através de George Chicoty, em declarações à imprensa, em Nova Iorque, já anunciou o apoio angolano à candidatura portuguesa. Mas parece vir da própria candidatura lusa os primeiros sinais de incerteza quanto ao êxito da campanha, face à concorrência quer da Alemanha, quer do Canadá. O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou “moderadamente optimistas” as expectativas de Portugal, na disputa pela vaga de membro não permanente do Conselho de Segurança.
“Mantemos a confiança, pelos contactos que temos tido e pelo que nos tem sido transmitido pelos nossos parceiros, em que Portugal tem uma oportunidade, embora esteja a competir com dois Estados mais ricos, com mais recursos, com mais influência, com mais presença no mundo do que Portugal, como é o Canadá e a Alemanha”, disse o ministro, acrescentando que as posições “mais equilibradas e mais abertas” que o seu país e Governo têm assumido nos últimos anos, nas Nações Unidas e noutros fóruns internacionais, possam ter reflexos na mobilização de aliados e amigos.
Sobre o apoio de Angola, Luís Amado disse não ser de estranhar, por serem países que comungam das mesmas ideias relativamente a várias questões da política internacional. “Partilhamos a mesma visão sobre as relações entre o mundo ocidental e o continente africano, o reforço do papel deste na economia mundial e no sistema internacional, o papel da ONU enquanto garante da lei e da ordem internacionais, creio que essa concordância de posições entre as diplomacias angolana e portuguesa também favorece a convergência entre Angola e Portugal”, disse.

Presidência angolana da CPLP e a Guiné-Bissau

Portugal vê com muito entusiasmo o esforço diplomático da presidência angolana da CPLP para solucionar a questão da estabilidade na Guiné-Bissau. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, é notável a nova dinâmica na abordagem do “caso Guiné-Bissau”, depois de Angola assumir a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “Penso que a presidência angolana trouxe um novo vigor, uma nova energia na abordagem do problema da Guiné-Bissau, que a presidência portuguesa não teve nem podia ter. Na minha perspectiva, como ex-potência colonial e tendo feito uma guerra na Guiné-Bissau, sendo também o sector militar um dos factores do problema daquele país, tinha naturalmente uma inibição na presidência portuguesa que Angola não tem”, sublinhou.
Além disso, afirmou acreditar que “sob a liderança da presidência angolana da CPLP, em colaboração com as Nações Unidas, a CDEAO e a União Africana”, existe maior optimismo em relação à estabilidade da Guiné-Bissau, a médio e longo prazo.

Imperdivél

 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

China quer reforçar cooperações com Guiné-Bissau

O vice-presidente da China, Xi Jinping, reuniu-se hoje (21) em Beijing com o primeiro-ministro de Guiné-Bissau, Carlos Gomes, e afirmou que a China quer aprofundar a amizade tradicional e ampliar cooperações amistosas com a Guiné-Bissau.

No encontro, os dois líderes elogiaram o desenvolvimento das relações bilaterais e indicaram que vão reforçar os intercâmbios e cooperações entre os partidos do poder dos dois países.

A convite do Partido Comunista da China, Carlos Gomes está visitando a China nestes dias e participará do Dia do Pavilhão da Guiné-Bissau na Expo de Shanghai.

(por Shi Liang)

Primeiro ministro inicia hoje visita oficial à China para reforçar relações de cooperação

carlosgome2010 Bissau, 21 set (Lusa) - O primeiro ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, inicia hoje uma visita oficial à China para reforço das relações de cooperação entre os dois países.

Durante a sua estada na China, que termina no sábado, Carlos Gomes Júnior vai reunir-se com as entidades chinesas para analisar o “reforço das relações de cooperação entre os dois países”.

À margem da visita oficial, o primeiro ministro guineense presidirá, no dia 24, às cerimónias comemorativas do Dia da Independência da Guiné-Bissau no pavilhão da Expo em Xangai.

O apoio da China à Guiné-Bissau “quase duplicou” nos últimos dois anos, com a construção do edifício do Palácio do Governo, a inaugurar brevemente, três escolas primárias e a instalação de uma equipa médica no Hospital de Canchungo.

No final da visita à China, o primeiro ministro guineense vai deslocar-se a Bruxelas, no dia 27, para um encontro de trabalho com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

MSE.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Fim

Tensão em Conakry preocupa Bissau

Malam-Bacai-Sanha O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, manifestou-se, no sábado, preocupado com a situação na vizinha Guiné Conakry e sublinhou que a instabilidade naquele país pode ter repercussões no seu.

Há muita coisa ainda por fazer para estabilizar a Guiné Conakry”,  afirmou Bacai Sanhá, momentos após ter desembarcado no aeroporto internacional de Bissau proveniente da Nigéria, onde, na sexta-feira, em Abuja, participou na cimeira da Comunidade Económica dos  Estados da África Ocidental (CEDEAO), e de uma visita ao país vizinho.

“A situação é preocupante porque parece que é difícil os dois candidatos às presidenciais entenderem-se”, disse.“A instabilidade na Guiné Conakry pode ter repercussões na Guiné-Bissau, mas não é só isso. É que a instabilidade naquele país significa instabilidade no continente”, sublinhou.


“Se a nossa sub-região, que já se libertou da confusão da Serra Leoa, da Libéria e caminha para se libertar da confusão da Guiné-Bissau, entrar, outra vez, na confusão da Guiné Conakry, é triste”, declarou, adiantando:“Esperemos que isso não venha a acontecer”.
“Nós, na Guiné, encontramos agora um caminho de saída e esperamos que os nossos irmãos da Guiné Conakry tenham coragem, paciência,  capacidade e inteligência para conduzirem aquele processo até ao fim”, afirmou.


“Cidade morta”


A União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), de Cellou Dalein Diallo, candidato à segunda volta das eleições presidenciais, ameaçou, no sábado, declarar,  hoje,  Conakry “cidade morta” se os seus militantes detidos pela Polícia não forem libertados.
Um dirigente da UFDG disse, no sábado, num comício, em Hamdallaye, que os seus militantes foram “injustamente detidos”, mas não especificou o número.

 
Os fulas, que constituem maioritariamente a base eleitoral da UFDG, estão muito presentes no comércio, principalmente do pão, e nos transportes, em especial em Conakry.


Adiada para uma data posterior, a segunda volta, que estava prevista para ontem, opõe Cellou Dalein Diallo a Alpha Condé, líder e candidato da Coligação do Povo da Guiné (RPG).

No sábado, os militantes dos dois partidos confrontaram-se nas ruas de Conakry, onde um simpatizante da RPG, Ahmadou Tall, de 37 anos de idade, foi morto a tiro, perto da sede do seu partido, onde o líder falava num comício de sensibilização, apelando à calma e moderação.

Várias pessoas, apoiantes dos dois candidatos, foram feridas e outras detidas pela Polícia, algumas das quais estavam munidos de facas, tesouras e fisgas.


Na sequência destes confrontos, o Governo realizou um Conselho de Ministros extraordinário, que decidiu a suspensão da campanha eleitoral para prevenir mais confrontos violentos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cimeira da CEDEAO inconclusiva, diz PR da Guiné-Bissau

2010-09-20 114023_e359ccb1-137b-49f4-93b8-84e3da8b10fd$$EAC3638D-92E2-48EB-B88F-01A1F13BBA92$$847A5899-43D5-4FAD-87A3-93A1E7561CDE$$img_ClassifiedDetail$$pt$$1 O presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, afirma que a cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) foi positiva, mas inconclusiva, porque a Guiné-Bissau ainda não pediu oficialmente uma missão de estabilização.

"Foi positiva. A cimeira extraordinária da CEDEAO ficou inconclusiva primeiro porque o relatório do comité de chefes de Estado-Maior que esteve cá reunido em Agosto devia ter sido analisado pelo comité de ministros da CEDEAO, o que não foi o caso, segundo porque a Guiné-Bissau nem sequer já pediu oficialmente a vinda de uma missão ou de uma comissão de estabilização", disse Malam Bacai Sanhá.

"Portanto não há ainda passos a dar. Recomendou-se que o conselho de ministros da CEDEAO se reúna o mais breve possível para analisar o relatório, e a Guiné-Bissau procede com a formalidade de pedir essa ajuda", afirmou o presidente guineense à imprensa momentos após ter aterrado no aeroporto internacional de Bissau.

"A Guiné-Bissau terá formalmente de apresentar um pedido da presença cá de uma missão técnica de estabilização", insistiu.

Questionado pelos jornalistas sobre quando será feito o pedido, o chefe de Estado guineense afirmou que "não sei. Não vou querer revelar a minha agenda. Saberão depois".

Malam Bacai Sanhá disse que, à margem da cimeira extraordinária da CEDEAO, reuniu-se com os seus homólogos de Cabo Verde e do Senegal, com quem discutiu as relações entre os países e a situação na Guiné-Bissau.

No comunicado final da cimeira da CEDEAO ficou decidido promover uma rápida reforma do sector de defesa e segurança do país, considerada fundamental para estabilizar a Guiné-Bissau.

A CEDEAO está a tentar obter 70 milhões de dólares (cerca de 58,3 milhões de euros) para o plano de reforma da segurança na Guiné-Bissau, prevendo-se que 45 milhões de dólares (37,5 milhões de euros) sejam destinados ao pagamento de pensões e compensações a que abandone as Forças Armadas no âmbito deste processo.

Segundo os planos da CEDEAO, pelo menos 1.500 militares dos 4.500 efectivos das Forças Armadas guineenses terão de passar à reforma até 2015, ao que se seguirá o processo de renovação das Forças Armadas.

Guiné-Bissau há dois meses sem televisão

pais_97_lr35 A ministra  da Presidência do Conselho de Ministros, Comunicação Social e Assuntos Parlamentares, Maria Adiato Nandigna, pediu o apoio de Angola para a retomada do funcionamento da Televisão da Guiné-Bissau, paralisada há dois meses por falta de material, soube-se de fonte oficial em Luanda.

Maria Nandigna abordou esta questão, segunda-feira em Luanda, com a ministra angolana da Comunicação Social, Carolina Cerqueira, no quadro da sua visita oficial a Angola iniciada sábado.

Durante a sua estada, a governante bisssau-guineense assistiu à sessão de abertura da Assembleia Geral da Associação das Rádios e Televisões da África Austral (SABA), onde advogou a necessidade da formação permanente de quadros no domínio da comunicação social.

A XVIII Assembleia Geral da SABA decorreu até terça-feira em Luanda sob o lema “Pugnando por uma Melhoria de Conteúdos na Era Digital”.

UNODC cria programa informático para sistema prisional

Bissau - O Gabinete da ONU Contra a Droga e o Crime Organizado (UNODC) está a desenvolver um programa informático para o novo sistema prisional da Guiné-Bissau, disse hoje (segunda-feira) a Lusa o representante daquele organismo em Bissau, Manuel Pereira. 

O programa informático é a última fase do projecto de reabilitação do sistema prisional guineense, liderado pela UNODC e financiado pela Comissão de Consolidação de Paz da ONU para a Guiné-Bissau.

“É um programa informático muito simples, de registo de quem entra e sai, sejam presos, ou visitas", explicou Manuel Pereira. 

"Antes, com as prisões que existiam, ninguém sabia porque é que o preso lá estava, qual era a sentença, o que o condenou, quanto tempo deveria lá estar, nem se sabia nome. Depois à noite ia para casa e vinha de manhã", explicou o representante da UNODC em Bissau. 

"Não havia controlo, nem registo nenhum", acrescentou.  

Segundo Manuel Pereira, com o programa vai ser possível registar todas as pessoas que entram e saem dos estabelecimentos prisionais, incluindo as visitas. 

Os primeiros dois estabelecimentos prisionais guineenses no âmbito deste projecto vão ser inaugurados quarta - feira.

domingo, 19 de setembro de 2010

O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, é esperado em Conakry para uma visita de trabalho

Conakry, Guiné-Conakry (PANA)- O Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanha, é esperado  em Conakry para uma visita de trabalho cuja duração não foi precisada, soube-se de fonte oficial.
A mesma fonte afirmou que o Presidente bissau-guineense, que estará acompanhado duma forte delegação, será acolhido pelo seu homólogo, o general Sékouba Konaté, com quem analisará assuntos de interesse comum e questões relativas à sub-região oeste-africana.
Ele manterá igualmente encontro com os dois vice-presidentes do Conselho Nacional da Transição (CNT) antes de se avistar com Cellou Dalein Diallo e Alpha Condé, os dois adversários da segunda volta das eleições presidenciais, previstas inicialmente para domingo próximo e que foram adiadas sine die por "problemas técnicos".


As eleições presidencias foram adiadas na sequência de violentos confrontos em Conakry, no fim-de-semana passado, entre militantes dos dois candidatos, que fizeram pelo menos um morto e dezenas de feridos.


Os Presidentes maliano, Amadou Toumani Touré, burkinabe, Blaise Compaoré (medianeiro), senegalês, Abdoulaye Wade, serraleonês, Ernest Baï Koroma, e liberiana, Ellen Johnson Shirleaf, estiveram em Conakry para tentar apaziguar a situação no país.

Objetivos do Milénio: Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor-Leste levam chefes de Estado e de governo à Cimeira

Nova Iorque, 18 set (Lusa) -- A Cimeira sobre os Objetivos do Milénio e o debate da Assembleia Geral das Nações Unidas vão trazer na próxima semana a Nova Iorque os presidentes da Guiné-Bissau e Timor-Leste e o primeiro ministro de Cabo Verde.

Chegou a estar prevista também a presença do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, para a Cimeira de alto nível sobre os Objetivos do Milénio, convocada pelo secretário geral, mas foi cancelada por "motivos orçamentais", segundo disse à Lusa fonte da representação diplomática moçambicana junto da ONU.

Em representação de Guebuza, estará o ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, que irá dirigir-se à Cimeira (20 a 22 de setembro) na tarde de segunda feira.

Presidente nigeriano alerta para situação na Guiné-Bissau

images (2) Lagos, Nigéria (PANA) - O chefe do Estado nigeriano e Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Goodluck Jonathan, advertiu, sexta- feira, que os eventos na Guiné-Bissau não são um bom presságio para a sub-região oeste-africana.


Intervindo na sessão de abertura da cimeira extraordinária da CEDEAO sobre a Guiné-Bissau, em Abuja, capital federal da Nigéria, Jonathan sublinhou a necessidade de se encontrar rapidamente uma solução duradoura para este país.


"A responsabilidade oficial de resolver o problema bissau- guineense cabe-nos a todos. Serviremos o nosso interesse coletivo ao resolver este problema. Se o Presidente da Guiné- Bissau, Malam Bacai Sanha, tivesse solicitado uma força permanente com componentes da União Africana, da CEDEAO e da lusofonia, a CEDEAO "responsabilizar-se-ia completamente por esta força".
A reunião ocorre na presença dos Presidentes Pedro Pires de Cabo Verde, Malam Bacai Sanha da Guiné-Bissau e Abdoulaye Wade do Senegal.


A Libéria é representada pelo seu Vice-Presidente, Joseph Boakai, enquanto outros países enviaram seus ministros dos Negócios Estrangeiros ou embaixadores.

A cimeira deve discutir, entre outros, sobre o desdobramento eventual de tropas na Guiné-Bissau como membros duma força de estabilização neste país.


Também será explorada a possibilidade de enviar sub-oficiais e peritos para formar os soldados bissau-guineenses na proteção de figuras como o Presidente e o primeiro-ministro, entre outrosm e as principais instituições do Estado.


A Guiné-Bissau tornou-se numa placa giratória do tráfico de droga e atraversa uma crise de liderança desde Março de 2009, data em que foram assassinados o seu então Presidente da República, João Bernardo "Nino" Vieira, e o chefe do Estado- Maior do Exército, o general Tag Na Wai.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Governo liquida Empresa de Electricidade e Água

Bissau – O Governo guineense anunciou a liquidação da empresa pública Empresa de Electricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB), possibilitando assim, a participação de capital privado.

A medida foi tornada pública esta quarta-feira, em Bissau, pela ministra do Plano e Integração Regional, Helena Nosoline Embalo, no âmbito da cerimónia de assinatura de um protocolo de acordo com o Banco Mundial (BM), no quadro do projecto de reabilitação dos sectores da energia e água em Bissau.

O referido protocolo, rubricado pela titular da pasta da Economia e pelo Director de Operações do Banco Mundial para a Guiné-Bissau, Habib Fetini, é estimado em mais de 12 milhões de dólares. De destacar algumas medidas do projecto como a separação entre os serviços públicos de fornecimento de electricidade e de água assim como a separação entre meio rural e urbano, no que diz respeito ao fornecimento de luz e água.


De acordo com a ministra da Economia, o Governo pretende com esta iniciativa criar bases para a segurança e sustentabilidade económicas no sector, que igualmente irá requerer o saneamento e a reestruturação dos serviços de produção e distribuição de água e energia, através de uma participação do sector privado.


Nesta perspectiva, a governante salientou, que o fornecimento regular de energia e água à população a preços acessíveis continua a ser um dos principais desafios do Governo, com o apoio de parceiros internacionais, tendo-se já dado importantes passos neste sentido.
Foi neste sentido que, em 2008, o Executivo disse ter conseguido apoios do Banco Mundial e do Banco Oeste Africano de Desenvolvimento para o lançamento de um projecto multi-sectorial de reabilitação de infra-estruturas, no valor de 25 milhões de dólares, com vista a garantir a capacidade de produção da empresa de electricidade na ordem dos 5,5 MW, através da compra e aluguer de geradores, a reabilitação de 76 quilómetros de redes eléctricas de média e baixa tensão, assim como uma extensão de 52 quilómetros de distribuição da rede de água, a construção de 2 169 ramais e 58 furos para os bairros mais populosos da capital.

O apoio à reestruturação da gestão comercial e financeira da EAGB e o fornecimento de 2 400 kits com contadores à referida empresa são, entre outros, propósitos agendado pelo Governo para o melhor funcionamento da maior e a única empresa de luz e água na Guiné-Bissau.

«Enquanto continuar a falta generalizada de energia e água, a Guiné-Bissau dificilmente vai sair do círculo recorrente de pobreza e nem poderá atingir o progresso sócio económico esperado para a consolidação da paz, assim como o relançamento da economia nacional», reconheceu a ministra da economia nacional.
Por outro lado, Helena Embalo referiu que na Guiné-Bissau, o preço da electricidade é mais alto relativamente ao que se pratica na sub-região, tendo acrescentado que «a taxa de electrificação do país é excessivamente baixa, situando-se na ordem dos 17 por cento, com um desproporção acentuada entre as zonas urbanas e rurais na Guiné-Bissau, contra os 30 por cento praticados na CEDEAO».

Segundo os últimos dados do recenseamento geral da população de 2009, das 176 500 habitações recenseadas em todo território nacional, apenas cerca de 7 500 têm água potável.


Sumba Nansil

(c) PNN Portuguese News Network

Guiné-Bissau não deve atingir metas, mas a escolarização primária está nos 67,4 por cento

Bissau, 17 set (Lusa) -- A Guiné-Bissau não deverá atingir as metas definidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio(ODM) até 2015, mas nos últimos seis anos conseguiu elevar a taxa de escolarização ao nível do ensino primário para 67,4 por cento.

Os resultados provisórios do Inquérito Sobre Indicadores Sociais Múltiplos e do Inquérito Demográfico e Saúde Reprodutiva indicam que a "taxa líquida de escolarização ao nível primário, em 2010, foi de 67,4 por cento a nível nacional, contra 56,9 por cento em 2003/2004".

Na saúde reprodutiva, a mortalidade infanto-juvenil, que era de 203 mil nados vivos, em 2002, baixou para 155, em 2010, e a mortalidade infantil, que era de 124 por mil nados vivos, em 2002, retrocedeu para 104, em 2010.

CEDEAO analisa hoje "grave" situação política e de segurança na Guiné Bissau

Lisboa, 17 set (lusa) -- A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) analisa hoje, em reunião extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, em Abudja, na Nigéria, a situação política e de segurança na Guiné-Bissau.

"Os chefes de Estado e de Governo da CEDEAO vão analisar a grave situação política e de segurança na Guiné-Bissau e rever os esforços de reforma do setor da defesa e segurança", lê-se num comunicado da organização.

Ações recentes dos militares agravaram a fragilidade da democracia do país e suscitaram a preocupação de muitos líderes da região e de outros países, incluindo Portugal.

© 2010 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

CEDEAO discute Guiné-Bissau em cimeira de Abuja

O presidente Malam Bacai Sanhá disse esta quinta-feira, antes de partir para a Cimeira dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), consagrada à Guiné-Bissau, que vai pedir a solidariedade dos países membros da organização.

O chefe de estado guineense partiu sem que haja previamente uma posição consensual sobre o eventual envio de uma missão de estabilização à Guiné-Bissau, ideia que pessoalmente defende.

Depois de ter declarado que só aceitaria se fosse por mandato das Nações Unidas, o governo, na pessoa do Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior dera indicações de estar pouco interessado nessa missão de estabilização, apesar do partido no poder ter aceite o principio de seu envio a Bissau.

Dúvidas

Malam Bacai Sanhá disse que desconhece se as possibilidades do envio de uma missão de estabilização para a Guiné serão analisadas no encontro.

Adiantou que estará em análise o relatório da missão militar da CEDEAO que visitou a Guiné-Bissau após os incidentes de 1 de Abril.

"É uma cimeira extraordinária que se vai dedicar à análise do relatório do Comité Militar que visitou a Guiné recentemente. A mensagem que levo é a necessidade de continuar a solidarizar-se com a Guiné-Bissau."

"Queremos efectivamente continuar a contar com a solidariedade da África ocidental, da CPLP, da União Africana e das Nações Unidas", disse o chefe de estado guineense antes de deixar Bissau para a cimeira de chefes de estado e de governos de países da CEDEAO que se realiza esta sexta-feira em Abuja, na Nigéria.

Pessoalmente , Bacai Sanha é a favor ao envio de uma missão de estabilização a Bissau, para entre outras tarefas testemunhar o processo de reformas na defesa e segurança.

Cooperação

Após ter lançado o debate sobre essa intenção, o Conselho de Defesa Nacional, organizações da sociedade civil, a maior central sindical guineense-UNTG e varias vozes de cidadãos anónimos reagiram favoravelmente a ideia, que entretanto não encontrou eco favorável junto do governo, apesar do partido no poder ter pronunciado a favor ao principio do envio de uma missão de estabilização a Guine-Bissau.

Numa recente declaração à imprensa, o Primeiro Ministro, Carlos Gomes Júnior deu indicações de preferir a implementação dos acordo de cooperação técnico-militar recentemente celebrados com a Angola ao envio de uma missão de estabilização à Guiné-Bissau.

Entretanto, fontes próximas da reunião referem que esta organização de 15 membros não tenciona enviar uma missão de estabilização para a Guiné-Bissau, a não ser que haja uma solicitação expressa das autoridades da Guiné-Bissau.

A CEDEAO pretende sim segundo as mesmas fontes encontrar meios para acelerar as reformas na defesa e segurança, tarefa para a qual necessita de cerca de 100 milhões de dólares.

Angola e Guiné-Bissau rubricam protocolo no sector da Comunicação social

0,c14aa7d2-6985-427e-ab09-115bda1b940b As ministras da Comunicação Social de Angola e Guiné-Bissau, Carolina Cerqueira, e Maria Djalo Nandingna, respectivamente, assinaram , em Luanda, um acordo de cooperação, com vista a aprofundarem as relações no sector.

Do protocolo, que visa o reforço e relançamento da cooperação bilateral entre os dois países, destacam-se os acordos a nível institucional no domínio dos órgãos de informação públicos e na área de capacitação de jornalistas e quadros do sector.

A nível institucional, os dois ministérios manifestaram o interesse de executar com maior celeridade o protocolo assinado, decidiram criar grupos de trabalho, presididos por directores gerais dos órgãos de comunicação publicos, bem como cooperarem na realização de um programa de comunicação de apoio ao processo de paz e reconciliação nacional na Guiné-Bissau.

No domínio dos meios de comunicação social públicos, com realce para a rádio, televisão e agência de informação, ambas as instituições acordaram em cooperar no intercâmbio de notícias e programas, assistência técnica, formação de quadros, bem como visitas de estudo e estágios relacionados com a gestão dos órgãos de comunicação.

Ainda a respeito da televisão, foram propostos também planos de assistência técnica, reestruturação e modernização das emissões da Televisão da Guiné-Bissau, bem como parcerias conjuntas em cobertura de eventos.

No ramo da capacitação dos profissionais do sector, as duas partes se comprometeram a estudar mecanismos que possibilitam a formação contínua dos jornalistas, assim como a manter contactos permanentes de troca de experiência.

No final da cerimónia, Carolina Cerqueira manifestou a pretensão de continuar a trabalhar e cooperar com a Guiné-Bissau, contribuindo assim para um futuro promissor daquele Estado lusófono, bem como aprofundar os laços de amizade e solidariedade entre os dois países.

“Queremos que transmita ao povo da Guiné-Bissau, em particular à classe jornalística, a nossa solidariedade e disponibilidade em continuar a trabalhar e cooperar com eles”, realçou.

Este acordo, referiu, deve ser interpretado como uma ajuda e uma assistência que o país vai dar à Guiné-Bissau no domínio da formação de quadros, assistência técnica, material e na troca de experiências.

Por seu turno, Maria Djalo Nandingna disse que o acordo vai permitir desenvolver ainda mais o sector da Comunicação Social do seu país, que contribuirá, assim, de forma activa no processo de estabilização política na Guiné-Bissau.

“Volto para o meu país, República da Guiné-Bissau, com a sã alegria pelos grandes sucessos e solidificação dos históricos laços de amizade e de cooperação que unem os nossos dois povos e governos, com destaque para o sector da Comunicação Social”, referiu.

Missão do FMI chega hoje à Guiné-Bissau para avaliar desempenho económico

2010-09-16 132721_e359ccb1-137b-49f4-93b8-84e3da8b10fd$$EAC3638D-92E2-48EB-B88F-01A1F13BBA92$$5BBFA8B1-ACBD-4C42-B2AF-252CBD900C87$$img_ClassifiedDetail$$pt$$1 Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) chega hoje à Guiné-Bissau para avaliar o programa de Facilidade do Crédito Alargado e a conclusão da Iniciativa a Países Pobres Altamente Endividados.

"A missão que estará no país até ao dia 29, manterá uma série de encontros com as autoridades locais, para a primeira avaliação no quadro do arranjo ECF (Facilidade de Crédito Alargado) e para a consecução do Ponto de Conclusão da Iniciativa HIPC (Países Pobres Altamente Endividados) ", refere o Ministério das Finanças guineense, em comunicado enviado à Agência Lusa.

Segundo o documento, as conclusões preliminares da missão serão dadas a conhecer em conferência de imprensa a realizar no dia 29.

O FMI aprovou em Maio um apoio de cerca de 26 milhões de euros ao programa económico do governo da Guiné-Bissau, designado Facilidade de Crédito Alargado.

No âmbito do programa, o governo prevê reformas na Administração Pública, no sector da Defesa e Segurança e na criação de melhorias de investimento no sector privado.

No âmbito do programa de apoio a Países Pobres Altamente Endividados (HIPC), o FMI aprovou, também em Maio, o pagamento de uma segunda tranche de ajuda no valor de 1,5 milhões de dólares (1,14 milhões de euros).

A dívida externa da Guiné-Bissau está calculada em mais de 1,5 mil milhões de dólares (1,14 mil milhões de euros) e desde 2001 que o país tem tentado, sem êxito, cumprir com os critérios para que possa beneficiar de um perdão.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Comandante das Forças Armadas Angolanas(FAA) e da Polícia Nacional(PN) para a Guiné -Bissau aguarda por nomeação

pais_97_lr33 Depois de termos anunciado o número de militares que farão parte do contingente das  Forças Armadas Angolanas(FAA) e da Polícia Nacional(PN) que deve embarcar em Outubro para a Guiné Bissau para participar no processo de reforma, resultado de um acordo entre  as chefias do Estado-Maiores General de Angola e da Guiné Bissau, os generais Francisco Furtado e António Indjai, respectivamente, ainda não foi proposto o nome do comandante que vai dirigir as forças no terreno.

Uma fonte familiarizada com o assunto disse ao O PAÍS que o comandante para a Guiné sairá de um  conjunto de três nomes que serão propostos pelo Chefe de EstadoMaior General  ao Comandante-emChefe, por se tratar de uma missão que será realizada fora do país. “Estamos à espera que tudo seja autorizado superiormente e logo será conhecido quem irá chefiar efectivamente esta tarefa na Guiné” disse, reforçando que nenhum nome foi oficialmente indicado, por enquanto.

Desconfirmou informações que davam conta de que o general Jorge Sukissa foi indicado para tal, argumentando que a missão não é de guerra, mas para reformar as Forças Armadas Guineenses  conforme estipula  o acordo assinado entre ambas as partes(Angola e a Guiné Bissau), descartando a ida deste, tido como um dos melhores especialistas do exército e não como perito para actividades que se pretende para aquele país irmão.

Segundo a fonte, o embarque será em Outubro e ainda faltam muitos dias para se definir quem será escolhido entre os muitos especialistas de vários ramos que as FAA possuem.

Reforçou que a escolha não será difícil, por, segundo a fonte, o exército dispor de homens preparados e capazes de transmitir as suas experiências, o que poderá facilitar o cumprimento desta missão na pátria de Amílcar Cabral. “Nós temos vários homens e qualquer que for proposto e tiver o respaldo da autoridade superior, irá sem evasivas”.

“O que for indicado seguirá imediatamente sem reservas. Nós somos militares e recebemos ordem de mando.Por isso, todos estamos em prontidão para qualquer missão que nos for incumbida”, disse ainda a nossa fonte.

Em círculos castrenses diz-se que o general Francisco Furtado está a encontrar dificuldades para indicar nomes e destes sairá um consensual que poderá chefiar as FAA para mais esta missão, depois das já cumpridas em São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo(RDC) e Congo Brazzaville, em períodos distintos.

O mesmo acontece na Polícia Nacional, cujo responsável para a Guiné ainda não foi encontrado, disse fonte deste jornal. Tudo indica que a escolha esteja marcada por um secretismo absoluto para se evitar eventuais especulações na imprensa, por se tratar de assuntos meramente militares, observou. A ida das FAA e da PN foi reforçada com a visita do primeiro-ministro guineense a Angola, na semana passada, Carlos Gomes Júnior “Cadongo”.

Instabilidade é «terrível para a população»

 

img_1190631257 A situação de instabilidade na Guiné-Bissau é «terrível para a população guineense, mas também perigosa para outros países, na vizinhança imediata e mais longe», considera o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português.

Em entrevista à Agência Lusa, João Gomes Cravinho baseia-se naquela constatação para garantir que «não há na comunidade internacional divergência significativa de interpretação sobre o que se passa na Guiné-Bissau», o que inclui a necessidade de uma missão de estabilização internacional para ajudar a lidar com o problema.

Diário Digital / Lusa

sábado, 11 de setembro de 2010

Governos de Angola e da Guiné-Bissau encetam conversações oficiais

 0,5d366cf6-6467-41fe-b90e-de872e6fcdb2 Luanda – As conversações oficiais entre os governos de Angola e da Guiné-Bissau decorrem no palácio Presidencial da Cidade Alta, com vista o reforço da cooperação entre os dois estados e povos.

A cerimónia de abertura foi orientada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e pelo Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior.

A delegação angolana às conversações é chefiada pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Feijó, e pelo Ministro das Relações Exteriores guineense, Adelino Mano Queta.

Na abertura o Chefe de Estado angolano manifestou disponibilidade em apoiar as autoridades guineense apoios de natureza política, diplomática, financeira e material para ajudar a ultrapassar as sucessivas crises na Guiné.

O Presidente José Eduardo afirmou que atenção especial incidirá sobre as forças armadas guineenses porque é necessário que elas se constituam de facto num dos principais garantes da estabilidade, da segurança e da integridade do país.

O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau pediu apoio técnico e financeiro, reafirmando que o seu país tem necessidade imperiosa de prosseguir com o processo de reformas, em especial nos sectores da defesa e segurança.

Refere que o apoio ao orçamento aliviará o tesouro do seu país das pressões quotidianas e permitirá ao governo do seu país respeitar os compromissos com as instituições financeiras internacionais (FMI/BM) no quadro do perdão da dívida externa, condicionado a um desempenho fiscal satisfatório.

Cooperação com Guiné-Bissau exige normalidade constitucional

Os ministros da Defesa de Portugal e do Brasil reafirmaram hoje, em Lisboa, que a cooperação nesta área com a Guiné Bissau exige normalidade constitucional no país e que a estabilidade é necessária também para haver cooperação noutros setores.

O ministro Augusto Santos Silva disse que “Portugal fez saber às autoridades guineenses que está disponível para continuar, e até aprofundar, a cooperação técnico militar, mas é condição ´sine qua non` a plena normalidade constitucional”, onde cabe a obediência do poder militar.


Nelson Jobim, ministro da Defesa do Brasil, afirmou que “há uma coincidência muito grande” de posições entre Portugal e o Brasil nesse aspeto, e frisou ainda que “a defesa e o desenvolvimento são duas faces da mesma moeda”.


Além de temas bilaterais, os dois ministros abordaram hoje, em Lisboa, questões multilaterais, incluindo temas que estarão na agenda da próxima reunião ministerial de defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que vai realizar-se em Brasília, em novembro.

 

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil integrar ou até liderar uma hipotética missão de tropas a enviar para a Guiné-Bissau, o ministro brasileiro garantiu que “o Brasil nunca intervém num país para fazer a paz, só o faz para manter a paz”.

E para isso, adiantou tem de haver “solicitação desse país, o que não aconteceu”, e a missão deve estar sob a bandeira de uma organização internacional, que “pode ser da ONU ou da União Africana”.


Na visita recente do presidente da Guiné-Bissau ao Brasil, houve sim conversações para cooperação na área económica, nomeadamente para a industrialização da produção de caju e para criar um setor das pescas.


“A Guiné-Bissau atualmente aluga as suas águas para pesca, e nós dissemos-lhe que está na hora de criar uma indústria própria, tendo nós ´expertise´ para cooperarmos nessa área”, adiantou o ministro brasileiro.


A cooperação de Portugal e do Brasil, de forma a que esta seja articulada entre si, com a África que fala português, foi um dos temas da reunião, que precedeu a assinatura de um acordo para definir a participação portuguesa na construção do avião de transporte militar KC-390, um projeto da empresa brasileira Embraer, com fábricas em Portugal.


*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Sabores da Guiné juntaram mais de 250 pessoas no Céu de Vidro da antiga Casa da Cultura

 Gazeta das Caldas

Almoco-3-300x201Quem passou junto ao Hospital Termal e ao Céu de Vidro nos passados dias 28 e 29 de Agosto com certeza não ficou indiferente à música que se ouviu a partir do final da manhã e ao reboliço que por ali se via. O motivo: os almoços promovidos pela Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné-Bissau, pintados pelas cores dos trajes guineenses e cujo ritmo era marcado pela música daquele país africano.
Em dois almoços em que os pratos de galinha vindos da Guiné estiveram em destaque, a galinha de cafriela, o caldo de amendoim e o caldo de dendém fizeram as delícias das mais de 250 pessoas que por ali passaram nos dois dias. Fosse pela saudade dos sabores guineenses, fosse pela mão das cozinheiras, “escolhidas a dedo”, certo é que os pratos fizeram as delícias de quem aceitou o convite da associação, neste terceiro convívio que a associação promoveu nas Caldas da Rainha.
Depois de bem comidos e bem regados, os participantes neste almoço guineense no Céu de Vidro seguiram rumo ao CCC, onde decorreu um desfile de trajes típicos da Guiné. Em ambiente descontraído, passaram pela passerelle trajes de cerimónia e trajes coloridos, tão facilmente associados à antiga colónia ultramarina portuguesa. E à boa maneira africana, não houve quem resistisse durante muito tempo à música que acompanhou o desfile, que acompanhou em verdadeiro ambiente de festa, que depois se prolongou, novamente no Céu de Vidro. No mesmo fim-de-semana, chegava ao fim a exposição de artigos guineenses que a associação mostrava na Capela de São Sebastião desde o dia 7 de Agosto.
Augusto Mansoa, o presidente da Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné-Bissau salientou que a importância de iniciativas como esta reside no facto de permitirem que a associação partilhe “o seu sentimento de humanismo e mostre que, apesar das diferenças nas foras de pensar, o ser humano vive e partilha e, quando quer, consegue grandes feitos para todos nós”. A residir e a trabalhar nas Caldas há cerca de 24 anos, onde é cirurgião no Centro Hospitalar, Augusto Mansoa diz que os guineenses foram “acolhidos nesta cidade, acarinhados e ajudados, aceitos como gente de bem”. E garante: “queremos assim continuar”.
Os convívios anuais da associação servem precisamente esta integração na cidade e no país que escolheram para viver, na impossibilidade de permanecerem no lugar onde nasceram. Além de muitos guineenses espalhados por vários pontos de Portugal, os encontros atraem ainda muitos portugueses que a determinada altura das suas vidas viveram na Guiné, e que se deixaram morder pelo ‘bichinho de África’.
“Conversamos de tudo um pouco, lembramos coisas boas e algumas menos boas, comemos, bebemos, dançamos, no fundo convivemos como seres humanos que somos”, disse o cirurgião guineense, que defendeu que “o isolamento e a solidão são o pior inimigo do Homem e da Humanidade”. Todos somos cidadãos do mundo e “não temos o direito de estragar o que há de melhor nesta vida: a amizade, a liberdade e a solidariedade, valores muitas vezes esquecidos”.
A Associação Cultural e Recreativa dos Naturais e Amigos de Oio-Guiné-Bissau empenha-se em trazer a Portugal os sabores e acultura guineenses. “São pequenos fragmentos de todo o universo que temos espalhado por diferentes espaços do continente”, explica o presidente da associação. Nascida há quase oito anos nas Caldas, a associação tem sede provisória em Lisboa e junta actualmente cerca de 300 membros.

Guiné precisa de uma segunda independência

Em Portugal há mais de duas décadas, Augusto Mansoa tem voltado à Guiné-Bissau a cada dois anos. Mas o país que encontra hoje “é muito diferente” daquele que deixou.
“Quando chego a Bissau e vejo as ruas cheias de buracos, eu choro. Quando vejo a cidade que em tempos foi considerada uma das cidades mais limpas da África Ocidental cheia de amontoados de lixo no meio da estrada, entristece-me de sobremaneira. Vejo as crianças em idade escolar com cestos na cabeça, com víveres para vender para poderem sobreviver, e também é uma tristeza muito grande para mim”, lamenta.
Mas o que é preciso para que as coisas mudem? Augusto Mansoa não hesita na resposta. Falta união nacional. “Nós estamos neste momento a tentar construir um todo nacional a partir de pequenas coisas e penso que com isso podemos fazer alguma coisa de concreto”.
A união que falta é a mesma que o país vivia quando conseguiu a independência. “Neste momento eu acho que falta uma segunda unidade, mas uma unidade séria para a Guiné conquistar uma segunda independência que considero extremamente importante, a independência económica”, diz.
Ciente de que, neste momento, a Guiné é “um país muito débil”, Augusto Mansoa acredita que a união terá que se fazer em várias vertentes. A associação que preside está a trabalhar em questões sociais e culturais. “Através da cultura vamos buscar alguns pontos de união e é isso que nos interessa de sobremaneira”. Já as questões políticas deixa-as para os políticos. “Esses terão que ser capazes de se entender na sua esfera”, afirma.

ONU vai recolher apoios para a Guiné-Bissau

Representante especial para a Guiné-Bissau vai a Lisboa, Paris, Londres e Bruxelas na próxima semana.

bandeira-campanhaeleitoral93188619_400x225 Lisboa vai ser uma das capitais europeias que o representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, Joseph Mutabola, visita na próxima semana, com o objectivo de  angariar apoios para aquele país africano. A noticia foi avançada esta noite à Renascença por Vladimir Monteiro, porta-voz da missão da ONU em Bissau.

“Na próxima semana o representante especial estará na Europa. De 13 a 23 [de Setembro] vai a Lisboa, Paris, Londres e Bruxelas, para contactar países europeus no sentido de manterem o seu apoio à Guiné-Bissau, para permitir que o país ultrapasse as dificuldades”, explica.

Vladimir Monteiro comenta também a visita que o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, está a efectuar a Angola, como uma iniciativa “extremamente importante”. “Tudo o que possa ajudar a Guiné-Bissau tem de ser apoiado”, frisa.
Em destaque nesta visita está o “dossier” da segurança e cooperação militar, sendo que nos próximos dias parte para a Guiné-Bissau uma missão de militares e polícias angolanos.

Carlos Gomes Júnior pretende ainda discutir com o Governo angolano o possível envio de uma missão de tropas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para estabilizar a situação na Guiné-Bissau.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Banco Mundial financia sector eléctrico de Bissau com 9,97 milhões

2010-09-09 161127_e359ccb1-137b-49f4-93b8-84e3da8b10fd$$EAC3638D-92E2-48EB-B88F-01A1F13BBA92$$730F74A4-EBA9-4FB5-BA79-57C18BCDB93D$$img_ClassifiedDetail$$pt$$1 O Banco Mundial vai financiar com 12,7 milhões de dólares (9,97 milhões de euros) a reabilitação do sector eléctrico de Bissau, no âmbito de um acordo a assinar na próxima semana.

O acordo é assinado na terça-feira pela ministra da Economia guineense, Helena Embalo, e pelo director de Operações do Banco Mundial para o país, Habib Fettini.

A verba servirá para financiar o Projecto de Emergência de Reabilitação do Sector de Electricidade e Águas de Bissau no âmbito do Projecto Multissectorial de Reabilitação de Infra-estruturas.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e a União Económica Monetária dos Estados da África Ocidental também atribuíram um donativo de 10 milhões de dólares (7,85 milhões de euros) em Agosto no âmbito deste projecto.

A capital da Guiné-Bissau não tem fornecimento permanente de energia eléctrica nem água canalizada. Nas restantes regiões do país o fornecimento é inexistente.

A falta de abastecimento público de energia eléctrica é considerada um dos principais obstáculos ao desenvolvimento económico da Guiné-Bissau.

Secretário de Estado ferido devido a queda de árvore

O Secretário de Estado do Ensino da Guiné-Bissau, Besna Na Fonte, e os dois filhos ficaram feridos na sequência da queda de uma árvore de grandes dimensões em cima do telhado da casa onde residem.

O acidente aconteceu na quarta-feira e os três foram transportados para o hospital, no entanto, Besna na Fonte e um dos filhos acabaram por ser transferidos para uma unidade hospitalar em Dacar.

Senegal condena sete mestres corânicos

000_Par1257246_0 Esta medida deverá servir de exemplo aos "marabouts" pouco escrupulosos, que exploram crianças e as obrigam à mendicidade, quase em regime de escravidão. Dois outros mestres corânicos vão ser julgados nesta quinta-feira.

Pela primeira vez na hiqstória do Senegal, 7 mestres corânicos foram condenados ontem (8/09/2010) pelo Tribunal de Dakar, a 6 meses de pena suspensa e 150 euros de multa (100.000 francos CFA) por terem obrigado crianças a mendigar.

Os 6 mestres corânicos senegaleses e um bissau-guineense, estão pois em liberdade, mas este exemplo poderá ser dissuasor para os "marabouts", que enviam diáriamente para a rua milhares de crianças esfarrapadas, descalças, obrigadas a pedir ora dinheiro, ora um pouco de açúcar, arroz, etc..

A ONG de defesa de Direitos Humanos Human Rights Watch, entrevistou dezenas destas crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos e no passado mês de abril publicou um relatório, acusando o governo senegalês de cruzar os braços, face a pelo menos 50.000 crianças talibés, muitas vindas da Guiné Bissau, exploradas, maltratadas e obrigadas a mendigar nas ruas, em nome da religião.

A HCR pediu à ONU, CEDEAO, e Organização da Conferência Islâmica, que denunciem a mendicidade forçada, como uma prática contrária às obrigações em matéria de Direitos Humanos, e instou o governo senegalês a perseguir os traficantes e mestres, que maltratam as crianças, e garantir a proteção e repatriamento das vítimas de mendicidade forçada.

No Senegal, as escolas corânicas não são sujeitas a qualquer regulamentação jurídica, e logo não tem subvenções estatais, mas dar esmolas aos pobres é uma tradição islâmica secular.

Por pressão dos parceiros internacionais, que acusaram o Senegal de nada fazer para impedir o tráfico de Seres Humanos, as autoridades senegalesas proibem desde 2005 a mendicidade nos espaços públicos, autorizando as esmolas diante dos espaços de culto.

Liliana Henriques ouviu o porta-voz da Human Rights Watch, Reed Brody, para quem estas condenações representam um passo importante, para pôr termo à exploração e forma moderna de escravatura, a que são submetidas crianças vulneráveis, a coberto de ensino religioso nas “madrassas” do Senegal.